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O Informador

Sem ideias!

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A criação nem sempre está do nosso lado para que se consiga avançar com o processo de escrita e durante estes últimos tempos de confinamento tenho notado que o cansaço da situação não tem ajudado em nada a capacidade de raciocínio, bloqueando o surgimento de novas ideias.

Parece que o pensamento está bem mais restrito como se tivesse perdido a noção da realidade, existindo como que uma dimensão mais reduzida, tal como o espaço de circulação em que estamos agora sujeitos. Sim existe mais tempo para elaborar, mas ao mesmo tempo sinto que também existe mais tempo para me sentir incapaz de reagir.

Era uma vez... Uma ideia

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Nos momentos em que me encontro no estado meio adormecido, mesmo naqueles minutos antes de fazer a passagem para o sono, por vezes vou pensando no dia que passou mas também são nesses breves minutos que surgem, em algumas ocasiões, ideias e temas que podem surgir como base para futuros textos. 

A mente divaga, quase que acaba por escrever todo o texto que podia ser publicado, idealizando início, meio e fim, acrescentando e tirando partes, e como não anoto esses pensamentos no momento o que acaba por acontecer no dia seguinte é que nada do que foi idealizado ficou na memória tal e qual como surgiu.

Sei que podia perfeitamente esticar o braço, sem ligar a luz da mesa-de-cabeceira, e nas notas do telemóvel apontar o que fui pensamento ou então ligar a luz, sentar-me na secretária do quarto, pegar em papel e caneta e apontar os pontos mais importantes para no dia seguinte refazer toda a lembrança.

Literatura alterada pela realidade

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O ciclo em que todos vivemos atualmente, devido ao surto de Coronavírus, tem feito com que o isolamento social aconteça e com isso a nossa vida levou uma grande alteração de rotinas e hábitos que tiveram de ser bastante ajustados à nova realidade que parece tardar em passar. Com esta quarentena forçada com que quase todos temos de viver, começou a existir tempo para serem feitas outras coisas ou alterando o que já acontecia. Num certo ponto, na literatura, a maneira como olho para as histórias contadas até se tornou diferente. 

Pessoalmente, o que notei é que não só mudei a forma de estar como também alterei, em termos literários, a criação mental de lugares e personagens. Confuso? Passo a explicar e quem lê correntemente irá talvez identificar-se com este ponto com que me apercebi pela minha atual leitura. 

Quando determinada personagem é descrita a correr por uma avenida ou praça conhecida geralmente a imaginação enche esses espaços de figuração literária, tal como acontece normalmente na nossa realidade. As visitas a um museu consistem também no cruzamento com outras pessoas, neste caso, figurantes, que dão assim vida aos espaços que estão a ser idealizados mentalmente. Com a atual leitura e porque as nossas cidades, vilas e aldeias estão desertas, dei por mim a imaginar praças e ruas vazias quando as personagens circulam fora de casa, num autêntico estado de quarentena literário.

Aqui se prova o poder da influência das nossas vidas nas criações mentais que idealizamos. Se andamos numa boa fase também as histórias parecem seguir o nosso lema atual, mas se passamos por momentos mais ácidos também isso será refletido na forma como se olha para as histórias que se atravessam pelo caminho. Por exemplo, se andamos a ver o mar constantemente decerto que iremos imaginar um determinado romance numa vila perto da praia mesmo que tal não seja referido, já se andamos e adoramos o campo será de forma mais rústica que as ruas de calçada serão descritas. Neste momento imagino uma cidade deserta onde há mês e meio teria imaginado aquelas personagens a circularem entre moradores e turistas nas suas vidas corridas. 

Livre divagação

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Não sei que escrever, olhando para a tela do ecrã, onde o fundo branco aparece somente com as opções de publicação do blog e penso que hoje o tema não surge, as palavras desvanecem e a inevitabilidade de não criar texto aparece porque de um momento para o outro tudo parece já ter sido contado, reformulado e voltando a tocar em temas que vão sendo repetidos porque algo de novo pode ser revelado a quem está do outro lado.

É assim que penso quando escrevo inevitavelmente este texto que está a seguir um curso não pensado, deixando fluir, com cada letra a fundir-se com a anterior, intercalando com espaços vazios, tal e qual o pensamento de hoje. Ao certo não sei que caminho seguir nesta escrita do dia onde a par da ausência de espírito acabo por me dissipar fisicamente, vencido pelo cansaço e sem vontade de reação alguma. 

Obstruído, é talvez assim que me encontro hoje aqui sentado pela secretária, com o barulho do pequeno ecrã ao fundo, as teclas a baterem com o seu tique-tique-tique a cada letra que surge e o telemóvel vibra, com uma nova notificação para logo depois voltar a mexer, com a notícia de última hora onde os bons são os vencedores do dia, deixando os outros, os menos bons mas não maus para trás. O Mundo continua a girar, as guerras infelizmente reinam em determinados locais do planeta e quem não tem o confronto físico por obrigação do poder acaba por criar problemas a quem não os tem porque a maldade sempre existe em cada um, mesmo naqueles que nos são próximos e por vezes conseguem beliscar para aprofundar o seu prego e deixar a sua marca. Finge-se que não se percebe, segue-se em frente olhando a outros, mas na realidade e em cada momento as mágoas vão ficando, querendo talvez agora falar desse estado de espírito num texto que começou vago e que já vai longo, tal como a História da Humanidade que sempre se renova a cada passo, ao bater das asas de uma borboleta capacitada para alterar o percurso a quem passa a quilómetros de distância. 

O desenrolar de um blogue

Há dias conversava com uma amiga através do Twitter sobre a hipótese de lançar um blogue de moda e desenho, as duas paixões que tem tido na sua vida. Dei-lhe algumas dicas e disse-lhe o que penso e tenho vindo a sentir ao longo destes dois anos em que formei O Informador, falando-lhe das alterações que fui fazendo e mostrando que a primeira criação não é mais o que anda a ser feito atualmente por este espaço. Tinha na altura uma ideia do que queria fazer, porém com o passar do tempo fui percebendo que seria outro o caminho a seguir e isso foi e vai acontecendo constantemente. Hoje O Informador não é o mesmo do mês passado e muito menos o que foi em finais de 2012.

Quando lancei O Informador pensei que queria fazer um projeto onde iria falar de alguns temas da atualidade, mostrando imagens que se destacaram pelos últimos dias, comentando também a minha forma de estar e o que ia vivendo. Mas o tempo mostrou que isso não chegava para o blogue que queria ter, longe do mundo que adoro da televisão e da literatura, deixando o cinema, as fotografias próprias e os famosos de lado. Aos poucos fui alterando o projeto que criei inicialmente e a cada dia que passa consigo identificar-me com o que tenho em mãos, com esta criação que tem tido um crescimento sustentado graças também ao empenho que tenho mantido diariamente. O Informador é o meu part time e só não ocupa todo o meu dia laboral porque não é rentável monetariamente, mas esse seria o grande sonho, claro!

Acredito que todos os lançamentos de blogues acontecem com a ideia que se vai fazer determinado trabalho e ao fim de pouco tempo as surpresas vão acontecendo e as mudanças aparecem.

Menina, tens jeito, gostas dos dois mundos de que falamos e não tenhas medo que no início não sejas bem aceite ou não consigas mostrar na perfeição o que queres. Consegues lá chegar e criar o que vais querendo com o tempo e as tuas duas paixões, de que falamos, já deram várias mostras que podem atingir o sucesso, só tens que começar a arriscar!

Acreditar na mentira

Enfrentam-se pessoalmente a si próprios só porque sentem necessidade de mentir sobre atos e decisões que tomam como se os outros tivessem alguma coisa que saber as suas vidas. Porque se criam tantas histórias para se esconder algo que todos sabem e que o principal peão acha que todos acreditam nas suas invenções?!

É tão engraçado ouvir uma narrativa ser contada e saber que ninguém está a acreditar no que é relatado mas que todos fingem que sim, que aquilo é uma verdade do início ao fim como se não existissem sequer sinais de mentira. As pessoas têm necessidade de contarem pormenores irreais das suas vidas, criando situações e inventando peripécias só para que os outros fiquem a achar que aqueles seres são os melhores do mundo e que são tão puros como um autêntico anjinho.

Primeiro existem coisas que se não forem frisadas com uma história aumentada não são notadas e nem dão assim nas vistas, depois é impossível os inventores acreditarem mesmo que o que contam é levado a sério pelos seus ouvintes, quando os factos contrários estão aos olhos de qualquer um!

Se eu acredito na mentira? Finjo que sim e até estico a conversa para perceber até onde conseguem levar as suas boas histórias de ficção... Um dia ainda vou escrever um livro com todas as irrealidades que me contam!

Acreditar na mentira só alimenta os seus criadores, mas é bom ter o momento de gozo em que se ouve, pensa-se na verdade e finge-se que se acredita na mentira! Adoro ser mau!