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O Informador

A criança que existe...

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Crianças sempre conseguem arranjar pequenas coisas para desfrutarem da brincadeira, mas mesmo quando já somos adultos quem nunca saltou pelas linhas brancas das passadeiras ou foi pisando o risco mais escuro da calçada sem sair da linha ao longo de alguns metros?

Ah pois é, quem nunca subiu os degraus das escadas dois ou dois ou mesmo a três? E quem nunca na auto estrada colocou um objetivo de alcançar determinado carro para o ultrapassar antes de chegarem a determinado local?

Não são só as crianças que criam brincadeiras instantâneas e simples assim do nada porque por vezes vamos tão distraídos no nosso dia-a-dia que acabamos por só perceber sobre o que estamos a fazer neste estilo de brincadeiras quando já estamos inseridos nelas, de forma a ocupar o tempo e um pouco a mente em determinado momento. 

Sem luz em casa... Criança estuda na rua...

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Habituados que estamos a ter por perto as condições gerais de comunidade, por vezes não damos valor a quem menos tem. No Peru, uma criança foi apanhada pelas câmaras de vigilância a estudar e fazer os seus trabalhos escolares na rua para aproveitar a luz pública. Tudo porque em casa e por questões burocráticas, não existe eletricidade. 

Este rapaz foi apanhado a estudar na rua, sentado no chão com o caderno em cima dos joelhos ou deitado na estrada, mostrando que a vontade de fazer e querer levar os estudos em diante levou este jovem a entrar numa luta contra os problemas que, neste caso, lhe surgiram pelo caminho. 

Com isto e segundo a imprensa local, o problema com a instalação de eletricidade na habitação está agora a ser resolvida, após a divulgação destas imagens, com o autarca local a comprometer-se na resolução do problema para ajudar toda a família e apoiar com material escolar o rapaz. 

Aqui está a prova das diferenças sociais que tantas vezes nos passam ao lado, ficando de fora da realidade com que a maioria de nós vive atualmente. Chegar a casa e ter um botão para ficarmos com luz em casa é tão simples para quem nasceu e cresceu com tal hábito, mas existe quem não o tenha e que consegue resolver o problema para não ficar atrás dos restantes colegas de escola na evolução dos estudos. 

Refeições de moleza

As recordações de infância são sempre uma mistura de bons e maus momentos da altura que se refletem em boas ideias sobre o que nos foi acontecendo. Na verdade percebo aos trinta que tive uma infância feliz, com pais que me amam, com uma família que sempre me deu mimo e com uma curiosidade e rebeldia de criança que em casa era uma coisa e na rua perante a sociedade era outra. 

Hoje apetece-me comentar o facto de ser um autêntico caracol no que toca a refeições. Lembro-me tão bem dos tempos de escola primária em que ao longo de uma hora ia até casa para almoçar, o que sempre foi bom por viver na terrinha, e conseguia demorar todos aqueles sessenta minutos a comer. Não, não era porque o prato estava cheio demais, era sim porque até mais ou menos aos dez anos era um molenga de primeira para comer. Demorava eternidades a tomar uma refeição, tentavam que comesse sozinho mas para o fim da hora já me tinham de ajudar para que não voltasse para as aulas de estômago vazio. Conseguia sentar-me à mesa e ficar a olhar para o prato, escolhendo o que colocar no garfo e nada levar até à boca para me despachar. Claro que aquela hora raramente acabava bem porque a vontade de comer era pouca, depois começavam a ralhar, ajudavam e por vezes acabava mesmo por apanhar uma lambisca para tentarem que comesse alguma coisa de jeito. E quando era peixe então tudo se tornava bem pior, uma autêntica tortura. 

Hoje envergonho-me dessa má fase que dei aos meus pais que se viam aflitos para que conseguissem fazer-me comer alguma coisa mas lembro-me daquelas inúmeras situações em que sentado numa mesa branca redonda ficava de olhos postos no prato e de boca fechada.

Hatchimals chegam a Portugal

Os Hatchimals são já considerados o brinquedo do ano e estão a entrar no mercado nacional com o objetivo de atingir o sucesso já obtido além fronteiras. 

Pequenas criaturas mágicas que vivem dentro de ovos e fazem todo o processo para nascerem com a ajuda do toque e interação com os seus donos são o mais recente fenómeno mundial no campo dos brinquedos. Antes de nascerem e ao receberem carinho e afeto dos seus cuidadores os Hatchimals exprimem-se com sons. Após nascerem com bicadas na casca e a saída do ovo acontecer, as criaturas seguem o processo de crescimento do Hatchimal desde a fase de bebé, onde aprendem a andar, dançar e brincar até à idade adulta, onde até conseguirão imitar a voz do seu dono, fazendo com que a criança acompanhe e se sinta responsável pelo desenvolvimento do seu novo amigo. 

A Menina do Cão

Poderia ser o nome de um livro mas não o é! A Menina do Cão foi o nome que atribui a uma visão real que tive quando a caminho do trabalho logo pela manhã vi numa vivenda uma criança com o seu pequeno e jovem amigo de quatro patas ao colo.

A menina estava junto ao grande portão de entrada e saída dos automóveis e tinha o pequeno cachorro ao colo! Ela com um ar triste a ver os carros passarem e talvez há espera que alguém chegasse. Ele, ao colo, a olhar e talvez com o pensamento canino sobre o que se estaria a passar com umas coisas de quatro rodas a circularem de um lado para o outro. 

Aquela imagem tão simples e ingénua ficou-me na memória ao longo de horas por transmitir-me várias sensações pouco tempo após ter acordado! Vi naqueles dois seres companheirismo, amor e ternura entre ambos, mas ao mesmo tempo percebi que existia solidão no olhar de uma criança que talvez tenha sido compensada com a presença de um cachorro para colmatar o tempo que passa sozinha sem companheiros da sua idade com quem partilhar aventuras ou só mesmo para ter companhia ao longo das suas férias de Verão!

Relação complicada de Pai e Filha (4 anos)

Pleno século XXI não significa em mudanças de mentalidades! Existe por ai muito boa gente que não consegue perceber que os tempos mudaram e que as mulheres andarem totalmente tapadas como se usassem uma burca já era na sociedade ocidental. 

Um pai de família com ideias antiquadas tornou-se meu conhecido há uns anos e desde aí que tenho percebido como as coisas continuam difíceis na ligação entre marido e mulher, pai e filha, no que toca a questões de hábitos, costumes e gostos! Há uns dias assisti a uma cena que se fosse contada não acreditava!

Um aniversário de criança, um calor insuportável, os mais pequenos a brincarem, os mais velhos a conversarem, as crianças começam a ficar suadas, molham-se com pistolas de água, alguns pais tiram as t-shirts dos filhos, depois os calções e uma criança continua molhada, com a roupa vestida e pede ao pai se pode tirar a parte de cima do que tem vestido como os seus companheiros de brincadeira estavam, o pai diz que não, a menina insiste, o pai continua a dizer que não (já levantando a voz), a criança insiste, o pai nega, a mãe tenta em vão convencer o marido, a amiga da mãe mete-se na conversa e com a menina lá conseguem convencer aquele pai que não deixava a filha ficar de cuecas, como se tivesse na praia por afirmar ser muito feito.

A menina ficou de cuecas contra a vontade do pai que de cada vez que passava por ela lhe chamava de feia! Isto é normal? Não o considero, para mais de pessoas que já deviam perceber que os tempos mudaram e que naquele caso especifico não existia mal algum na situação!

Esta é uma das histórias, mas existem mais... A mesma família vive num quarto andar de um prédio e a menina não vai à varanda de cuecas por ter na sua mente que é feio! A mesma menina fez uma conversa a uma adulta, que estava a amamentar o seu bebé, porque estava a mostrar as suas «mamas» e que isso é perigoso! A mesma menina tem quatro anos, é inocente mas infelizmente já tem ideias fixas que lhe foram colocadas por um pai de outros tempos, um pai do século passado que irá ter daqui a uns anos grandes lutas com uma filha que irá começar a opor-se a tanta regra que já não encaixa na sociedade dos dias que correm!

Troca por Troca

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Infelizmente estas notícias surpreendem-me cada vez menos! E com isto ainda dizem que Deus existe e que olha por todos! Pois, pois... Continuem a acreditar nessa vossa fé quando milhões continuam a sofrer nas mãos de outros quantos milhões, muitas vezes sem qualquer culpa!

Será que estes compradores do iPhone conseguirão agora ser felizes com o seu mais-que-tudo nas mãos?

Regresso às aulas

Mais de duas décadas já passaram quando o primeiro dia de aulas bateu à porta! Lembro-me ainda de alguns dos momentos das primeiras horas! Lembro-me principalmente da minha mãe me ter ido levar a pé, porque vivo a metros da velha escola que entretanto encerrou portas em detrimento dos novos parques escolares, à porta da sala onde tudo iria começar. 

A mochila vermelha que durou os quatro anos de ensino primário, os nervos miudinhos de uma criança bem tímida que mal falava com quem não tinha assim tanta confiança, a vontade de fazer bem e mostrar que sabia fazer as coisas... Tantas emoções apareceram naqueles primeiros dias de aulas que chegava a casa com toda a euforia característica de quem inicia uma nova e importante etapa de vida. Não andei no infantário e isso na altura não pesou quando entrei para a escola porque a época era outra, não se aprendia o que agora é leccionado nos últimos tempos de pré-primária. Entramos praticamente todos com os mesmos ensinamentos escolares, poucos ou nenhuns, começamos a aprender em conjunto, pequenos seres que brincavam juntos pelas ruas porque os perigos não existiam em tão grande quantidade e naqueles quatro anos de escola primária fui feliz. 

O horário era das nove às doze e das treze às quinze, sempre ia almoçar a casa e que lentidão que aqui o menino era. Conseguia estar uma hora inteirinha a comer e por vezes ainda deixava restos no prato por demorar tanto tempo a mastigar, enrolava, enrolava, a mãe dizia «come Ricardo, come Ricardo», mas o Ricardo não comia assim com tanta facilidade, então quando era peixe o sacrifício tornava-se maior ainda. Há tarde quando o horário terminava lá chegava a casa, pronto para o lanche e com a obrigação de fazer os trabalhos de casa. TPC, o que era isso? Só no quinto ano é que esse diminutivo me apanhou. Passava a tarde a fazer os trabalhos, algumas vezes ao mesmo tempo que conseguia ver os desenhos animados e só depois, quando o sol já se estava a esconder e o jantar a ser preparado é que lá ia brincar, em casa, porque há noite não se saia para as ruas sem os pais. Uma quinta de uma conhecida marca de brinquedos, uns livros de pintar e mais tarde folhas onde escrevia números sem parar faziam as minhas delícias durante horas. Lembro-me como se fosse hoje também nas páginas e páginas de revista que cortava, aos quadrados bem pequenos, para dentro de sacos que não serviam para nada. Qual a verdadeira intenção daquele entretenimento? Completamente nenhuma!

Uma verdade dos sexos

Existe a ideia social que uma mulher fica derretida quando vê um homem a passear o seu filho sozinho! Não podemos ir mais longe porque até nas compras constatei tal facto a acontecer!

Aproveitei o dia de folga e fui até uma loja de roupa comprar o que me restava da prenda da afilhada que completa os seus sete anos amanhã. Entrei, primeiro fui à secção de homem e embora tenham oferecido ajuda tudo foi normal. Quando depois me mudei para a área de criança e perguntei se numa das determinadas peças não existia o número que queria, eis que logo o tratamento foi alterado, existindo ali motivo de conversa com não uma mas duas das empregadas a mostrarem-se tão atenciosas com a selecção das peças que estava a escolher.

Notou-se claramente que a ideia que todos temos de que o sexo feminino fica contagiado quando vê alguém do sexo masculino a cuidar de crianças as suas hormonas alteram-se aconteceu naquele momento. Não estava a cuidar de criança alguma, no entanto estava a comprar roupas de criança para oferecer e aquelas duas moças ficaram por ali a rondar para perceberem o que ia levar e se precisava de mais ajuda!

Já vos contei?

Dezembro está a aproximar-se e nesse mesmo mês, se as coisas correrem dentro do previsto, serei tio emprestado da Madalena! Yeh, os meus afilhados de casamento estão à espera da primeira filha que já está formada e a ganhar peso dentro da barriga da mamã. 

Já a senti! Já a trato por Madalena e começa a contagem decrescente para poder ir ao hospital conhecer a minha mais recente sobrinha, aquela que vou ver sempre como se fosse da minha família. Faltam três meses e pouco para ela nascer e começar a olhar-me nos olhos, momento em irá perceber quem é o tio fixe que vai andar sempre pela sua vida, umas vezes mais presente, outras mais ausente, mas isso é o normal em mim.