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O Informador

Conversas literárias

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Os anos passam, o gosto pela leitura nasceu desde cedo e com o tempo continua e intensificar-se. Sim, gosto de ler, ando sempre com um livro atrás para onde quer que vá e percebo que meio mundo ainda não entende os leitores diários que apreciam e têm gosto pelas palavras. No entanto existem pessoas que se aproximam de nós, leitores talvez mais compulsivos, embora o encare com normalidade, por perceberem exatamente que gostamos de livros e conseguimos ser um pouco conselheiros para as suas próximas leituras. 

No blog e redes sociais tenho vindo a perceber a influência que tenho tido para a escolha literária de alguns seguidores que por aqui vão passando mas é no dia-a-dia que percebo o quanto o gosto pelos livros me aproxima de algumas pessoas de forma inesperada. Falar de livros, deixar que a conversa flua através da partilha de ideias, aconselhamento a ler determinado autor, percebendo quem gosta de quê. É engraçado chegar a um local e ouvir a questão sobre o que andas a ler e o que aconselhas a ser lido, sendo feita a pergunta e o pedido para encontrarem um livro que agarre e com algum suspense, por exemplo. Claro que não me lembro sempre de tudo, principalmente dos títulos, mas com o recurso ao Goodreads é fácil chegar às preferências que reuniram as cinco estrelas para os poder aconselhar dentro de determinado estilo. 

Poeira para os olhos

«- O "Inácio" ontem disse-me uma coisa que tem razão!

- Então?

- Este meu jeito de falar com as pessoas por vezes pode ser mal interpretado.

- Pois, só quem te conhece é que sabe que não é com outras intenções!

- Foi isso que ele disse, mas que quem está por fora pode interpretar de outro modo.

- É capaz!»

 

A dona a tentar tapar os olhos do conhecido com poeira e o conhecido a disfarçar por saber bem a pessoa que está do outro lado! O "Inácio" só não sabe o que tem em casa se for cego, coitadooooo!

Será de mim?

Será de mim ou o mundo anda chato demais? Por vezes penso que poderei ser eu a estar com falta de paciência para os que me são somente conhecidos. Ao mesmo tempo prevejo que talvez sejam esses conhecidos que com as suas histórias e justificações sem fim consigam chatear demais até ao ponto do meu cérebro entrar em modo off. 

Depois de ouvir uns minutos de uma conversa protagonizada por determinados seres começo a abstrair-me para outros mundos e lugares e as respostas do «pois», «sim» e «talvez» vão aparecendo. Apago completamente com determinadas criaturas que ainda não conseguem perceber que a minha paciência só vai até um certo nível, sendo que a partir daí tudo se transforma e a diminuição das respostas vai dando sinais de vida. Não tenho paciência, apago completamente e aos poucos devo começar a mostrar que só de ver aqueles pigmeus a dirigirem-se na minha direcção já começo quase a lançar chamas por saber o que está para acontecer pelos próximos minutos.

Nem mais nem menos

Não me sinto mais que ninguém nesta vida, no entanto percebo que existem momentos onde não encaixo socialmente, ora por sentir algum desconforto para com atitudes e conversas que os outros têm onde não me revejo, ora porque também não sou daqueles seres que dá hipótese a que qualquer um entre pela minha vida dentro e me conte tudo para que também possa saber pormenores que só a mim e a quem está comigo dizem respeito.

Quando existem aqueles encontros sociais em que logo pensamos que iremos encontrar aquele tipo de pessoas que não nos dizem absolutamente nada é daquelas coisas que nos fazem reflectir sobre ir ou nem sequer aparecer, fingindo esquecimento ou afirmando a verdade. Sabe-se à partida que num grupo nem todos se dão da mesma forma mas existem aqueles com quem não nos damos, os que com quem vamos lidando e os outros, os que não sonhamos sequer que algum dia farão parte de algum círculo social onde pertençamos.

As pessoas são diferentes entre si e nem sempre estamos de acordo com o que a sociedade acha de normal. Conversas e comportamentos tratados da mesma forma por uma quantidade relativa de pessoas leva-me a pensar que poderei ser eu a não estar bem, mas depois de uma reflexão até percebo que afinal ao não me rever em tais vidas leva-me a crer que poderei ser eu a estar correcto sem os grandes dramas e malabarismos sociais do faz de conta e do querer parecer bem junto daqueles que querem que se sigam linhas pré definidas por alguns, os que vão na frente e levam o bando todo de arrasto.