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O Informador

Será de mim?

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Sei que sou muito controlador e gosto de tudo no seu devido lugar, odeio atrasos e não consigo lidar com pessoas que seguem a ideia do deixa andar. Mas será de mim ou existem muitas pessoas que não conseguem acompanhar o ritmo de trabalho dos outros por acharem que se uns fazem os outros não têm de fazer?

Odeio perceber que a balança não fica equilibrada de forma constante e por existirem afazeres que uns se fazem de esquecidos e que os que não conseguem deixar para trás, para que tudo seja feito em condições, têm de resolver e ver que no final do mês o resultado é precisamente idêntico, embora o dia-a-dia não seja bem assim.

Tenho um problema, não consigo deixar por fazer quando vejo que é necessário e que ninguém avança, mas depois também sinto que a idade começa a alterar a forma de reação e de dizer as coisas, pensando no meu bem, mesmo que deixe uma certa mágoa a quem não consegue corresponder dentro das linhas que tenho como corretas e que têm resultado ao longo do percurso que tenho feito.

Vizinhança no Controlo

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Incrível é viver numa aldeia, numa rua estreita com nove casas e perceber que estejamos a entrar ou a sair não é fácil não se ser detetado. É verdade, sempre alguém surge no quintal ou mais frequentemente a sacudir o seu tapete na janela no momento em que se fecha o portão na chegada ou partida. Vizinhança assim não é para todos!

Diria até que estes vizinhos são melhores que a polícia municipal. Guardam tudo, dão fé de tudo e conseguem saber quem está em casa ou quem anda na vadiagem após os horários de trabalho que talvez até tenham apontados em listas presas com um íman ao frigorífico. Ao sair de manhã, lá surge alguém por um quintal vizinho, para receber os bons dias. Já ao almoço se estiver a chegar, sempre ou quase sempre, tenho uma vizinha a sacudir tapetes. Já me perguntei quantos tapetes existirão naquela casa ou se será sempre o mesmo, aquele que está na porta de entrada, pronto para lhe pegarem e saírem para o quintal como premissa para verem se os vizinhos trazem ou não sacos consigo. Ao final do dia a mesma coisa acontece, sempre com alguém a surgir de uma porta ou janela para mirar quem sai e quem entra, com companhia ou a solo, sacos ou mochilas. 

Viver numa aldeia onde todos se conhecem é assim, controlo ao mais alto nível da vizinhança mais desocupada e que gosta de saber tudo o que se passa pelos arredores, dentro e fora de portas. Basta um descuido e a vida privada fica pública, pelos menos os horários de entrada e saída de casa estão controlados, sabendo-se também quando recebemos visitas, quando o correio chega, as compras mais volumosas que foram feitas e até quando se fica uma noite fora de casa e o carro não está na rua como habitualmente pela manhã.