Incómodo social
O Covid19 estava ainda na China e pensava que tudo estava longe e que em pouco tempo iriam arranjar um cura para o vírus. As fronteiras foram ultrapassadas e a Europa começou a ter os primeiros casos e Portugal continuava a ver a situação de fora. Poucos dias depois começamos a ser atingidos com os primeiros casos e comecei a sentir um certo receio. Agora, com centenas de casos positivos no território nacional e sem qualquer perspetiva de acalmar, bem pelo contrário, estou com bastante receio, sentido mesmo incómodo, por ter de andar na rua, mesmo que seja de casa para o trabalho e vice-versa.
Trabalho de forma diária com o público, embora com horários reduzidos e com ordens para mantermos a distância possível e com os cuidados reforçados de higiene connosco e com os locais onde clientes e funcionários tocam. Tudo bem, mas neste momento não sinto segurança em ter de sair de casa diariamente para ir trabalhar num local onde poucos clientes nos visitam, o que até é bom nesta situação, mas onde basta uma só pessoa com o vírus para que o mesmo nos possa atacar. As empresas privadas, principalmente os grandes centros comerciais, local onde trabalho, têm de pensar que se vários locais públicos fecharam por precaução, também estas empresas têm de tomar decisões, falando com empresas que prestam serviços e precavendo a saúde de todos nós.
Neste momento estar em certas lojas não adianta de nada uma vez que não prestamos serviços básicos. Supermercados, mercearias e farmácias sim, agora lojas de sapatos e roupa, perfumarias, stands de automóveis, lavandarias, livrarias... Nada disto tem de permanecer de portas abertas num momento tão complexo como o que estamos a passar neste momento em Portugal e em todo o Mundo. Os grandes empresários que decidam para o bem de todos e reforcem ou ultrapassem as ordens governamentais e façam mesmo com que o país pare, não deixando que tudo continue a meio gás porque não será assim que as coisas tendem a melhorar.