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O Informador

Desunião com as castanhas

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Na semana do magusto afirmo que não sou apreciador de castanhas, venham elas assadas, cozidas ou fritas, que não me conseguem convencer. Desde pequeno que a relação que tenho com as castanhas é somente a de comer uma ou duas por estes dias e fico mais que satisfeito. No entanto se não comer também não sinto a falta.

Sei que quem adora castanhas questiona a razão de não gostar. Não consigo explicar mas sei que a forma como a castanha se desfaz na boca não me agrada, parecendo, através do meu paladar, que estou a saborear algodão pela forma como se desfaz. Sei que esta explicação é estranha, mas sempre que como castanhas é com essa sensação com que fico na boca.

Curtas e Diretas #33

Não têm mais nada para comer hoje a não ser castanhas?! Hoje é ver as castanhas assadas, fritas, cozidas... Tudo ao sabor do freguês! Eu não como este fruto seco porque não gosto e dispenso colocar gostos nas inúmeras imagens que têm aparecido pelas redes sociais nas últimas horas com a finalidade de comemorarem publicamente o magusto!

São Martinho sem castanhas

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Existem pessoas mesmo estranhas, não é? Talvez seja uma dessas pessoas! Então não é que aqui o moço não gosta de castanhas? Sejas elas fritas, assadas, cozidas ou de qualquer outro modo, a castanha sabe sempre mal, parecendo que se desfaz na boca como algodão, o que não agrada!

Recordar o Magusto

Por estes dias, ao tentar adormecer, lembrei-me de uma situação bem embaraçosa pela qual passei no meu tempo de escola primária! Estava talvez no segundo ou terceiro ano, festejávamos a época do magusto e além de termos que levar castanhas, nozes e afins para a escola com a finalidade de festejarmos o dia, tivemos ainda que «atuar».

Na altura calhou-me uma lenga lenga sobre o magusto que a professora passou para uma folha com a intenção de que a decorasse em casa para que no dia subisse ao pequeno palco junto ao quadro e a entoasse para todos ouvirem. O que aconteceu? Nem quis saber da malvada folha e na hora h o lindo texto sobre castanhas e castanholas não saiu livremente da minha boca! Passei vergonha porque baixinho a professora foi dizendo bem perto de mim o que tinha de proclamar sempre com a esperança de que me lembrasse de algo que nem tinha estudado!

Para sempre aquela imagem de todos os colegas da escola à minha frente e da criança envergonhada e nervosa pelo palco ficou-me marcada, tendo ao mesmo tempo ganho a noção de que não vale a pena esquecer que as plateias têm de ser enfrentadas da melhor maneira e nunca deixar o trabalho de casa para a última da hora! Fiquei envergonhado pela situação e ainda hoje me recordo de tal passagem, mais de vinte anos depois! Quem sabe se não será por isso que não gosto de castanhas!

Criança sofre!