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O Informador

Cópias da vida

Caminho

Quando for grande quero ser eu, nem melhor nem pior que ninguém, mas também sem me tornar na cópia de qualquer alguém que circule pela sociedade que vive cada vez mais de discípulos bem treinados para seguirem passo a passo os seus professores orientadores num caminho recto, de objetivos fixados como se não existissem curvas e contratempos. 

Caminhos

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Cada caminho é feito para ser seguido, aproveitando cada passo e procurando conhecer o que se espera pela frente, onde não só de retas se fazem os trajetos. Curvas e cruzamentos aguardam para se atravessarem pela caminhada a qualquer momento, deixando por vezes a linha primeiramente preparada a balançar e outras vezes, em situações mais complicadas, baralhada perante o caminho a seguir entre várias opções possíveis perante o dilema que está a ser colocado quando se fica perante uma simples escolha entre a direita, a esquerda ou mesmo a frente, qual a melhor opção, sem que por vezes se consiga perceber o que estará em cada qual mais para a frente?

Caminhar e acreditar, sentir, inspecionar e perceber que opção tomar, mesmo que por vezes seja necessário voltar um pouco atrás para seguir o que antes tinha sido o rejeitado. Cada escolha tem de valer por si, por vezes é possível voltar atrás e remediar situações, por outras é seguir em frente, dando o salto pelo troncos caídos pela estrada para ultrapassar barreiras naturais que em certos sentidos só ajudam a fortalecer a capacidade de cada um para perceber como agir numa futura decisão sobre que caminho enfrentar quando as dúvidas surgirem num novo desafio do par ou ímpar. 

Caminho da felicidade

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Caminhos que se fazem de avanços e recuos, retas e oscilações, percursos esses que se requerem de atenção para que nada falhe no momento de ser prestada cada prova onde todo e qualquer percalço e desaforo não pode ser levado para casa como medalha de mérito de nova etapa cumprida.

Na vida existem pontos bem essenciais para se sair vencedor. A humildade em comunhão com a resiliência, a alegria contagiante, a perspicácia pelo caminho, a sobrevivência para se ser sempre um pouco mais e melhor sem esquecer o toque de bondade, generosidade e de partilha com quem nos rodeia por bem. Na essência do dia após dia o lema das pedras da calçada que devem ser trilhadas com todos os percalços necessários é fundamental para que por cada obstáculo ultrapassado se possa conseguir afirmar que uma nova fase foi cumprida com legítimo sucesso, lutando, enfrentando e sem machucar para se seguir em frente.

 

Caminhos solitários

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A vida tanta vez que pode ser comparada com uma estrada, ora vazia, ora meio cheia, e por vezes mesmo com pequenos ou grandes percalços.

No caminho pessoal de cada um são vários os motivos que levam a seguir em frente, parar por obrigação, sabendo abrandar ou mesmo deixar de pensar e seguir como se nada estivesse a acontecer em redor. Na estrada, faça chuva ou faça sol, o percurso tem de ser feito, podendo existir entraves por ultrapassar, piso derrapante como uma armadilha colocada por alguém menos bem intencionado ou mesmo uma imobilização para que se pare e se regresse um pouco atrás para que se consiga seguir em frente mais tarde.

Analisando o percurso de vida de cada um, do nascimento à morte, é possível apreciar um circuito, com curvas e várias retas, porque nem sempre a turbulência tem de existir. Movimentações aceleradas ou caminhos obrigatórios mais calmos num espaço pessoal mas onde a necessidade de procurar quem siga no sentido contrário ou que tenha como objetivo alcançar o mesmo ponto, a meta desejada, como se um bónus fosse atribuído à chegada perante a tão desejada fita que se rebenta como símbolo final de uma etapa ganha. 

Viajar, percorrer o Mundo, conhecer e saber apreciar, caminhar e acima de tudo perceber que em qualquer caminho que seja escolhido nunca ficamos sós. Sempre existe alguém por perto, nem que seja o nosso pior inimigo que em momentos complicados consegue esquecer os pesos de outros tempos e colocar a balança com pratos limpos para de forma livre recomeçar de novo um percurso. 

José Saramago renovado

José SaramagoJosé Saramago será eterno em Portugal e no Mundo, no entanto os contratos editoriais que as suas obras possuem não têm um estatuto permanente, tendo agora as herdeiras do autor deixado terminar o acordo com a editora Caminho e aceite uma nova parceira com a Porto Editora.

Pois é, as obras do nosso Prémio Nobel da Literatura ganharam uma nova editora e também uma nova roupagem. Com novas capas coloridas, deixando os amarelos desmaiados para trás, e com os seus títulos em grande destaque, os escritos de José Saramago tornaram-se assim obras da chancela da Porto Editora, num acordo de seis anos. 

Este novo relançamento da obra de José Saramago conta com os títulos A Caverna, A Noite, A Viagem do Elefante, As Intermitências da Morte, As Pequenas Memórias, Ensaio sobre a Lucidez, História do Cerco de Lisboa, Manual de Pintura e Caligrafia e O Homem Duplicado, títulos esses que ganharam uma nova roupagem pelas mãos de Álvaro Siza Vieira, Armando Baptista-Bastos, Eduardo Lourenço, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, Júlio Pomar, Lídia Jorge, Mário de Carvalho e Valter Hugo Mãe que caligrafaram o título para cada uma das novas capas.

José Saramago é eterno e a sua obra está à disposição de todos, seja em que editora for e em que moldes. Antes os seus livros tinham a chancela da Caminho, agora são da Porto Editora, mostrando que todos querem ter a herança deixada pelo homem das letras!

As palavras são um perigo

Sempre amei por palavras muito maisdo que devia

são um perigo as palavras

quando as soltamos já não há regresso possível ninguém pode não dizer o que já disse apenas esquecer e o esquecimento acredita é a mais lenta das feridas mortais espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo e vai cortando a pele como se um barco nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia desprevenidos e completamente indefesos

um perigo as palavras

mesmo agora aparentemente tão tranquilas neste claro momento em que as deixo em desalinho sacudindo o pó dos velhos dias sobre a cama em que te espero

Alice VieiraO que Dói às Aves, Caminho, 2009

Como as palavras que são ditas são tão perigosas quanto o nosso pensamento! Eu, com o meu modo explosivo de ser, deixo escapar muita coisa que não devo quando me enervo e depois já não existe volta a dar. Sou tão impulsivo com as pessoas que mais amo e depois acabo por as magoar sem realmente ter essa intenção nos momentos em que me exalto. Tenho nervos de ser assim tão rezingão nos momentos quentes, mas não consigo ficar calado e depois lá chegam as palavras boas e más que se juntam e magoam os outros! As palavras depois de ditas já estão transformadas num perigo em construção e depois tudo depende da maneira como são interpretadas! Cala-te mas é!