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O Informador

Batalha

«Essas pessoas poderão dizer com orgulho: «Nunca perdi uma batalha.» Mas jamais poderão dizer: «Ganhei uma batalha.»»

Paulo Coelho, em Manuscrito Encontrado em Accra

Cada vez acredito mais que me encontro na linha do «Nunca perdi uma batalha». Os meus objetivos de vida foram acontecendo ao longo dos últimos anos, e embora nunca tenha feito grandes elaborações do que queria no dia de amanhã, sempre tive uma noção do caminho a seguir e as coisas foram acontecendo mais ou menos dentro dos parâmetros que idealizei. Não chamo à minha vida uma conquista de batalhas, já que fui vivendo o meu dia-a-dia com normalidade e sem pensar que me teria que desafiar a mim próprio para conseguir algo mais. Será que devia ter pensado que ir contra alguém e lutar por algo seria o ideal? Não acho, acredito sim que a vida nos faz ver o que verdadeiramente merecemos, conquistando-nos com o decorrer do tempo, fazendo o mesmo perante os outros em relação à nossa pessoa. 

A vida tem-me surpreendido com mil e uma coisas e por vezes acredito que nunca me vi envolvido numa verdadeira batalha onde pudesse sair vitorioso ou com a perda do meu lado. Gostaria imenso de poder dizer que «ganhei uma batalha», mas isso não me ocorre acontecer, pelo menos que me lembre neste momento. Fui batalhando aos poucos, mas não tenho um acontecimento em si que me tivesse dado uma grande luta perante a vida e os outros.

Quando falo em batalhas, falo de verdadeiras guerras entre o sim e o não, o bem e o mal. Não me desafiei a mim próprio, tendo sido levado pela vida e pelos outros a ser quem sou hoje e a ter o que tenho. Estarei errado por não ter procurado batalhas? Não sei, mas não me sinto nem melhor nem pior por isso!

Não gosto de pensar que poderia ter isto e estar assim ou de outra maneira se tivesse seguido outros caminhos, porque as suposições não nos levam a lado nenhum. Se não quis optar por uma coisa foi porque achei que não o devia fazer na altura, logo não quis seguir essas batalhas de vida, seguindo outros caminhos, deixando-me levar pelo presente e futuro que agora também já fazem parte do passado.