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O Informador

A Morte do Papa | Nuno Nepomuceno

Cultura Editora

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Título: A Morte do Papa

Autor: Nuno Nepomuceno

Editora: Cultura Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Janeiro de 2020

Páginas: 352

ISBN: 978-989-8979-40-7

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Uma freira e dois cardeais encontram o corpo sem vida do Papa sentado na cama, com as mangas da roupa destruídas, os óculos no rosto e um livro nas mãos. O mundo reage com choque, sobretudo, quando Pedro, um delator em parte incerta, regressa à ribalta e contraria a versão oficial. Porém, tudo muda quando imagens de  um escritor famoso vêm à tona, colocando-o na cena do crime.

Enquanto as dúvidas se instalam, um jornalista dedica-se à investigação do desaparecimento de uma adolescente. Mas eis que um recado é deixado na redação da Radio Vaticana. Com a ajuda de um professor universitário e da sua intrépida esposa, os três lançam-se numa demanda chocante pela verdade. O corpo da jovem está no local para onde aponta o anjo.

Pleno de reviravoltas e volte-faces surpreendentes, intimista e apaixonante, inspirado em factos reais, A Morte do Papa conduz-nos até um dos maiores mistérios da história da Igreja Católica, a morte de João Paulo I. Tendo como base os cenários únicos da Cidade do Vaticano, este é um thriller religioso arrebatador, de leitura compulsiva, e igualmente uma incursão perturbadora num mundo onde a ambição humana desafia o poder de Deus.

 

Opinião: Parece começar a ser cliché, mas não consigo ler um livro de Nuno Nepomuceno sem admitir o quanto é bom ter a oportunidade de conhecer a obra de um dos nomes fortes da literatura nacional nos tempos que correm. Mais uma vez a capacidade do autor de surpreender com um bom enredo foi superada e após os sucessos que me prenderam nos últimos anos, agora foi a vez de A Morte do Papa de chegar, conquistar e ficar desde logo entre os preferidos do ano, que ainda mal começou. 

Pegando no já conhecido professor Afonso Catalão e na sua mulher, a jornalista Diana, para que juntos protagonizem um thriller religioso recheado de suspense e mistério. Nesta obra a ficção atual faz uso de uma realidade com anos, cruzando histórias, tempos e personagens num mundo existente mas onde tudo é transformado numa pura criação onde Nepomuceno como que recria a morte do Papa João Paulo I nos tempos modernos e perante o nome da sua criação, o Papa Mateus I. 

Encontrado morto após 33 dias de ser eleito, o enredo desta obra arranca quando o anúncio da morte do Papa surge pela imprensa. A partir daí a trama desenrola-se para se cruzar com o misterioso desaparecimento antigo de uma jovem de 15 anos. O jornalista Paolo investiga o desaparecimento de Gabriella, já Diana encontra-se curiosa com a morte do Papa Mateus I. Duas histórias semelhantes ao que é contado de outros tempos e que neste livro se cruzam de tal maneira que conseguem agradar ao longo de toda a leitura. 

Novidades Grupo BertrandCírculo | Este vício de ler

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O Grupo BertrandCírculo reuniu amigos, imprensa especializada e bloggers para anunciar os lançamentos literários que serão feitos dentro das suas várias chancelas - Bertrand, Quetzal, Temas e Debates, Círculo de Leitores, Contraponto, Pergaminho, ArtePlural, GestãoPlus e 11x17 - até ao final do ano. E antes de avançarem de forma corrida na leitura deste texto, posso-vos dizer que existem novidades para todos os gostos e várias surpresas já esperadas há algum tempo. No total serão mais de 80 publicações que irão ficar disponíveis pelos próximos meses, também a pensar no Natal e nos bons amantes de literatura. 

Começando pela Bertrand Editora, no espaço de ficção, posso revelar que os apreciadores da série Alias Grace poderão ter também a obra que inspirou a produção. Chamavam-lhe Grace, da autoria de Margaret Atwood, é finalmente publicado em Portugal. Numa história de crime, mistério e sexo, esta narrativa gira em torno da vida de uma das mulheres mais célebres e enigmáticas do seu tempo, Grace Marks, que se viu envolvida no homicídio do patrão e da governata. Nos lançamentos da Bertrand surge também o novo livro da coleção Mitologias de Gonçalo M. Tavares, Cinco Meninos, Cinco Ratos. Cinco crianças perdidas na floresta perdem a mais nova e a partir daí as crenças e os mundos imaginários fazem das suas entre encontros, mau olhado, perigos e mitologias. Um nome desconhecido surge no catálogo da editora a partir de agora. Susi Fox, a autora de Meu, uma narrativa onde a mãe de um recém nascido não o aceita como seu. Um verdadeiro pesadelo que vai para além de depressão pós-parto. Uma Educação, de Tara Westover, um dos livros que Barack Obama gostou de ler, surgirá nas livrarias pelas próximas semanas, sendo uma obra que acompanha a vida da autora, numa ficção não-narrativa. A partir das suas experiências, Tara debate a educação e o que de bom e mau podemos tirar partido da mesma. Acredito que A Coisa, de Stephen King, seja o grande lançamento destes últimos meses de 2018. Dividido em duas partes pelo seu volume, A Coisa vive da história de um grupo de crianças que percebe que por baixo da cidade algo de errado se passa. Anos mais tarde terão de se reunir e regressar ao local para enfrentarem de novo pesadelos de outros tempos. Dentro dos lançamentos próximos da Bertrand ficção existe ainda a destacar A Nossa Vida em Sete Dias, de Francesca Hornak, Fica Comigo Este Dia e Esta Noite, de Belén Gopegui, A Bela Adormecida Assassina, de Mary Higgins Clark e Alafair Burke, Amigos Para Sempre, de Danielle Steel, Cara ou Coroa, de Jeffrey Archer, Olha Por Mim, de Daniela Sacerdoti, A Herança de Judas, de James Rollins, A Fraude, de John Grisham e Uso da Força, de Brad Thor.

Onde Estavas Quando Criei o Mundo?

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Autor: Artur Ribeiro

Lançamento: Setembro de 2016

Editora: Guerra e Paz Editores

Páginas: 96

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Uma mulher defende-se em tribunal com o propósito de explicar o seu crime. Embora não sejam claras de início, as circunstâncias pelas quais a mulher responde, acto mais hediondo não parecer haver: a ré é acusada de filicídio. O que leva uma mãe a este acto extremo? E como explicá-lo? Poderá ter sido um acto de piedade ou de sacrifício?

O leitor será colocado no papel tanto de juiz como de confessor, na tentativa desta mulher racionalizar o que está por de trás de actos extremos e as suas apologias — apoiando-se em exemplos da Bíblia, como o livro de Job — aos problemas sociais e familiares da actualidade, nomeadamente a questão da eutanásia.

 

Opinião: Artur Ribeiro, argumentista e realizador de produções televisivas e cinematográficas, como é o caso da novela Belmonte, recentemente transmitida pela TVI, e do filme Duplo Exílio, lançou-se em 2012 como dramaturgo com a peça Onde Estavas Quando Criei o Mundo?, estreada no Teatro Nacional D. Maria II e com interpretação de Manuela Couto. Essa peça passou agora do desafio teatral para a literatura e deu origem ao livro com o mesmo nome, lançado pela Guerra e Paz.

Eu, que sou fã da escrita de Artur Ribeiro para televisão, logo que vi esta obra a ser apresentada não hesitei e em boa hora fiz a sua leitura. Onde Estavas Quando Criei o Mundo? é daqueles livros para ler de uma só assentada. De escrita familiar, com fortes passagens entre o presente de uma mulher que enfrenta a justiça pela morte do filho e o passado onde vários recados são deixados, nesta obra o recurso a vários exemplos bíblicos existe através do livro de Job. A crítica e debate para com problemas sociais e familiares, tão díspares entre cada sociedade, a atualidade que vai sendo alterada ao longo dos anos e a verdadeira questão base desta obra que é a eutanásia. Afinal de contas, estará a lei portuguesa certa ou um pouco atrasada em relação a este tema que mexe com a mente de quem reflete sobre a questão?