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O Informador

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«Cala-te Ricardo! Cala-te Ricardo! É melhor estares calado e deixar o barco andar! Sim, a verdade surge ao virar da esquina, mesmo que já seja tarde! Cala-te Ricardo! Cala-te!»

Esta podia ser uma das sequências do meu pensamento em diversas alturas da vida em que preciso muito de abrir a boca para dizer as verdades a alguns seres que habitam por aí mas onde o lado apaziguador me diz que é melhor estar calado que mais cedo ou mais tarde a verdade sobre a falsidade surge na tona de um copo cheio que rapidamente pode ficar vazio. Não gosto de deixar passar as situações que me causam algum desconforto e é por isso que por vezes deixo escapar alguma dica menos boa sobre o que vou vendo e que não aplaudo, mas tento sempre, ou na maior parte das vezes, conter-me para não exaltar emoções de quem acredita que consegue enganar meio mundo para atingir os seus fins. Não, nem todos caímos em jogos e manipulações, não, não preciso que se aproximem por interesse, e não, não vale a pena alterarem os vossos comportamentos de um dia para o outro porque deste lado está um lobo velho que desconfia simplesmente da queda de uma pestana no prato da sopa. 

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Geralmente quando nos aparece alguém pela frente rapidamente é feita uma ideia geral e com pouco onde nos justificarmos perante as primeiras impressões que acabamos por recolher sobre o novo membro do grupo, da equipa ou mesmo até da família. Com o tempo as ideias pré-concebidas perante os primeiros contactos vão sendo alteradas, mas nem sempre isso acontece para melhor. 

Há uns tempos entrou um novo membro para a equipa. Entrevista feita, apresentações efetuadas e o primeiro dia surgiu. Logo eu que estava em funções no dia da estreia não fiquei convencido com o que vi perante as primeiras horas. A falta de ação, os olhares e o supostamente «saber tudo» mataram a ideia que tinha e sempre tento ter sobre quem está a começar, tal como quando sou eu a entrar numa nova situação. Livre, limpo e com a capacidade de aceitar a mudança para se aprender com quem já está e ser integrado no que está a começar é o melhor, mas parece que nem todos pensamos dessa forma. Não consegui ver esse espírito de quem chegou, não aceitou à partida o que lhe era explicado por alguns e os momentos de «já sei fazer» ou de ignorar as palavras de alguns destacaram-se. 

Sim, quem sou eu no meio de um mundo recheado de estrelas e abismados sonhadores que sabem que caminhos seguir e que trilhos percorrer? Sou eu, sei o que significo como pessoa para comigo, no entanto também sei que não tenho terreno marcado para deixar marcas sobre a minha presença entre vós. Deixar um trabalho para a posteridade e poder ser recordado por muitos e bons anos é o objetivo de alguns, aqueles que pensam e lutam para o conseguirem, atingindo tais objetivos a longo prazo. Eu sei que não consigo lutar e também não tenho tais intenções para o fazer porque não existem razões nem objetivos. 

Estou feliz, estável e a viver quase um dia de cada vez, não pensando que sou aquele piolho único a bailar na cabeça de um careca. Não me sinto a última bolacha da terra e não consigo matar a fome pelo mundo que vive de terror e tormento pela guerra insana do Homem.

Quem consegue mudar o Mundo e deixa que a devastião permaneça com tantos erros políticos e democráticos não tem vida e muito menos sentido para continuar em frente com a consciência tranquila. Não consigo mudar o pensamento de outrem, no entanto há muitos que conseguem alterar o percurso de milhares de vidas e que nada fazem para ficar na História como os especiais heróis.

Perguntas-me se ao escrever os meus textos n' O Informador penso no que os outros vão pensar para não criar mal entendidos e para que fiquem com uma boa imagem de mim? Não, isso não acontece! Escrevo com base no que penso, no que sinto e no que quero... A opinião dos outros não é colocada em questão na hora de Publicar um novo texto e só depois poderá surgir, se os comentários assim o mostrarem, para o bem ou para o mal!

Não me preocupo com a forma como os textos mais críticos são recebidos por quem os lê. Quando comecei a criar este blogue ainda tinha a preocupação sobre os assuntos que escolhia e como falar sobre os mesmos. Agora tudo segue em formato de palavras tal e qual como é pensado. Se isto é uma página pessoal, com as opiniões de uma pessoa, por que razão as deveria andar a alterar só para ficar bem na fotografia que os outros possam ter de mim?

Eu não alinho no escrever pelas aparências e não me calo por pensar que possa tocar em alguém mais sensível. Eu sou assim, aqui mostro quem sou e não vou mudar pela conveniência do que possa parecer perante a sociedade.

No mundo dos blogues existem bons espantalhos que só escrevem coisas boas e fofinhas para irem de encontro ao idílico de quem os segue. Isto também acontece na vida além da escrita, porque o que não faltam por aí são vidas de aparências!

Com o passar do tempo vamos conhecendo as pessoas, seja na família, entre os amigos ou no trabalho e começam-se a perceber que pequenos pormenores que são contados não encaixam com a realidade ou com o que foi revelado antes. Então andamos a inventar histórias para ficar bem na fotografia? Pois, parece que sim!

Não percebo como as pessoas que se tentam mostrar as melhores e as que têm tudo perante os outros, depois se deixam apanhar através das mentiras que as próprias foram criando ao longo da vida! Há muito que já tinha percebido que a miga não tinha o tanto que apregoava e com as semanas a passarem e os acontecimentos a aparecerem tudo se encaixa a seu desfavor! Vende-se ouro porque é necessário pagar uma conta, compram-se pequenos objetos de moda às prestações, inventa-se que o companheiro é um máximo e que lhe dá tudo quando as coisas acontecem ao contrário... Existe mesmo necessidade de se mentir e passados quinze minutos os outros perceberem que afinal tudo o que estava a ser dito é falso porque a realidade aparece?!

Eu não consigo perceber porque se tenta subir tanto através de um falso estatuto que não se consegue alcançar, andando toda uma vida a recorrer a mentiras e fachadas para se conseguirem manter as aparências! Só que nos dias que correm já ninguém é assim tão tapado para deixar escapar os pormenores que são deixados pelo ar! Enfim...

Não, tu não tens tudo, tudo, tudo porque já deu para ver que não tens um casamento de sonho, não vives feliz e não podes comprar o que queres. As razões? A ilusão com que sempre viveste e quiseste mostrar aos outros! A tua história de conto de fadas é uma mentira!

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