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O Informador

Ainda sou do Tempo | Cassete de vídeo

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Trinta é o número de anos que usufruem da minha pessoa! E agora posso sempre dizer que «ainda sou do tempo» das cassetes de vídeo que tantas horas me entreteram pelas tardes de fim-de-semana e nas férias escolares. 

Algumas eram compradas, poucas e em datas especiais porque nunca fui criança de ter tudo o que pedia para «não estar mal habituado» e assim é que deve ser. Mas a maioria eram alugadas por um prazo de uma semana, se a memória não me falha, no clube de vídeo da vila mais próxima da aldeia. Lembro-me como se tivesse agora a entrar naquela loja, geralmente aos Sábados à noite, com a cassete da semana anterior para entregar e escolher o filme, em semanas com períodos prolongados em casa eram os filmes, que me acompanharia pelos dias seguintes. Por vezes via o mesmo filme duas e três vezes na mesma semana para o aproveitar bem e quando eram as películas Disney então era uma maravilha. 

Existia magia em assistir a um novo filme todas as semanas e aquele momento de ir com a cassete entrega-la no balcão e saber que logo de seguida poderia escolher outra criava, enquanto criança, uma sensação mágica porque dentro da rotina sabia sempre que acontecia e eu gostava de andar em torno da estante a ver as capas, a ler os títulos e as apresentações dos filmes. As novidades que iam surgindo geralmente desapareciam rapidamente da estante e era quase um milagre, não o de Fátima, apanha-los logo pelas primeiras semanas, mas quando conseguia perceber que existiam películas que ainda não tinha visto ficava feliz, talvez arregalasse os olhos e os óculos tremessem até de alegria. 

Texto perdido!

Um caderno antigo andava dentro de uma caixa no carro! Encontrei-o, abri para ver se tinha algo escrito e para além de umas folhas com nomes de um suposto livro que tinha em mente escrever na altura (pobre deste jovem na casa dos vinte), encontrei o texto que passo a transcrever.

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O mundo por vezes revela-se um labirinto de emoções onde o que hoje é, amanhã parece já não ser... De um momento para o outro o bem transforma-se no mal sem que nos tenhamos dado conta, o que acaba por surpreender quem está envolvido nessa mudança de forma súbita, fazendo com que se tenham que tomar medidas repentinas um pouco sem pensar! Sem tempo para pensar e ainda com o efeito negativo da surpresa age-se de cabeça quente e depois? Ah, pois é, depois é que surgem os arrependimentos sobre o que foi feito e o que não foi feito, mas que deveria ter sido!

Sinceramente, não faço sequer ideia do que isto é! Sei que foi escrito por mim porque tem a minha letra, no entanto não me recordo em que fase estaria a passar no momento para ter tais pensamentos sobre a vida! Estas frases têm mais de oito anos, tenho praticamente a certeza. Hoje não fazem sentido e não as consigo encaixar num momento exacto do passado, no entanto o que é certo é que elas passaram para o papel e agora, anos depois, voltaram a aparecer sem qualquer procura e lembrança de que tais existiam.