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O Informador

Ciclistas

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Os ciclistas respeitadores que me desculpem qualquer coisita, mas tenho a apelar a que alguns dos humanos que circulam pelas estradas deste país em bicicleta percebam que nas estradas podem e devem circular para se manterem em forma mas pensem nas outras viaturas que andam também por ai. O apelo é mesmo o de não desrespeitarem as regras e tentarem seguir em fila para facilitar a passagem dos restantes.

Será assim tão difícil seguir em linha e não paralelamente para que carros e camiões possam seguir os seus trajetos sem demoras e receios? Uns fazem-no por desporto, outros pelo convívio e acredito que seja neste campo que muitos erram, por quererem pedalar ao mesmo tempo que vão mantendo a conversa de café em dia para que as notícias do momento sejam bem comentadas e revistas.

Já agora, em locais mais movimentados evitem levar crianças, já que por muito que os automobilistas tenham cuidado e abrandem a velocidade, pode existir sempre um deslize e depois os acidentes acontecem. Quantas estradas sem movimento ou parques com menos perigos existem disponíveis por este país fora e ainda há dias em plena estrada nacional, ao fim-de-semana com menor tráfego, vi um pai com dois menores abaixo dos dez anos de idade a circularem, com uma das crianças na frente do progenitor e a outra atrás, cada qual com a sua bicicleta. Acredito que este exemplo seria bem dispensável se o adulto tivesse a capacidade de perceber que existem locais apropriados para passear de bicicleta com os seus filhos. 

Confinamento com saída diária

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Os dias de confinamento aqui por casa têm sido passados dentro da mesma base. Todo o dia em casa, numa pasmaceira entre televisão, leitura e escrita, enquanto vou petiscando aqui e acolá. Porém o ponto alto do dia é mesmo a saída após o almoço para o andamento diário onde tenho feito cerca de dez mil passos, o que corresponde mais coisa menos coisa a oito quilómetros.

Todos os dias, quando o tempo permite, e durante duas horas, saio para a rua e percorro os caminhos desertos entre a natureza, afastado de tudo e todos, para me esticar e exercitar, já que nestes tempos do «fica em casa» continua a ser necessário manter o passeio higiénico e o exercício para que o corpo não se habitue a ficar sentado no sofá.

Exercitar corpo e mente

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A quarentena voluntária, por encerro temporário do local de trabalho, obrigou-me, e ainda bem porque só assim me sinto um pouco mais protegido, a ficar em casa. Fechado em família e a reaprender a ocupar os muitos tempos livres com o possível dentro de quatro paredes, aproveitei esta pausa forçada para regressar aos treinos diários que desde o primeiro dia mantenho rigorosamente e sem falhas. 

Comecei e ainda estou na fase dos andamentos. Todos os dias, geralmente entre as 09 e as 10 da manhã, já de pequeno-almoço tomado, saio de casa rigorosamente equipado, de telemóvel no bolso, auriculares nos ouvidos, óculos de sol na cara e disposição para enfrentar uma hora completa de andamento. Sigo a viagem sem paragens, para locais onde sei que não irei encontrar ninguém e mesmo que me cruze com alguma da pouca vizinhança que faça o seu passeio higiénico naquele horário é somente um «bom dia» e seguimos viagem por não existir tempo, espaço e proximidade para mais nos tempos que correm. Uma hora é o tempo que destinei desde o primeiro dia para os meus andamentos, onde vou juntando um pouco de corrida porque nada tem de ser forçado, sendo sim necessário ter calma também com o corpo que há alguns meses estava mais parado em termos de andamentos, exercícios e afins. 

Agora que comecei com este sistema regular para o bem estar físico, e uma vez que a intenção já vinha detrás mas a força de vontade faltava, espero que quando toda esta situação social voltar a normalizar, que consiga manter esta nova rotina, não no mesmo horário porque sei que nem sempre conseguirei ter tal possibilidade, mas pelo menos a intenção é deixar uma hora por dia para colocar o corpo a exercitar-se. Se agora não custa depois também não custará deixar uma hora do dia, de manhã ou tarde, para seguir viagem a pé porque estes andamentos não fazem simplesmente bem ao físico, sendo também um bom exercício para a mente. Costuma-se dizer que mente sã em corpo são e a realidade é essa mesmo!

 

Circular pela Direita

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Nos tempos de estudante de ensino básico, a direção da escola decidiu implementar uma regra para a circulação nos corredores durante os intervalos, já que ao almoço não poderíamos andar dentro do edifício porque a ordem era mesmo, «tudo para a rua», esteja sol ou chuva. Certo é que a regra de circulação foi tão levada a sério que ainda hoje a pratico. 

Foram talvez uns dois anos em que nos corredores do colégio era possível ver a indicação nas paredes e mesmo no chão para que se circulasse sempre pela direita para evitar encontrões e engarrafamento em certos momentos do dia. As coisas podem não ter causado efeito na maioria dos colegas, no entanto comigo funcionaram e mais de quinze anos depois ainda as tenho tão enraizadas que em supermercados, centros comerciais, corredores em lojas e afins continuo a ser um peão a circular pela direita e por vezes tenho mesmo pensamentos menos bons com quem não pratica tal regra, como se todos tivessem tido a mesma formação escolar sobre como vaguear pelos corredores escolares. 

Suicídio no Carregado

Existem coisas que nos marcam e que ficam na memória, por mais que tentemos esquecer, por largos anos! Uma delas será o suicídio a que acabei de assistir no Carregado! Um homem caiu, acredito que por vontade própria porque os apelos de quem o rodeava assim o mostravam, de um prédio com talvez quinze andares! Vi os últimos minutos do indivíduo pendurado na janela, a ser puxado por quem estava no interior do apartamento e vi a queda, com um estrondo quando o impacto no chão aconteceu!

Primeiro comecei a ouvir as ambulâncias e carros policiais, depois gritos de desespero e quando decidi ir à rua olhei para o local exacto onde tudo estava a acontecer e fiquei sem reacção. Um homem estava pendurado num décimo terceiro ou quarto andar, seguro por um braço e só ouvia alguém dizer que não estava a aguentar mais o esforço. Fiquei pálido, aflito e sem saber o que fazer! Uma sensação estranha que é complicada de explicar por palavras e imagens que irão ficar na memória por muito tempo!

Nestes casos tenho que olhar e ver sempre tudo, não conseguindo seguir em frente sem perceber o que se passa e aqui vi os últimos minutos de vida daquele homem desesperado por algum motivo e que decidiu colocar assim termo à vida.

Neste momento em que estou a escrever o texto pouco mais de trinta minutos passaram sobre o sucedido e tenho o estômago às voltas, sentindo agonia pelas imagens e por relembrar o som do impacto que a queda teve. Um acidente que me pareceu voluntário e que me chocou! Não consigo explicar como fiquei, só me lembro de estar a olhar fixamente, sem querer tirar os olhos daquele ser e a acreditar que o iriam conseguir recuperar para o interior do apartamento quando vejo o corpo a descer e as pessoas a gritarem.

Uma sensação de pânico pessoal inexplicável!