Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

O Meu Nome é Lucy Barton | Elizabeth Strout

Alfaguara

o meu nome.jpg

Título: O Meu Nome é Lucy Barton

Título Original: My Name Is Lucy Barton

Autor: Elizabeth Strout

Editora: Alfaguara

Edição: 2ª Edição

Lançamento: Setembro de 2016

Páginas: 176

ISBN: 978-989-665-117-6

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Lucy Barton está numa cama de hospital, a recuperar lentamente de uma cirurgia que deveria ter sido simples. As visitas do marido e das filhas são escassas e pouco aproveitadas por Lucy. A branca monotonia dos dias de hospital é quebrada pela inesperada visita da mãe, que fica cinco dias sentada à sua cabeceira. Mãe e filha já não se falavam há anos, tantos quantos os que Lucy passou sem visitar a casa onde cresceu e os que a mãe passou sem a visitar em Nova Iorque, nem sequer para conhecer as netas.

Reunidas, as duas trocam novidades e cochichos sobre os vizinhos da infância de Lucy, mas, por baixo da superfície plácida da conversa de circunstância, pulsam a tensão e a carência que enformaram todos os aspectos da vida de Lucy: a infância de pobreza e privação no Illinois, a fuga para Nova Iorque (a única dos três filhos que o fez) e a desintegração silenciosa do casamento, apesar da presença luminosa das filhas. Com um passado que ainda a atormenta e o presente em risco iminente de implosão, Lucy Barton tem de focar para ver mais longe e para voltar a pôr-se de pé.

Mais ainda do que uma história de mãe e filha, este é um romance sobre as distâncias por vezes insuperáveis entre pessoas que deveriam estar muito próximas, sobre o peso dos não-ditos no seio das relações mais íntimas e sobre a solidão que todos sentimos alguma vez na vida. A entrelaçar esta poderosa narrativa está a voz da própria Lucy: tão observadora, sábia e profundamente humana como a da escritora que lhe dá forma.

 

Opinião: Lucy Barton é uma sonhadora escritora que se encontra presa numa cama hospitalar onde poucas visitas recebe do marido e das filhas, no entanto existe uma pessoa de quem tem estado afastada que a vai acompanhar neste percurso solitário e de luta. A mãe de Lucy regressa após vários anos de afastamento e as horas que começam a partilhar no quarto do centro hospitalar traduz-se num duro embate de sentimentos de situações mal resolvidas onde as memórias de ambas acabam por ainda no tempo presente magoar. 

O Meu Nome é Lucy Barton traduz-se num romance onde o debate entre a comunhão entre mães e filhas acontece e se na maioria dos casos essa união significa paz, amor e cumplicidade, neste caso e também como retrato de várias famílias, por aqui existe a mágoa, os temas tabu do passado e agora a vontade de ambas em recuperarem o tempo perdido mas sempre com muito receio por não existir confiança mútua. 

Canções para o Incêndio | Juan Gabriel Vásquez

canções para o incêndio.jpg

Título: Canções Para o Incêndio

Título Original: Canciones para el incendio

Autor: Juan Gabriel Vásquez

Editora: Alfaguara

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Fevereiro de 2023

Páginas: 240

ISBN: 978-989-784-865-0

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Uma fotógrafa de renome apercebe-se de algo que teria preferido ignorar. Um veterano da Guerra da Coreia confronta-se com um segredo do passado durante um encontro que parecia inofensivo. 

Um escritor depara-se com a história apaixonante de uma órfã da Grande Guerra. Na Colômbia, em Espanha, Paris ou Hollywood, as histórias deste livro irradiam a estranha luz das coisas que ferem. Juan Gabriel Vásquez dá prova, uma vez mais, de mestria narrativa e profundo entendimento da existência humana. 

Um livro belo e cru sobre a força do acaso, que declina temas como a memória, o poder e significado da violência, e a relação complexa entre literatura e verdade.

 

Opinião: Canções para o Incêndio coloca num só livro várias personagens e histórias independentes que permitem a Juan Gabriel Vásquez percorrer particularidades do seu país e da sua própria vivência. Com contos distintos entre si, nesta narrativa onde a análise de uma sociedade é feita através da descrição da perda, derrota e trauma, o autor percorre cenários reais onde cada personagem, no seu tempo e espaço definidos, luta para conseguir dar sentido a situações que acabam por estar fora de controlo, uma vez que na vida nem tudo consegue acontecer dentro do planeado. Em Canções para o Incêndio o leitor encontra relatos de histórias comuns e relatadas de forma real e com grande sensibilidade através de um fio condutor bem desenvolvido para quem gosta de se ficar pela leitura de contos, o que não é o meu caso que sempre preciso de um desenvolvimento mais prolongado para conseguir conhecer quem está do outro lado e as suas histórias com permanência no tempo.

O Livro dos Baltimore | Joël Dicker

Alfaguara

O Livro dos Baltimore

 

Título: O Livro dos Baltimore

Título Original: Le Livre des Baltimore

Autor: Joël Dicker

Editora: Alfagura

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2020

Páginas: 552

ISBN: 978-989-665-067-4

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Até ao dia do Drama, existiam dois ramos da família Goldman: os Goldman de Baltimore e os Goldman de Montclair.

O ramo de Baltimore, próspero e bafejado pela sorte, mora numa luxuosa mansão. Encarna a imagem da elite americana, abastada e influente, que vive em bairros exclusivos, passa férias nos Hamptons e frequenta colégios privados. Já os Goldman de Montclair são uma típica família de classe média e vivem numa casa banal em Nova Jérsia. É a esta família modesta que pertence Marcus Goldman, autor do romance "A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert". Mas era à família feliz e privilegiada de Baltimore que Marcus secretamente desejava pertencer.

Mas tudo isto se transforma com o Drama.

Oito anos depois do dia que tudo mudou, é a história da sua família que Marcus Goldman decide investigar. Movido pelas memórias felizes dos tempos áureos de Baltimore, procura descobrir o que se passou no dia do Drama, que mudaria para sempre o destino da família.

O que aconteceu realmente aos Goldman de Baltimore?

 

Opinião: Joël Dicker voltou, após o surpreendente e merecido sucesso de A Verdade sobre o caso Harry Quebert, e não deixou de surpreender. O Livro dos Baltimore dá de novo voz a Marcus, o já conhecido autor da obra anterior, que numa história contada em três fases temporais - antes do Drama, um ano após o Drama e oito anos após o Drama -, são lançados diferentes enigmas junto do leitor, enigmas esses que se vão tornando reais ou ainda mais complexos consoante o enredo vai avançando, novos acontecimentos vão sendo relatados e os mais diversos pontos de vista divulgados para que seja difícil descortinar de forma fácil o que aconteceu na verdade entre o Gangue dos Goldman. 

Como todo o Drama terá acontecido sem que Marcus, sempre presente, se tivesse dado conta sobre o que se andava a passar e a ser preparado pelos primos com quem passava muito do seu tempo livre? Conhecemos os Goldman de Baltimore e os Goldman de Montclair. Marcus era do núcleo de Montclair mas sempre teve o sonho de pertencer ao Baltimore que ostentavam poder e liberdade perante a parte mais frágil da família. Afinal de contas o que esconde o passando dos Baltimore para se terem valorizado que os Montclair não conseguiram com o tempo? Valeria mesmo a pena pertencer onde não se pertence por direito? É que o tempo dita as regras e avança com as verdades dos factos, já que as conclusões conseguem provar que as premissas e desenvolvimentos com meandros menos bons conseguem deitar tudo a perder. 

A Verdade sobre o caso Harry Quebert

A verdade sobre o caso Harry QuebertA Verdade sobre o caso Harry Quebert transporta o leitor para o interior de um livro que conta um romance acabado em tragédia e que foi relatado do início ao fim como um verdadeiro conto de fadas. Um livro premiado, que gostei, mas que teve algumas falhas, principalmente com o nível do texto que deveria estar superior à realidade, uma vez que a história de um autor é contada e o mesmo é considerado um dos melhores da área.

Joël Dicker conseguiu criar uma vila pacata que viu um crime acontecer e todos se calarem ao longo do tempo. No entanto, e anos mais tarde, o corpo desaparecido é encontrado mesmo ao lado da casa do homem que se terá apaixonado pela jovem Nola. A prisão acontece, mas Marcus, o jovem autor e amigo de Harry, o acusado, não desiste de querer mostrar ao mundo que acredita na veracidade do que lhe é contado, fazendo de tudo para descobrir o verdadeiro culpado do crime e dos posteriores desenvolvimentos que as investigações tiveram com outros assassinatos e tentativas de tal a acontecerem. Este é um intenso policial, contado na primeira pessoa, pelos olhos de quem investiga, persegue e tenta perceber toda a verdade, só que as coisas não são assim tão fáceis de provar.

Ao longo de quase 700 páginas, o autor transporta os seus leitores por uma investigação travessa que quando dá a entender que afinal o culpado é uma pessoa específica, algo atira a mira para outro cidadão que também tem razões para ter cometido o crime. Quem será o verdadeiro autor da morte de Nola e por que razão Harry foi preso sem ter culpas no cartório? Questões relevantes que são colocadas, questionadas e posteriormente respondidas ao longo deste romance que deixa qualquer um com vontade de continuar a perceber o que irá acontecer pelas próximas páginas.

O que parece não é e os mais inofensivos e que teoricamente poderiam estar fora destas questões tornam-se os principais suspeitos e só mesmo no final todas as personagens são envolvidas nos crimes e só os verdadeiros culpados são castigados.

Um intenso romance contado em jeito de policial e que consegue captar a atenção dos fãs do género. Comecei a ler, não detectei o verdadeiro assassino e fui suspeitando de várias personagens ao longo da minha leitura. No final tudo me apontava para um desfecho e fui surpreendido, o que me deixou deveras agradado por perceber que o autor me conseguiu enganar através da história que elaborou sobre um autor que conta o romance de um outro. Uma tripla autoria, uma história em andamento e um final inesperado e com várias verdades a surgirem, verdades essas que nem são postas em causa ao longo de todo o livro.

Poderia estar melhor, mas eu fiquei rendido a este género, sendo A Verdade sobre o caso Harry Quebert um livro que consegue agarrar o leitor como Nola conseguiu envolver Harry com o seu amor, mesmo estando contra as leis.

Ficção diferente da realidade na literatura

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, da autoria de Joël Dicker, é o livro que me suscitou uma curiosidade com que não concordo entre a ficção e a realidade. E aqui falo de literatura, do sucesso e do escândalo. Três parâmetros que nada e tudo têm em comum...

Neste livro uma das personagens é um conhecido autor que teve do seu lado um enorme sucesso com o seu segundo livro. Anos depois o escândalo aconteceu e a verdade sobre a história contada naquelas páginas bem vendidas por todo o mundo aparece e esta pessoa que já esteve no topo é acusado de homicídio a uma menor com quem manteve um secreto romance. O que aconteceu com os seus livros? Assim que saíram as primeiras notícias sobre o caso, as editoras rapidamente retiraram de venda todos os exemplares dos livros deste homem que escreveu a sua história de amor como se fosse mais um romance e que com isso alcançou o sucesso.

Isto é ficção! Será que na realidade as coisas aconteceriam da mesma forma? Do modo como o mundo age nos dias que correm, se um escândalo deste calibre acontecesse com um qualquer autor, todos os seus livros não seriam retirados de venda, mas sim colocados como grande destaque, fazendo das notícias uma rampa para se conseguirem vender uns bons números de exemplares já editados e que estavam em armazém à espera de receberem luz verde para entrarem nas prateleiras das livrarias mundiais.

A ficção neste caso mostrou que as editoras reagem com a retirada de venda dos livros devido às más notícias sobre o autor, o que não acontece na realidade. Tenho praticamente a certeza que um caso deste estilo, a acontecer pela vida real, não teria a mesma reacção dos editores que iriam aproveitar o facto de se falar da pessoa para reforçarem as suas vendas e chamar o público para o livro do pecado.

Uma boa diferença entre a ficção que se mostra e pensa através de um mundo idealizado e a realidade pura e dura.

Vou ler A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert

A verdade sobre o caso Harry QuebertJoël Dicker é o autor do sucesso literário deste Verão, A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, e depois de várias semanas pelos tops nacionais, eis que aqui O Informador resolveu colocar os olhos a trabalhar nesta obra tão bem aplaudida pela crítica.

Com tão bom desempenho junto dos amantes e comentadores de literatura, agora chegou a minha vez de perceber o que se passa com este livro para ser tão bem falado por quem o lê, tendo conquistado os tops europeus, depois de angariar vários troféus desde a sua publicação.

Pelo que dizem este é um romance para se ler de uma só assentada porque conquista logo pelas suas primeiras páginas, vamos lá ver...

Sinopse

Verão de 1975. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da polícia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois de o seu primeiro romance ter tido um sucesso. Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim. Meses antes, Marcus, discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do seu desaparecimento. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir a sua própria investigação. O objectivo é salvar a sua carreira, escrevendo um livro sobre o caso mais quente do ano, e dar resposta à incógnita que inquieta toda a América: Quem matou Nola Kellergan?

Leituras de Agosto

Agosto, mês quente e mês do emigrante, foi para mim um mês de surpresa e desilusão literária! Se por um lado tive a companhia do bom Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas, por outro deixei-me levar pelo sucesso do autor de Inferno e senti-me enganado.

depois de morrerDepois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas

Ricardo Adolfo era até aqui um autor desconhecido para mim, mas com esta agradável surpresa deixou de ser um homem que escreve uns livros para poder ser apelidado de um dos melhores autores nacionais com quem já tive contacto através do seu bom trabalho. Com base nos portugueses que partem para outros países em busca de uma melhor vida, Adolfo cria uma família onde mil e uma peripécias acontecem porque simplesmente perdem o ponto de referência sobre o local onde se encontram. Através de uma escrita bem atual e desdramatizada consegui chegar a esta tripla vida constrangedora com picos de humor à mistura numa criação simples e do melhor que já li. Uma mensagem que me ficou na memória com este livro… Fugir dos problemas não é a solução porque quando isso acontece outros entraves vão aparecer pelo nosso percurso, acabando por barrar as ideias de salvação que começaram a aparecer.

Inferno 2Inferno

Dan Brown habituou os seus leitores a bons livros, agora com este Inferno a fama de bom autor foi abalada porque no lugar de ter criado uma boa obra deixou-se levar pelo seu sucesso e apresentou aos seus leitores uma corrida de várias personagens que se cruzam e descruzam em busca de um vírus prestes a atacar o mundo. Só que o problema deste Inferno não está no tal vírus, mas sim na forma como o super herói de Brown, Robert Langdon, corre até encontrar o que tanto procura. Não consigo perceber todo o desenrolar que foi criado neste livro porque as coisas parecem não fazer sentido, e só vejo personagens que tão depressa estão do lado do bem a passar-se para o outro lado e vice-versa, a ponto de ter pensado se o herói também estaria do lado contrário ao pretendido. Com uma boa ideia, este novo sucesso sem glória poderia ser um bom livro, mas perde-se nas corridas contra o tempo onde não existe espaço para comer e dormir, e tudo o que interessa é deixado para trás.

Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas

depois de morrerUma narrativa atual e que vive das peripécias de uma família... O pai narrador, a mãe e o filho, que depois de uma tarde de passeio pelas ruas mais visitadas da Ilha, como é apelidado o local onde se encontram, acabam por perder o sentido das ruas, estações de metro e dos percursos que teriam de tomar para um bom regresso a casa. No que isto dá? Numa excelente criação da autoria de Ricardo Adolfo e com o nome de Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas.

Um romance atual, com as personagens centrais super bem construídas e com o toque essencial para chegarem facilmente junto do leitor. Adolfo criou esta obra que remete para a emigração dos portugueses como se estivesse a viver com as suas personagens, o que me leva a ir mais longe e uma vez que é sabido que o autor também já foi ou é emigrante, será que algumas das peripécias que vão acontecendo em Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas não são próprias de quem as conta?

Uma família portuguesa, um pequeno quarto no estrangeiro para onde fogem em busca de uma vida melhor, uma casa com outras pessoas com quem não conseguem comunicar por falta de conhecimentos linguísticos e um país também ele completamente desconhecido para estes emigras dos novos tempos. O que poderia dar isto? Uma grande montanha russa de pensamentos, acontecimentos e peripécias! Partir do seu país em busca de um futuro risonho e sem noção dos riscos que se correm com as mudanças é a melhor solução quando se está em fuga?

O Brito é o imigrante ilegal num local que não conhece e com o qual não se identifica. Tudo lhe é estranho, desde a comida às pessoas, e quando o regresso ao seu quarto familiar se torna numa missão impossível tudo se desenvolve e aí sim começa o bom deste livro. Três pessoas e uma mala estão nas ruas da Ilha!

Ricardo Adolfo tem uma escrita bem atual e desdramatizada, não se remetendo a palavreados caros e complicados para explicar o que aquelas pessoas comuns sentem e vivem ao longo de vinte e quatro horas de buscas por um só local que parece cada vez mais distante. Através do conflito interior de dois adultos que se culpam entre si pelo sucedido e que acabam por se atropelar pelas decisões tomadas para o que enfrentam no presente, estes dois tugas deixam-se chegar perto de quem segue as suas vidas através das palavras porque são seres simples e podem ser qualquer um de nós num país que não conhecemos.

Com recurso ao humor para desanuviar as situações mais constrangedoras, Adolfo mostra que não chegou à literatura para brincar aos livros e para vender uns exemplares e voltar a recolher-se no seu mundo. Este português desconhecido dos seus tem muito para dar, tal como todos poderemos ter quando nos auto encontramos ao longo da vida.

Será que precisamos de nos perder para conseguirmos reencontrar o eu próprio de que tanto gostamos e voltarmos a ser felizes como sempre desejamos e onde queremos? Pois, uma boa questão que Adolfo me colocou com esta leitura!

Um livro leve, com uma história simples e bem elaborada através do encadeamento que lhe é dado. Ao longo destas quase 200 páginas vários foram os momentos em que fiquei a pensar sobre o que ia acontecendo porque as coisas simples podem acontecer a qualquer um, seja de uma maneira ou de outra e acabei por me rever naquelas personagens onde também encontrei pessoas com quem me cruzo no meu dia-a-dia. Sentir-me vivo e presente através das palavras de outra pessoa que não me conhece é agradável e isso só mostra que quem escreve está atento à sociedade e a todos os movimentos que andam à sua volta.

Um livro aconselhado para quem gosta de experimentar novos estilos literários e que prefere ter um livro leve como companheiro e não histórias pesadas. Ricardo Adolfo ainda não tem o público e os tops consigo mas já me conquistou para novas leituras!

Uma mensagem que me ficou na memória... Fugir dos problemas não é a solução porque quando isso acontece outros entraves vão aparecer pelo nosso percurso, acabando por barrar as ideias de salvação que começaram a aparecer.

Sinopse

Brito é imigrante ilegal numa cidade que não conhece e cuja língua não fala. Um domingo à tarde, depois da volta das montras, perde-se a caminho de casa com a mulher e o filho pequeno. E como acredita que para tomar uma decisão acertada tem de fazer o contrário daquilo que acha que está correcto, o regresso a casa revela-se impossível.

Depois de uma noite na rua, Brito percebe que se não pedir ajuda pode ficar perdido para sempre, mas se o fizer pode arruinar o sonho de uma vida nova.

Em pouco mais de vinte e quatro horas, Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas explora o que é viver imigrado dentro de si mesmo – mais difícil do que qualquer exílio.

Já chegou a tripla encomenda!

Tripla literáriaA minha tripla encomenda literária feita nas 48 Horas de promoções a 50% da Fnac já chegou à sua nova casa.

Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas, de Ricardo Adolfo, e editado pela AlfaguaraO Livro dos Homens sem Luz, de João Tordo, lançado pela D. Quixote e O Vendedor de Histórias, de Jostein Gaarder, editado em Portugal pela Editorial Presença já estão na minha posse e prontos para daqui a uns tempos serem lidos.

Estes três livros foram comprados por 17,75€, tendo todos um bom desconto, porque se isso não acontecesse não os tinha encomendado por ainda ter uns quantos para ler primeiro e o tempo não ser assim tanto. A par disto ainda posso dizer que já recebi o vale de desconto no valor de 5€ para usar até dia 27 de Agosto numa compra superior a 30€ através do site da Fnac.