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O Informador

Adormecer mais cedo

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Os anos passam e desde que se iniciou a era Covid19 que noto, mesmo a manter os horários de acordar, que faço por adormecer cada vez mais cedo. 

As saídas após o jantar acontecem com menor regularidade em tempos de pandemia, mas o certo é que quando acontecem tenho outro tipo de horários que me fazem regressar a casa mais cedo com o pensamento de que tenho de deitar. Nos dias que janto e já de pijama sigo para o quarto onde vou ficando com a televisão ligada e entre o tablet e os livros até que umas, poucas, horas depois a ideia de que tenho de desligar tudo e adormecer surge, mais cedo que o outrora habitual.

Relógio corporal

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«Dormir faz bem e faz crescer», lá avança o ditado popular com longos anos. Voltei a dormir melhor nos últimos tempos e com um maior número de horas de descanso. Com isso constato agora que o corpo está tão habituado à rotina que com o aproximar das horas habituais do acordar, os sensores começam a ser ligados e a ficarem em alerta. 

Nem sempre me tenho de levantar pela mesma hora, por ter no trabalho horários rotativos e mesmo na folga posso ficar mais tempo a dormir, no entanto corpo e mente não entendem esse facto e todos os dias o momento de acordar é o mesmo. Com ou sem despertador o som começa a fazer-se sentir, os olhos abrem e percebo que em dias em que o telemóvel vai tocar para me acordar o consigo fazer instintivamente uns minutos antes. Nas folgas, sem horários a cumprir, aquela hora é sagrada e lá fico desperto como se tudo estivesse tão infiltrado numa rotina corporal que não consigo aguentar-me a dormir até mais tarde.

Adormecidos no restaurante

Jantar fora com a melhor amiga tem tudo para ser um serão animado, para mais quando na mesa ao lado um casal adormece ao longo da refeição familiar. Acordarem só mesmo ao partir do bolo de aniversário!

E foi assim, vai-se jantar ao buffet chinês e várias são as caricaturinhas que vão desfilando ao longo do período em que estivemos a comer. Aniversariantes com decotes tão descarados que deixam todos a olhar, unhas postiças do tamanho do dedo, crianças a comerem batatas como se fossem bolachas e avozinhos que conseguem ter um jantar tão emocionante que antes mesmo de todos terminarem de comer já eles estavam em busca do vitinho encostados à parede.

Quando olhamos para a mesa do lado, depois de testemunharmos mil e uma coisas, eis que os avozinhos daquela família tinham adormecido, cada qual para seu lado, encostados à parede onde se sentaram quem sabe estrategicamente. 

Adormeci ao almoço

Não percebi o que se passou pela minha hora de almoço, mas o que é certo é que adormeci quase sem me dar conta!

Almocei sozinho - como é bom isto acontecer por vezes -, depois acabei por estar a beber café enquanto colocava as novidades das redes sociais e a leitura em dia. Quando dei por mim os olhos começaram a fechar-se, optei por encostar-me, depois deitar-me e lá fiquei eu, a dormir por uns bons minutos por um canto. 

Só acordei mesmo na hora de voltar a entrar ao trabalho e porque os meus colegas começaram a falar em meu redor para me tentarem fazer tropelias com alguma coisa que me sujasse a cara!

Adormecer com o BabyTv

Ontem estava no momento zapping já deitado quando passo pelo BabyTv e parei para tentar perceber que bombom tinham para fornecer aos pequenos telespetadores e aos seus pais que acabam por passar algum tempo com o canal ligado para entreter e ajudar a adormecer os mais novos. Eis que passados talvez uns dois minutos o que tanto se ambiciona que aconteça às crianças na hora de ir dormir bateu-me à porta... Comecei a ganhar sono só por estar a olhar para um ecrã onde formas animadas e peixes circulavam de um lado para o outro com um som de fundo relaxante. 

Então não é que encontrei o canal ideal para me deixar levar nos momentos mortos e o sono tarda em aparecer? A suposta grande aposta que estava a ser transmitida tinha como nome A Luz e As Estrelas e assim fui embalado para uma noite bem dormida onde a calma transportou-me para sonos onde o sonho não existe!

As manhãs de segunda-feira

Manhã de segunda-feira, aquelas horas que aparecem depois da noite que surgiu após o fim-de-semana, aqueles dias de descanso que são desejados e que passam com uma rapidez incrível. Não, as manhãs do primeiro dia de trabalho não são fáceis por aqui e acredito que para ninguém. Acordar e pensar que estamos prestes a entrar no local de trabalho para mais cinco dias laborais, para oito horas diárias de prisão longe da boa vida ao ar livre e do descanso que se dissipou há poucas horas atrás.

As manhãs de segunda-feira que batem à porta são péssimas! Custa-me adormecer pelo serão de Domingo e depois o acordar é pesado e cheio de vontade de continuar deitado, agarrado a uma baixa almofada que me faz companhia ao longo de todas as noites. Perceber que a claridade exterior já bate nas janelas e que são horas de levantar e pôr-me a mexer para o começo de uma semana é sempre aquele momento que podia perfeitamente ser deixado de lado!

Acordo, abro as janelas, despacho-me e minutos depois entro no local, aquele que me acolhe na maioria dos dias da minha atual vida, penso que é apenas o início de uma semana... Todos estão em modo off porque é de manhã e além disso é segunda-feira! As manhãs são sempre péssimas, mas no final da semana tudo acontece de outra forma, já existem os pensamentos de que faltam poucas horas para aqueles mágicos dias por casa, a dar um passeio à beira-mar ou a aproveitar o sol numa esplanada com um bom livro como companhia!

Não, não quero existir nas segundas-feiras de manhã, quero continuar a dormir até ao almoço, entrar em acção ao final do dia e perceber que no outro dia tudo já passou e que o mau início de semana já não vai acontecer, tendo ficado para trás, não sendo vivido e não sendo pesado!

As manhãs de segunda-feira são feias, mal cheirosas, carregadas de negativismo e embaraçosas! Não, não quero viver estes momentos de terror! Já passou?