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O Informador

detesto despedidas.jpg

 

Existem despedidas que nos tocam e mesmo quando as pessoas não nos são ou estão próximas acabamos por perceber que a vida sempre acontece e se transforma para novas fases, onde cada despedida de um local e grupo dá lugar a um novo alento de cada um para começar de novo e apostar no que acredita.

Há uns dias, e mais uma vez entre os vários Adeus! dentro do género, uma das pessoas que "conheço" e com quem falo há anos devido às parcerias do blog decidiu deixar o seu lugar numa empresa com quem costumo colaborar. Um email inesperado que ditava o fim de uma etapa que acaba por marcar um novo recomeço. Tudo começava com um «Boa tarde! Hoje é o meu último dia...» e somente estas palavras já começavam a causar algum desconforto deste lado, do recetor e leitor de cada frase. Custa, sempre se torna num momento pesado cada despedida, para mais de pessoas que sempre se lembram de nós, que de certa forma nos reservam um pequeno canto nas suas memórias e lembranças e que de um momento para o outro deixam de estar em determinado local para abraçar outros horizontes, que talvez poderão voltar a cruzar caminhos, como por vezes tem acontecido. 

Confesso que ao abrir o email e perceber do que se tratava fiquei simplesmente sensibilizado por esta partida de quem de longe sempre mostrou interesse em comunicar, falar, partilhar e acarinhar quem segue a sua linha de raciocínio e gosta essencialmente de estar numa sintonização de harmonia e comunhão. Nenhum destes «Adeus!» tem de ser definitivo e sei que mais cedo ou mais tarde existe um novo regresso, num outro local, como novos pontos de destaque e um «Voltei a uma nova casa!». Sim, quando se acredita em quem está do outro lado e se percebe que é com empenho e dedicação que os ciclos profissionais são feitos, tudo se torna possível, uma vez que abraçando uma vez uniões que dão resultado com as pessoas certas, para sempre esses momentos se tornam eternos, lembrados e memorizados para que assim que possível se descubram novos caminhos onde os que ficaram congelados no passado são convidados a entrar. 

café caneca.jpeg

Atualmente ando a fazer uma desintoxicação de açúcar no café. Não me peçam para deixar de comer bolos, doces e afins, no entanto acho que em determinadas bebidas é possível retirar o açúcar e é isso que estou a fazer agora. 

No chá, por exemplo, há anos que não coloco açúcar, tal como no pouco leite que consumo. Lembrando a fase de criança e adolescente, quando também consumia mais leite, colocava sempre açúcar, tal como em determinados iogurtes. Com o tempo além do consumo ter diminuído, o pouco que ainda é feito é totalmente sem açúcar. Agora e após o chá não ficar também mais doce, é a vez do café começar a ser tomado sem o seu adoçante e companheiro ao longo de anos. 

É tempo de principalmente começar a saborear a cafeína tal e qual como é servida, na sua pureza possível, após o tratamento que atualmente o café leva até chegar ao consumidor final. O café não nos chega nas suas melhores condições por levar vários condimentos ao longo do seu tratamento, no entanto no que resiste de bom, estou a iniciar a fase para o aproveitar nas melhores condições, fazendo o seu consumo sem lhe juntar o doce que o transforma para que seja ingerido sem amargar, procurando assim a essência possível da cafeína.  

livros e mais livros.jpg

Afirmações e questões como «Deves ter tantos livros que os tens de começar a oferecer!», «Onde arrumas todos os livros que já leste?» e pedidos para mostrar as estantes onde coloco as leituras surgem ao longo do tempo e por consequência uma outra questão se levanta sobre o desapego literário.

Confesso que até aos dias que correm tento manter todos os livros lidos comigo, bem perto por casa, e mesmo quando empresto, um pouco em contradição, faço para que o devolvam rapidamente, só quando o livro pouco me diz é que o deixo partir mas fico com a memória que emprestei e não dei, embora as pessoas por vezes façam para não o devolver e quando sinto um maior desapego acabo por me fazer de esquecido. 

O desapego para com os livros é algo que ainda não consigo fazer. Posso dar roupa, discos, sapatos e outros objetos que vão passando por mim, mas livros é daquelas coisas que uma vez lido fica comigo. Por vezes se me pedem um livro emprestado prefiro até dar a escolher entre a lista dos que estão em espera, sabendo assim que se não voltarem por falta de memória do outro lado, pelo menos não fico com o pensamento de que a história é tão boa e agora o meu exemplar, aquele com que partilhei algumas horas, partiu e está sabe-se lá onde. 

Dizer adeus fisicamente a um livro é algo que me custa e mesmo só de pensar pareço ficar com um género de urticária, sabendo de ante mão que o livro vai e que além de não poder voltar, se regressar geralmente não vem nas condições com que foi. 

tempo sonhar partir.jpg

As despedidas nunca foram o meu forte e hoje serei eu a deixar o projeto onde permaneci por um ano, primeiramente com vontade de agarrar o lugar e para o fim com a ideia que o final tinha de acontecer o mais rapidamente possível a favor do meu próprio bem estar.

Hoje é o dia, exatamente um ano após o primeiro, quando tudo começou, sendo necessário aprender tudo sobre uma área que não conhecia. Com um primeiro mês de aprendizagem e onde o desenrascar era necessário, as coisas foram acontecendo e hoje saio com o sentimento de missão cumprida, dando o meu melhor, esteja num bom estado de espírito ou não, aqueles momentos são para dar o que melhor tenho em termos laborais e isso não me falha, ou raramente falha. A equipa sempre me deu incentivo e no momento em que aos poucos se ficou a saber que a minha saída estava prevista por vontade própria vários foram os que tentaram fazer-me voltar atrás numa decisão já tomada. Sou de ideias exatas e quem me conhece sabe que quando tomo uma decisão que a mesma é para levar em diante e assim foi. Quase dois meses passaram após a conversa sobre a saída e hoje entrarei, subirei as escadas para mais um dia normal de trabalho, onde nem o facto de mudar de funções me fez ficar porque a vontade já foi decidida e não há quase volta a dar.

Trabalharei até à última hora do horário destinado, ensinarei quem ficará no meu lugar e deixarei o lugar com a certeza que fiz um bom trabalho. Os meus pensamentos não estão sozinhos nesse campo e quando se tem uma equipa a mostrar agrado pelo que foste fazendo e da forma como evoluíste rapidamente numa área laboral que não era a tua, é bom. Sempre é bom receber elogios e quando se tem ideia de que se está bem e se consegue perceber pelos outros que tens razão no que pensas sobre ti, perfeito.

Hoje será o Adeus, sei que irei soltar uma lágrima e que estes doze meses ficarão para sempre na lembrança. Trabalhei, conversei, brinquei, sorri e até me deixei emocionar. Muito aconteceu ao longo desta passagem com dias menos bons por me sentir sem vontade para enfrentar as horas onde já não estava bem, mas sempre disfarçando e dando o melhor que consegui. Mas também onde os bons momentos acabam por abafar os menos bem passados. 

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