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O Informador

Citações | 40 | Acordei e percebi...

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Dormi e sonhei que a vida era bela. Depois, acordei e...

Emma Donoghue em A Dança das Estrelas

Quantas vezes não gostávamos de acordar e perceber que afinal o sonho não era um sonho e estava a ser sim a bela e ideal realidade dos novos tempos. Quanto não dávamos neste momento de grande tensão social para que os sonhos noturnos recheados de liberdade não se tornassem na verdade?

A Dança das Estrelas | Emma Donoghue

Porto Editora

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Título: A Dança das Estrelas

Título Original: The Pull of the Stars

Autor: Emma Donoghue

Editora: Porto Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Fevereiro de 2021

Páginas: 304

ISBN: 978-972-0-03408-3

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Dublin, 1918.

Numa Irlanda duplamente devastada pela guerra e doenças, a enfermeira Julia Power trabalha num hospital sobrelotado e com falta de pessoal, onde grávidas que contraíram uma gripe desconhecida são colocadas em quarentena. Neste contexto já bastante difícil de gerir, Julia terá ainda de lidar com duas mulheres enigmáticas: a Dra. Kathleen Lynn, procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária do Sinn Féin, e uma jovem ajudante voluntária sem experiência de enfermagem, Bridie Sweeney.

É numa enfermaria minúscula, escura e sem condições, que estas mulheres vão lutar contra uma pandemia desconhecida, perder pacientes, mas também trazer novas vidas ao mundo. No meio da devastação, histórias de amor e humanidade no dia a dia de mães e cuidadoras que, de várias formas, acabam por cumprir missões quase impossíveis.

 

Opinião: Encontrar A Dança das Estrelas em 2021 em pleno confinamento perante o Covid19 e perceber que nesta obra de Emma Donoghue a Gripe Espanhola está em destaque é somente uma coincidência onde a realidade de hoje se assemelha bastante com a realidade transmitida por esta obra de ficção excelentemente bem tratada por uma autora de sucesso internacional que mais uma vez não deixou os seus leitores defraudados. 

Conhecendo a enfermeira Julia Powers numa Irlanda em 1918, encurralada numa pequena ala de uma enfermaria de maternidade/infecciosa e com a Primeira Guerra Mundial a acontecer, rapidamente o leitor percebe que na leitura está perante uma situação bem semelhante à que enfrentamos atualmente. Com o recurso a máscaras, o pedido de isolamento em casa e com a higiene a ser reforçada por todos, é percetível que facilmente o passado literário pode ser transportado para o que ouvimos e percebemos perante variadíssimas alas hospitalares dos nossos tempos. 

Sem condições para salvar vidas com todo o rigor e sem o apoio de profissionais e auxiliares de medicina, Julia é a autêntica heroína desta história de vidas e mortes, circulando entre um pequeno espaço com três camas com doentes febris e em espera para serem mães. Entre desigualdades sociais e vidas distantes entre si, quem entra pretende sair em melhores condições, porém o destino em tempos de guerra e pandemia nem sempre ajudou, e essas mesmas condições foram e voltaram a ser as pretendidas e a desorganização imperou neste espaço hospitalar excelentemente descrito, dando ao leitor uma visão tão real de todos os processos que vão acontecendo. Cada parto uma nova situação a resolver e no fim o amor ao próximo prevalece sempre, seja de que maneira for.