No início, já lá vai mais de um ano, era uma novela romântica onde o amor andava no ar entre Portugal e Angola, existindo maldade, como é típico de um produto de ficção do género. Nos dias que correm, A Única Mulher, com quatro centenas de episódios em cima e a base inicial já deixada há muito de lado, continua a revelar-se um sucesso de audiências e um produto policial onde o crime e maldade estão sempre na mó de cima.
Com uma autora que não deixa histórias sem explicação e onde o que parece hoje poderá não ser amanhã mas com uma boa explicação, a produção da TVI tem dado cartas entre nós e não só, continuando em altas, com uma história sempre em movimentos, com raptos e mais raptos, crimes e perseguições, mistérios e arranhões. Em cada episódio sempre existe algo a acontecer para que o público fique agarrado para o que se seguirá, existindo um verdadeiro produto pensado e que aos poucos foi adaptado para o que em casa se queria ver, deixando o romantismo para segundo plano.
Há algum tempo que a nossa ficção deu o salto para a qualidade, mas em termos de escrita e de narrativa agora as produções encontram-se em cima e perante o que o telespectador quer assistir. Agora sim, com A Única Mulher a ser gravada quase em cima do que está a ser transmitido, existe a noção por parte da direcção do produto do que tem de ser feito e que caminho a seguir. Isto sim é trabalhar a pensar no público e acima de tudo nas audiências que rentabilizam qualquer produto!