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O Informador

Ser filho único

Cresci sem a companhia de um irmão, aqueles seres que todos amam e com quem se zangam constantemente. Se senti a falta ao longo de alguns anos de ter alguém aqui por casa com quem partilhar, brincar e ter chatices? Senti e pedi várias vezes «um mano», tendo feito apelos que não passaram disso mesmo para com os meus pais!

Ter um irmão é o que não sei dar valor, não sabendo como é o dito amor de irmãos que todos dizem sentir. Eles são confidentes, amigos e companheiros, mas também têm os seus momentos em que só quem tem um irmão consegue explicar, aquela sensação de amor/ódio que todos expressam nos maus momentos familiares onde só desejam serem filhos únicos, sem saberem a tristeza que isso é.

Eu fui um pobre filho único, tendo que passar por tudo, abrindo as portas das várias etapas de vida sozinho. Queria começar a sair, tive que me arrastar, quis passar férias longe dos papás e novo stress, conduzir para longe da zona de residência foi um grande problema. Ser filho único é um problema a duplicar que qualquer irmão consegue abafar. Se fossemos dois ou três o primeiro a passar pelas várias fases da vida não iria ter que enfrentar tanto problema porque existiam ainda outros em casa para serem atazanados. Agora assim tive que enfrentar tudo sozinho, pedir e levar com vários «não», implorar e ter um «sim» com muitas reticências.

A falta que um irmão me fez em certas alturas da vida... Em criança era a companhia em casa que me faltava pela ausência de mais um ser! Na adolescência foram as portas que tive que abrir sozinho sem o apoio do outro! Agora habituei-me a ser sozinho...

Hoje não me faz diferença rigorosamente nenhuma ser filho único!