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O Informador

Literatura | Preferidos de 2017

2017 foi o ano em que um maior número de obras literárias me passaram pelas mãos e pelos olhos. Li quarenta livros de forma completa, e quem segue o blog regularmente já deve saber que mesmo que não goste não deixo uma leitura a meio. Além de continuar a acompanhar vários autores de que gosto, percebi que é na novidade e desconhecido que tenho também de fortalecer a leitura, ganhando novos conhecimentos através dos diferentes estilos cada vez mais usados pelas obras lançadas. Agora que 2017 termina, faço um balanço literário, elegendo os três livros que mais me chamaram a atenção entre as quatro dezenas que me fizeram companhia.

 

Em primeiro lugar tenho a destacar, sem qualquer dúvida no momento da escolha, um livro documentário que me fascinou do início ao fim. É Isto que Eu Faço, de Lynsey Addario, onde uma foto jornalista conta através de imagens e através de uma escrita fluída e sincera a realidade que enfrentou ao longo de anos em que viveu entre destroços de guerra por vários continentes, enfrentando inúmeros contratempos e colocando a sua própria vida em risco. Este é dos melhores auto retratos que li até hoje, percebendo a crua realidade que é descrita pela autora que não se deixou levar por palavras bonitas como forma de embelezar o que verdadeiramente quis contar. É Isto que Eu Faço é a realidade que muitos viveram pelos quatro cantos do Mundo, entre batalhas e o que restou após os grandes conflitos gerados pelas grandes potências. Esta obra marcou-me, sendo um verdadeiro prodígio literário para quem gosta de perceber quem está do outro lado da barricada e vive os momentos dramáticos pelo amor à profissão.

É Isto Que Eu Faço [Lynsey Addario]

é isto que eu faço.jpg

Autor: Lynsey Addario

Editora: Marcador

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2017

Páginas: 384

ISBN: 978-989-754-300-5

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Quando, após os ataques terroristas do 11 de Setembro, convidaram Lynsey Addario para fazer reportagens no Afeganistão, ela tomou uma decisão que se repetiria muitas vezes - não ficar em casa, não levar uma vida tranquila e previsível; pelo contrário: arriscar a vida, cobrir guerras e atravessar o mundo para se tornar uma das mais importantes foto jornalistas do nosso tempo.

É Isto que Eu Faço segue o seu percurso - da sua primeira câmara oferecida pelo pai aos anos de repórter local, das guerras no Médio Oriente aos campos de refugiados sírios, sempre com a fotografia como propósito, e uma ambição única que a define e a incentiva.

Enquanto mulher num ofício maioritariamente masculino, está determinada a ser levada a sério, a enfrentar a dureza da profissão e o convívio com a injustiça e a guerra.

 

Opinião: Um livro de guerra geralmente não me conquista, mas rapidamente percebi que algo me fazia querer ler É Isto Que Eu Faço - Uma Vida de Amor e Guerra, e não é que o instinto revelou uma boa surpresa?

Esta autobiografia que a foto jornalista americana revelou ao mundo sobre a sua vida ao longo de vários períodos de caos e destruição entre batalhas que devastaram milhares de cidadãos em territórios onde o poder interveio para atacar os grandes líderes do terrorismo transmite verdade sobre a realidade que todos imaginamos mas que só podemos ter noção da sua existência através de relatos tão comoventes como o de Lynsey Addario. 

Uma jovem fotografa parte em luta consigo para uma aventura sem bases mas com o objetivo de mostrar o que era essencial para que existisse uma verdade estampada sobre o que estava a acontecer do outro lado da fronteira. Sem rede e acordos partiu, deixando um passado numa família dividida para trás e procurando locais onde se poderia sentir útil à sociedade. Lynsey partiu e aos poucos os editores de grandes meios de comunicação social começaram a olhar para o seu trabalho. 

Líbia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Sudão e Congo são apenas alguns dos territórios percorridos mais do que uma vez por esta mulher que não deixou para trás os seus sonhos, criando objetivos, sobrevivendo a sacrifícios e acabando por lutar pela vida lado-a-lado com outros colegas de profissão e soldados. Os pensamentos, a adrenalina do instante e os sacrifícios para obter a imagem perfeita mesmo que arriscando demais para estar na linha da frente em zonas de conflito.

Ao longo das palavras relatadas por Lynsey encontrei a história mundial onde uma mulher que a pretende relatar não baixa os braços para mostrar a todos o sofrimento de um povo que com pouco tenta sobreviver e aguentar sempre mais, acreditando que perante cada situação conseguirá dar a volta. A dor, revolta, perda, morte, tudo pesa neste momento só ao resumir mentalmente o que fui percebendo nos relatos desta fotografa que mesmo tendo o medo consigo conseguiu manter os pés assentes em cada terra por onde passou sem perder a esperança por si e por todos com quem se cruzou. Uma coragem incrível onde a paixão, os afetos e o amor convivem com o sofrimento e a perda numa luta desigual que acabou por causar muitas vítimas entre crianças, idosos e mulheres sem direitos e vistas como objetos sem culpa das atitudes machistas e terroristas que provocaram uma grande calamidade onde a morte é a palavra forte de guerras que parecem não ter fim. 

Atual leitura... É Isto Que Eu Faço [Lynsey Addario]

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Lynsey Addario é fotógrafa e a partir do 11 de Setembro começou a ser convidada para fazer reportagens no Afeganistão. Uma proposta que se tornou num mote de vida que transformou esta mulher numa das melhores fotojornalistas do momento. 

Lynsey passou muito do seu tempo no meio da guerra, enfrentando a dura realidade onde a dor, tristeza e solidão são captados. Todos os acontecimentos pelos quais passou deram a esta fotógrafa a prova que o amor e a presença familiar são tão ou mais importante que as ambições profissionais. Aos poucos percebeu que não só da ambição, sonho e profissão se pode viver e foi assim que encontrou o amor. Viveu longe de casa durante anos mas foi com o marido e pai do seu filho que respirou tranquilidade após grandes temporadas onde o receio viveu consigo.