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O Informador

Sobreviventes | Alex Schulman

Porto Editora

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Título: Sobreviventes

Título Original: Overlevarna

Autor: Alex Schulman

Editora: Porto Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2021

Páginas: 224

ISBN: 978-972-0-03421-2

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Como chegámos a este ponto? Como pudemos nós os três, que éramos como um só na infância, afastar-nos tanto uns dos outros? Quando nos tornamos estranhos? O que aconteceu?

Três irmãos regressam à casa de campo junto ao lago onde, duas décadas antes, um terrível acidente mudou as suas vidas para sempre. Levam com eles as cinzas da mãe, cujo último desejo os apanhara de surpresa: sempre pensaram que ela desejaria ser sepultada ao lado do falecido marido.

Benjamin segue ao volante, conduzindo o carro e os irmãos numa viagem através do tempo, até uma época em que eram crianças entregues a si mesmas, perante a indiferença dos pais. São agora adultos. Três estranhos, inevitavelmente unidos por uma história comum de lutas pela atenção do pai e pelo amor imprevisível da mãe.

O falecimento da mãe traz velhos traumas à superfície, e a tensão entre os irmãos aumenta. Que segredo terá ficado enterrado no seu passado?

 

Opinião: Sobreviventes tem muito pouco de original e a forma como este romance está contado deixa muito a desejar desde o início. Numa troca entre o presente que avança e o passado que recua, nesta história conhecemos três irmãos que são um pouco negligenciados por um pai que amam alcoólico e uma mãe que os deixa para trás para viver a sua vida com outras pessoas por quem se apaixona e fora do seu casamento. Percebendo que no presente os três irmãos se voltam a reunir para tratarem das cinzas após o falecimento da mãe e conhecendo também que o pai já se tinha despedido da vida anteriormente, é percetível que estes três adultos nada têm em comum num presente onde cada qual seguiu com a sua vida, deixando o passado a ser memória, passado esse pesado, individualista e com muita dor pela negligência dos adultos que os deviam ter criado com todo o apoio que pai e mãe devem dar aos seus filhos. 

Circulando entre o presente onde se vive a perda e o passado de insatisfação, raiva, tristeza e dor pelo abandono, conhecemos esta família disfuncional e sem qualquer elo de ligação atual devido a todo o processo de criação. Atualmente os três reúnem-se na casa de férias onde passavam temporadas a viver ao sabor do vento, lembrando momentos, procurando uma verdade individual para cada um e tentando encontrar todas as desculpas possíveis para que não tenham crescido como os outros, aquelas crianças felizes com quem se cruzavam. O que os levou até ao momento final de despedida para sempre do passado que os foi magoando? Sobreviventes é a descoberta e a memória, ficando o leitor com a nítida perceção que estes três irmãos viveram no limite todos os seus momentos que lhes foram dado personalidades distintas e incompletas que não os deixam seguir em frente.

Sem conseguir que as personagens me cativassem, Sobreviventes parece muito pretensioso e depois acaba por desiludir por não chegar ao ponto exato vez alguma. O facto de não se perceber logo o passado que recua, ao contrário do presente que avança, não ajuda a entrar no enredo e quando afinal a perceção surge já se está mesmo perto do fim e a forma de tentar apanhar o fio condutor nesse momento já aparece tarde demais para se querer encaixar cada peça no seu lugar. Acreditei demais neste romance com poucos pontos positivos e acabei por ser mais um desgovernado na floresta negra que Alex Schulman criou num romance fictício onde deixou escapar vários laivos da sua vida. 

 

Se ficaste curioso, encomenda já o teu exemplar de Sobreviventes, de Alex Schulman

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