Quem Quer Casar ou Namorar com o Lixo?
Estrearam há uns dias duas novas apostas televisivas que de bom nada têm. Se na SIC surgiu Quem Quer Namorar com o Agricultor onde o mulherio tenta conquistar os moços do campo, a TVI resolveu apostar em Quem Quer Casar com o Meu Filho com mães a escolherem as suas futuras noras. A opinião que tenho entre estes dois formatos é que são autênticos lixos televisivos, numa grande demonstração da incapacidade da televisão nacional de se reinventar, dando o que acham que o público quer ver mesmo que seja do pior que pode ser feito.
Além de serem estes dois novos formatos um autêntico copy paste um do outro, estão num caminho onde o machismo reina. Homens têm de escolher os seus pares ideais, com a ala feminina à disposição em modo bonecas para o que der e vier. Elas desfilam, brincam, discutem e deixam-se levar pelos jogos da produção para conquistar agricultores e filhos da mamã e o público aplaude estas ideias transformadas em produtos de televisão que são anunciados como as grandes apostas dos dois canais.
Isto não passa de programas bolurentos que são autênticas nódoas televisivas sem conteúdo e que demonstram muito bem o quanto a sociedade afinal ainda vive com o pensamento de que os homens são o centro de qualquer casal hetero, sendo elas a terem de saber cozinhar, limpar, costurar... Poupem-se pessoas que têm defendido estes Agricultores e Meninos da Mamã porque tanto um formato como o outro não passam mesmo de recuos no tempo, fazendo lembrar o que há mais de duas décadas foi feito com o Zé Maria do Big Brother, Mulheres de A a Zé, em que o alentejano de Barrancos tinha de encontrar a sua mulher ideal entre um lote de candidatas que se enfiaram numa casa a viver e a desempenharem determinadas provas para conquistar o moço herói do momento.
Tanto Quem Quer Namorar com o Agricultor como Quem Quer Casar com o Meu Filho são programas vazios, ocos e de um mau gosto incrível, mas o público que ainda não percebeu que as televisões generalistas estão nos últimos tempos a caminhar para as programações de mau gosto e da tentativa fácil de dar nas vistas consegue continuar a ver, comer e adorar tudo o que lhes é dado. Estes são formatos que mostram o pior do que foi feito nos últimos tempos e a partir daqui a tendência deve ser para piorar graças às audiências que o público em casa ainda dá a este tipo de escolhas dos senhores diretores que estão sentados à secretária a escolher as novas apostas de cada canal.