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O Informador

Porque não gosto de futebol

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Querem saber, afinal, porque não gosto de futebol? Vamos lá então deixar aqui umas notas.

 

Porque prezo a justiça

Nunca se provou nada. Mas será que os adeptos do FC Porto nunca se questionaram sobre se não haveria um pouco de marosca nas atividades do seu presidente, ao longo de tantos anos, e com tantos sinais? Noutras condições, não seria caso para se demitir?... (Pois, eu sei que isto merece um LOL.)

 

Porque sou deste século

O futebol implica simulações de faltas, perdas propositadas de tempo quando se está a ganhar ou o resultado convém (que os árbitros não controlam; diga-se lá o que se disser, não controlam), e discussões infindáveis sobre a influência do árbitro. É de rir ouvir este ou aquele comentador a dizer que “o futebol está a perder a sua pureza” ou que “é preciso jogar mais dentro das quatro linhas”. Desde quando é que isto não foi assim? Era no tempo do árbitro Calabote? No tempo em que as ditaduras argentina e italiana praticamente obrigaram à conquista dos respetivos mundiais pelas suas seleções?

O futebol é um desporto do século XX e não há vídeo-árbitro que o reforme.

 

Porque prezo a democracia

O percurso do senhor Carvalho do Sporting dava uma antologia sobre “como construir uma ditadura”. Está lá tudo: o apelo ao irracional, a postura dos “nós contra eles”, a progressiva eliminação dos obstáculos internos (ou seja, todas as estruturas e pessoas que se oponham ao seu poder), e a criação de uma realidade alternativa. Junte-se a utilização de meias-verdades (que tornam mais difícil saber onde começa a mentira e acaba a verdade) e temos um autêntico manual de estilo.

 

Porque não sou especialista em Matemática e Estatística

orque se fosse, fazia como o Paulo Rebelo, o conhecido apostador profissional. Fazia do jogo de apostas online a minha profissão e não teria problema nenhum em enriquecer a ver jogos de futebol, a avaliar estatísticas, calcular probabilidades e ganhar dinheiro à custa dos milhões de apostadores desportivos que tanto perdem como ganham.

 

Porque prezo o mais elementar bom senso

O Benfica acusa o FC Porto de inventar e-mails. Passado umas semanas, interpõe processos, providências, etc., acusando o FC Porto de pirataria eletrónica e pedindo indemnizações. Afinal, os e-mails eram inventados ou não?

Há 6 milhões de benfiquistas (supostamente) e apenas dois disseram que isto não estava certo: o Ricardo Araújo Pereira e o António Simões. Então e os outros 5.999.998? O bom senso ficou onde?

Porque prezo a minha integridade física. Dois portugueses de férias na Croácia encontram um grupo de compatriotas. Azar, um deles levava uma camisa do FC Porto. O amável grupo de compatriotas desatou ao soco e ao pontapé. Isto não foi em mil novecentos e troca o passo, foi há um par de semanas.

A sério? Vais na rua e levas porrada por ires com uma determinada camisola?