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O Informador

Pocahontas

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A época natalícia chegou e mais uma vez, após os sucessos dos anos anteriores, Alice no País das Maravilhas e Aladino e a Lâmpada Mágica, a Yellow Star Company volta a apostar num espetáculo de Teatro no Cinema onde existe ligação entre a grande tela e o palco ao longo de cada sessão de encenações viradas para o público mais jovem. Este ano foi a Pocahontas a escolhida para visitar Portugal, contando com Sofia Ribeiro e Marta Faial, em regime de rotatividade, no papel de protagonista deste espetáculo vindo do mundo encanto da Disney.

Com adaptação a cargo de Paulo Sousa Costa, encenação da responsabilidade de João Didelet e com João Correia, Quimbé, Leandro Pires, Mario Pais, Pessoa Junior, Débora Monteiro, Fernando Oliveira e João Vilas a juntarem-se às protagonistas de Pocahontas, esta produção veio para conquistar miúdos e graúdos de 16 de Novembro a 30 de Dezembro, com sessões de fim-de-semana para o público em geral e de semana para grupos e escolas com reserva. Pocahontas encontra-se em cena nos Cinemas UCI El Corte Inglês!

Tendo visto este espetáculo a opinião tem de existir, e ao contrário dos anteriores espetáculos do género apresentados, não vejo esta aposta tão atrativa junto do público. Vamos aos factos! Pocahontas nunca foi um grande sucesso televisivo e de marketing, não sendo esta uma das princesas com maior destaque do mundo fantástico criado ao longo das últimas décadas. Talvez pela história guerrilheira e pelo combate, sabe-se que esta narrativa, quer seja no grande ecrã, em termos de série televisiva e pela literatura, nunca conseguiu chegar às proximidades de outras apostas do género, o que faz logo por si que a atração não se consiga fazer sentir com tanto entusiasmo. Sofia Ribeiro, que adoro, está no elenco, sim, mas neste espetáculo propriamente não vejo que um nome forte da televisão e redes sociais consiga fazer alguma diferença junto do público mais novo. É verdade que a Sofia é um dos pontos fortes do elenco, mas só por isso não chega, sendo necessário existir uma boa personagem, o que a Pocahontas não me parece ser. No que toca ao cenário, ao contrário do que tem sido hábito nas apostas de Teatro no Cinema que a Yellow Star Company tem apresentado, junto do ecrã encontra-se um espaço completamente vazio, o que dá uma visão negativa logo de início. Percebo que assim seja para que exista uma mudança mais rápida entre os vários locais, mas em Aladino e a Lâmpada Mágica, por exemplo, o campo visual estava tão bem recheado com adereços físicos que tudo ajudou a criar outro ambiente. Em Pocahontas existe ainda uma parte em que algumas das personagens se deslocam ao cimo da sala de cinema, o que faz com que o público se tenha de virar, o que com crianças destabiliza um pouco a sala, para mais quando alguns se têm de colocar de pé para conseguirem perceber algo do que se está a passar bem no fundo do auditório. 

A Yellow Star Company quis apresentar Pocahontas ao público, mas esta história não é tão intensa como outras e isso nota-se também na pouca reação da sala ao longo do espetáculo, sendo necessário talvez criar e puxar por algumas personagens para incentivarem os mais pequenos a reagir de forma mais fácil e rápida, fazendo com que também a própria Pocahontas, a princesa lutadora, tenha uma maior proximidade com o público, talvez com um momento de reflexão a solo e de conselhos para que se consiga mexer com os mais pequenos que sentem sempre aquela necessidade de conhecerem um pouco mais da história, podendo interagir com as personagens. 

Assisti a uma das primeiras sessões e percebo que com o tempo existem sempre mexidas que vão sendo feitas consoante a opinião e a reação do público em cada sessão e é por isso que aqui deixo os meus pontos menos bons para que quem se seguir pela plateia dos Cinemas UCI El Corte Inglês possa ficar na companhia de uma história de Pocahontas mais completa e onde a proximidade aconteça. 

Falando de aspetos positivos posso começar por apresentar o aplauso por o espetáculo começar pela hora marcada, não existindo atrasos como por vezes com outros espetáculos. O tempo de apresentação de uma hora é o exato para uma plateia com muitas crianças presentes. Elenco tem capacidade e está bem escolhido, sendo talvez necessário alterar partes do texto e dar um pouco mais de emoção a cada personagem para que a história consiga chegar com uma maior rapidez junto dos mais pequenos, mas neste ponto o problema não está no elenco, mas sim no texto e encenação que foi feita. Efeitos visuais e todas as passagens de ecrã bem conseguidas mais uma vez, existindo uma boa sintonia entre o que se está a passar ao vivo e pelo ecrã. 

Pocahontas será daqueles espetáculos para levar os mais pequenos a assistir pelas próximas semanas como uma escapadela ao teatro para que de pequeno se comece a apreciar a arte de representar. 

Era uma vez... uma índia chamada Pocahontas que pertencia à tribo dos Powhatans, na Virginia, no Continente Norte-Americano. Pocahontas era uma menina bastante meiga, mas muito independente e rebelde, uma verdadeira dor de cabeça para o seu pai, o Chefe Powhatan. Na tribo índia e em todo o Continente, vivam-se tempos conturbados, devido à invasão dos colonos ingleses, que se estavam a apoderar dos terrenos dos Powhatan. Um dia, vários colonos foram capturados pelos índios e o Grande Chefe Powhatan sentenciou-os à morte. Seriam executados na lua seguinte. No momento exacto da execução, Pocahontas interrompe a cerimónia e implora a seu pai que não cometa a barbárie, segundo ela, a violência apenas ia gerar mais ódio e mais violência. O Chefe Powhatan acedeu ao pedido da filha. Entre os colonos sentenciados à pena capital estava John Smith que, depois de ver a sua vida poupada, jura amizade eterna aos índios e, em especial a Pocahontas. Desta amizade irá surgir uma intensa história de amor, que irá esbarrar no preconceito racial entre dois povos com motivaçõe distintas.