Os Falsários [Bradford Morrow]
Autor: Bradford Morrow
Editora: Clube do Autor
Edição: 1ª Edição
Lançamento: Agosto de 2017
Páginas: 264
ISBN: 978-989-724-381-3
Classificação: 3 em 5
Sinopse: Na tradição dos policiais de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, um romance misterioso e profundo sobre o fascínio do colecionismo e o lado sombrio do comércio de livros raros.
O que acontece quando mentimos tão bem que perdemos a noção do que é real? Numa prosa magnificamente cuidada, Bradford Morrow traça uma linha débil entre o devaneio e a intuição, a memória e a ficção autoilusória, entre o amor verdadeiro e o falso.
Uma comunidade bibliófila é abalada com a notícia de que Adam, um colecionador de livros raros, foi atacado e as suas mãos decepadas. Sem suspeitos, a polícia não consegue avançar no caso, e a irmã procura desesperadamente uma pista.
Ao longo das páginas repletas de mistério e simbologias, escritores famosos e citações brilhantes, Will, cunhado e colega de profissão de Adam Diehl, tenta obter uma resposta e, ao mesmo tempo, escapar às ameaças do misterioso «Henry James». Consciente do simbolismo do caso, ele sabe que um homem sem mãos se vê privado do instrumento mais precioso quando se trata de imitar a caligrafia de William Faulkner, James Joyce, Conan Doyle e outros que tais. Na verdade, Will, ele próprio genial falsário, talvez saiba demais.
Opinião: Os Falsários, da autoria de Bradford Morrow, encontra-se entre os Melhores Livros do Ano da Financial Times mas não foi por isso que este romance lançado em Portugal pela Clube do Autor me conseguiu conquistar.
Com uma história onde o mundo dos livros volta a ter destaque, o romance e mistério juntam-se numa só obra para convidar o leitor a seguir as pistas deixadas sobre o mistério que envolve a morte de um falsificador de cartas, mensagens e enigmas importantes. A narrativa inicia-se com Will, o nosso narrador presente, a relatar o momento em que Adam, o falsário, é encontrado com as mãos decepadas envolto nos seus livros de edições raras. A partir daí inicia-se a questão tão bem conhecida do «quem cometeu o crime?». As suspeitas de Will sobre este mistério em torno do seu cunhado Adam, as perceções de Meghan, a irmã do livreiro, sobre o crime e as investigações da polícia em torno do caso vão sendo debatidas ao mesmo tempo que o leitor vai tendo uma perceção sobre o método de trabalho destes falsificadores da verdade do mundo literário. A perfeição, originalidade e investigação que cada falsário faz para não cometer erros no esquema que pratica são mostrados neste livro onde todos podem ser suspeitos mas que só, talvez o mais próximo, seja o principal vigarista e interessado em afastar um dos seus rivais diretos.
Com personagens bem construídas mas num discurso lento, Os Falsários é daquelas obras onde o leitor entra bem na história mas que rapidamente sente necessidade de avançar e não consegue pela forma maçadora em que cada momento é narrado, como se existisse uma necessidade de prolongar um ato e a descoberta de um final que é notório logo nos momentos iniciais de leitura.
Dentro do género não é dos melhores, mas também não poderei dizer que foi uma das piores leituras, nada disso. É um livro que tem uma boa e original base, mas que talvez necessitasse de ter um maior número de personagens e mais ação para se tornar num chamativo literário.
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