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O Informador

O drama das lentes de contacto

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Era pequeno, antes mesmo de fazer três anos, quando comecei a usar óculos. Foi cedo que os meus pais detetaram que a minha visão tinha alguma falha e como na família já existiam problemas oculares preveniram. Tive os meus primeiros óculos de plástico, brancos, e depois foi sempre a evoluir, até que por volta dos doze anos o médico achou que tudo estava bem e tive um período de três anos sem usar qualquer tipo de graduação, voltando depois atrás, talvez porque nem devia ter tido a pausa aconselhada pelo médico, e quando voltei a usar óculos já podia e tinha idade para também poder experimentar as lentes de contacto. E assim foi, desde os dezasseis anos que uso lentes de contacto. 

Se para muitos as lentes são um problema no ato da colocação, não existindo adaptação e em vários casos optarem por logo desistirem, no meu caso e talvez com sorte, além de me ter dado bem com o sistema de não perder lentes e de conseguir chegar ao método rápido de colocar as lentes sem necessitar de espelhos por perto, consegui ainda ao longo de já praticamente quinze anos não ter tido qualquer problema ocular como conjuntivites e alergias. Já trabalhei em locais com pó no ar, existiram períodos em que abusava das horas com as lentes colocadas, tomei banho e adormeci sem tirar as transparências e até hoje nada me fez ter qualquer reação menos boa para com este método de proteção e cuidado visual.

Ao longo destes anos já experimentei várias marcas de lentes e mesmo de líquidos de descanso, tendo percebido que o melhor é sempre usar produtos com uma maior qualidade e para olhos sensíveis porque embora não tenha tido problemas sei que basta por vezes falhar na marca, não fazer a limpeza correta às lentes e não ter um produto de uma marca melhor para notar diferenças que podem gerar alguma irritabilidade entre os mais sensíveis.

Pessoalmente quem me pergunta se é fácil usar lentes de contacto só posso dizer que sim. Sei que quem me vê por vezes a colocar as lentes que se arrepia, mas para mim já é uma prática diária tão banal como escovar os dentes ou lavar a cara. É normal, em menos de um minuto estamos com os olhos reforçados, conseguimos ver melhor e não andamos de óculos todo o dia. Ultimamente, para o trabalho, como passo horas ao computador, opto por levar os óculos para não esforçar tanto a vista com as lentes porque é sempre diferente e não me venham dizer que essa diferença não existe, porque existe e no final de algumas horas nota-se que a vista se estiver a afirmar no ecrã começa a ficar dorida, mas isso é uma questão de escolha que cada um vai adaptando ao seu dia-a-dia.

Quem pensar em usar lentes pode ficar a saber que existe sempre a hipótese de fazer o teste por uns dias que no meu caso na altura até foi mesmo de um mês e aí decidem se a adaptação correu bem e se os óculos podem entrar num regime de rotatividade com um par de lentes de contacto. Atenção que ninguém se pode esquecer que as lentes de contacto não substituem os óculos, fazendo sim companhia aos mesmos, embora exista por ai muito boa gente que usa lentes e quando não as tem colocadas não recorrem aos óculos porque «não lhes fica bem». Uma questão de moda hoje que mais tarde pode não correr assim de forma tão positiva!

 

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