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O Informador

Morte

A Morte, a certeza com que todos vivemos ao longo de uma vida, curta ou longa, dependendo da ideia de cada qual. A Morte existe como um final individual onde a partida e a despedida de todos tem de acontecer de forma definitiva e sem grandes alaridos. Pensar e saber que um dia tudo irá terminar dói, mas saber que existe uma quase marcada data para o final aparecer deverá ser bastante pior.

Morrer de forma inesperada ou esperar sofrendo que o último suspiro apareça? Uma questão bem relevante que só tem uma resposta aceitável mas onde nem sempre o desejo é praticado pela força que muitos acreditam tomar decisões por todos nós.

Doenças prolongadas e com prazos terminais como certezas magoam e destroem um futuro que poderia ser risonho sem pensar que naquele dia, semana ou mês o adeus em definitivo irá acontecer. Saber que se está doente e que existe um prazo para tudo terminar leva a uma morte prematura, com dor e bastante mágoa para com toda uma vida que sempre sorriu até ao momento em que a ficha começa a ser desligada por um relatório médico que dita o que virá a seguir, a Morte. 

A Morte suspensa e que causa dor aos próprios e a quem os rodeia é das piores coisas que uma vida pode ter. Saber, ou nem se dar conta disso, que estamos a caminhar por um trilho que mais tarde ou mais cedo nos levará para uma cova onde a terra cai, a chuva encharca e o vento passa é das piores coisas que poderão acontecer. Saber que existe um dia, uma semana ou um mês para se continuar a viver, dependendo muitas vezes da ajuda dos outros sem conseguir lidar com tudo o que existia antes de forma independente e útil socialmente será bastante complicado. Onde ficam os sonhos e a garra que outrora existiu num passado por vezes bem próximo e que não volta mais? Onde ficam as promessas de um amanhã feliz e onde tudo é feito para se continuar a resistir a uma sociedade que vive de lutas e pecados? Sentir que se está próximo do fim é mau, muito mau, para mais para quem sempre esteve bem e de um momento para o outro vê-se perante um futuro que não existe de inglória e sem pensamentos positivos.

Penar e sofrer esperando que a Morte ataque ou morrer num ápice e sem esperar? Muito preferivel morrer de um momento para o outro, num acidente ou por morte súbita, causando dor a quem fica, mas sem sofrer interiormente e sem levar ao sofrimento de quem ama um ser que parte de forma rápida mas que antes sempre foi feliz, vivendo em glória e partindo de bem com a vida sem causar dores demoradas e mortes prolongadas por horas infinitas de espera contínua. 

«Olá e Adeus» é doloroso mas consegue sair valorizado para com o pensamento de «O fim nunca mais chega»! Partir com hora previamente marcada é das coisas mais penosas que se poderá ter. Não será tão bom ir embora como um sopro que aparece e onde no momento seguinte já não existe? Tão bom este sonho que não faz sofrer e sobre o qual não se tem receio. Medo existe em ficar por ai a sofrer e dando bastante trabalho por se existir sem vida, deambulando sem muitas vezes se perceber onde se está e o que se diz. Não estar vivo é estar morto e quando a Morte bate à porta que seja em definitivo e não com picadas lentas que vão magoando até ao fim definitivo!

A Morte, um assunto tão delicado e complicado que todos sabemos que um dia nos baterá à porta, com pensamentos contraditórios e crenças avessas onde a unificação jamais será possível!

 

Este texto insere-se na Tag #ComCanela que mensalemente lanço com os blogs A Mulher Que Ama Livros e o Homem Certo.

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