Literatura | Personagens sem nome
Gosto de ler sim, mas o que toca a decorar nomes de personagens e de locais pelas várias histórias que vou lendo não é o meu forte. Esta é uma verdade, são poucos os livros perante os quais neste momento olho para a capa e me lembro do nome das personagens centrais e mesmo das vilas ou cidades onde a maior parte da ação se desenrola.
Isto acontece após a leitura do livro mas também mesmo enquanto estou envolvido com a história. Geralmente estou a ler, assumo quem é quem, mas não decoro os nomes, a não ser que o livro tenha mesmo o nome da personagem, como é o caso de O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Não sou mesmo bom a decorar os vários nomes que me vão sendo fornecidos pela literatura, pensando mais na sua aparência, quando a mesma é bem descrita pelo autor. Existem mesmo casos em que acabo por colocar alcunhas ou identificar determinadas personagens por x ou y, saltando mesmo de forma inconsciente a leitura dos seus nomes quando os mesmos surgem.
No final dos livros acabo por perceber que ao longo dos dias em que me fizeram companhia acabei por andar numa viagem com personagens incógnitas, sem que um nome tivesse sido decorado. Um pouco dececionante, mas julgo não ser um caso isolado neste campo de extinção dos nomes próprios das personagens literárias que nos vão acompanhando em determinados momentos da vida.
A par disto e porque em literatura existem histórias criadas nos mais diversos países e consequentemente línguas, os nomes ao não serem geralmente traduzidos, acabamos por os ler de forma errada, adaptando para o que achamos que está correto e assim acaba por ser a nossa verdade perante aquela personagem de nome difícil de exprimir mas que ao mesmo tempo pouco importa, já que o relevante é a sua história e não o nome que o autor lhe atribuiu num determinado momento perante a elaboração das figuras que dão vida a cada narrativa.
Afinal de contas, os nomes fictícios que acompanham e protagonizam as histórias de todos os livros que vamos lendo são pontos importantes para se gostar ou não da narrativa que nos é fornecida?