Let The Sunshine In [ArtFeist]
O Verão está ai e nesta altura do ano poderemos pensar que os espetáculos apresentados são mais soft e não tão bons como nos restantes meses. Desengane-se quem está com essa ideia porque existem estreias de produções pensadas para estes meses quentes que surpreendem tanto ou mais que apostas de longa duração.
No Auditório do Casino Estoril acabou de estrear uma nova produção da ArtFeist, Let The Sunshine In, uma comemoração musical aos loucos anos 60. Se ia um pouco reticente quanto ao estilo de apresentação que iria assistir, desde logo fiquei convencido que estava perante um bom trabalho dos artistas que com um texto cuidado e trabalhado conseguem chegar facilmente junto do público. Henrique Feist, Vanessa Silva, Daniel Galvão, Valter Mira e Diogo Leite são os atores e cantores deste espetáculo que conta com Nuno Feist na direção musical. Dos temas célebres de Portugal para o Mundo, os êxitos de outros tempos são assim recordados através de interpretações afinadas que se conjugam com pequenas introduções pessoais e através de memórias históricas em vídeo ao longo de hora e meia de espetáculo.
Henrique Feist e Vanessa Silva dispensam apresentações e com o apoio dos jovens promissores Daniel Galvão, Diogo Leite e Valter Mira formam um espetáculo onde o trabalho de ator, cantor e mesmo de bailarino é visível entre todos que se apresentam com uma boa coordenação numa encenação exemplar e que deixa outros espetáculos para trás.
Let The Sunshine In é uma amostra que por vezes basta ser original e reformular o que já existe para se conseguir fazer uma boa apresentação sem que exista necessidade de pegar em sucessos internacionais para adaptações que nem sempre resultam junto do público português. Elaborar demais não é sinónimo de sucesso e com este musical além de se poder recordar os anos 60 todos conseguimos aplaudir e cantarolar vários temas célebres que foram passando de geração em geração.
A loucura dos anos 60 é assim apresentada de forma bem trabalhada, com ritmo e sem momentos mortos, fazendo com que tudo flua de forma bem disposta e sem que seja possível o público se sentir cansado. Este é daqueles espetáculos de Verão que surgem em boa hora como um bom género de entretenimento por dias quentes onde encenações pesadas são dispensadas para dar lugar a um programa agradável e feito a pensar no agrado de quem assiste e sem se perder a qualidade.