La Casa de Papel 4 ainda se recomenda...
A quarta temporada de La Casa de Papel volta a não dar tréguas, embora o receio de que tudo falhe continue a existir a cada renovação que é feita.
Continuando o rumo que a série tomou no terceiro conjunto de episódios, nesta nova temporada começamos com o professor em fuga e ao mesmo tempo a reorganizar um plano após Lisboa ter sido apanhada. Com a restante equipa no interior da Reserva Nacional do Banco de Espanha, onde tudo parece controlado numa primeira fase mesmo com a ausência à distância do professor, a primeira fase destes novos episódios gira muito em torno do que se passa na tenda exterior das forças de segurança para se perceber se Lisboa consegue esconder os segredos do gangue ou a pressão acaba por a derrotar. Primeiramente esta temporada parece ser feita simplesmente para dar continuidade sem existirem grandes alterações, eis que a meio tudo muda. Os conflitos no interior do edifício acontecem como sempre, um novo vilão surge de forma inesperada entre os reféns e o caos fica instalado definitivamente. Com todos os planos virados do avesso, a série ganha novo alento e fica demonstrado que esta continuação do sucesso tem sido válida e recomenda-se.
A confiança dentro e fora do grupo é colocada em causa, na tenda a guarda e inspetores deitam tudo a perder com fugas de informação, os novos aliados exteriores do professor surgem de novos pontos, numa situação criada de forma muito rebuscada, mas aceitável, e o recurso aos flashbacks tem de acontecer de forma inevitável para explicar as alterações da história como combinações e ligações do passado, ficando sempre com a ideia de que esses factos são forçados pela necessidade da entrada de novas personagens por alguma porta, que nesta série só consegue ser explicada como se tudo já tivesse preparado há uns anos.
De resto e seguindo a boa capacidade dos argumentistas de criarem sem defraudar as expetativas, da produção em manter a qualidade e com um elenco que não falha, tenho a destacar a capacidade de criarem novas personagens que se destacam pela positiva desde logo, dando força a que a história se desenrole e que o público se deixe levar por outras vedetas e deixe a preferência de quem vai ficando para trás a favor da necessidade de renovação.
Reforçando nesta temporada os laços de grupo e as ligações para além do desconhecido de cada um, o desafio da retirada do ouro ficou um pouco de lado para dar espaço a guerras internas e corridas para deitar abaixo o novo vilão que se debate com o gangue enquanto no exterior Lisboa não se deixa abater por uma inspetora cheia de vontade de ficar marcada como a melhor.
Conflitos e adversidades marcam esta quarta parte que deixa tudo em aberto num final que arruma o início para onde tudo tem necessidade de continuar já que os sobreviventes continuam no interior do edifício e é necessário agora recuperar o plano inicial para se sair com o objetivo cumprido, mesmo com uma das personagens essenciais de fora por uma batalha necessária e que dá ao público o melhor episódio da temporada.
Esperemos agora pela quinta fornada de episódios onde é exigido que, tal como o Berlim continue a ser lembrado, que também a nova perda continue a marcar presença no recurso a memórias explicativas do passado.
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