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O Informador

Ficção diferente da realidade na literatura

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, da autoria de Joël Dicker, é o livro que me suscitou uma curiosidade com que não concordo entre a ficção e a realidade. E aqui falo de literatura, do sucesso e do escândalo. Três parâmetros que nada e tudo têm em comum...

Neste livro uma das personagens é um conhecido autor que teve do seu lado um enorme sucesso com o seu segundo livro. Anos depois o escândalo aconteceu e a verdade sobre a história contada naquelas páginas bem vendidas por todo o mundo aparece e esta pessoa que já esteve no topo é acusado de homicídio a uma menor com quem manteve um secreto romance. O que aconteceu com os seus livros? Assim que saíram as primeiras notícias sobre o caso, as editoras rapidamente retiraram de venda todos os exemplares dos livros deste homem que escreveu a sua história de amor como se fosse mais um romance e que com isso alcançou o sucesso.

Isto é ficção! Será que na realidade as coisas aconteceriam da mesma forma? Do modo como o mundo age nos dias que correm, se um escândalo deste calibre acontecesse com um qualquer autor, todos os seus livros não seriam retirados de venda, mas sim colocados como grande destaque, fazendo das notícias uma rampa para se conseguirem vender uns bons números de exemplares já editados e que estavam em armazém à espera de receberem luz verde para entrarem nas prateleiras das livrarias mundiais.

A ficção neste caso mostrou que as editoras reagem com a retirada de venda dos livros devido às más notícias sobre o autor, o que não acontece na realidade. Tenho praticamente a certeza que um caso deste estilo, a acontecer pela vida real, não teria a mesma reacção dos editores que iriam aproveitar o facto de se falar da pessoa para reforçarem as suas vendas e chamar o público para o livro do pecado.

Uma boa diferença entre a ficção que se mostra e pensa através de um mundo idealizado e a realidade pura e dura.