Fate, a Saga Winx | T1 | Surpreendido com as fadas
Netflix
Quem me conhece sabe que não sou grande simpatizante de séries com efeitos especiais, no entanto pelo sucesso de Fate, a Saga Winx, e por o zumzum ser forte sobre esta história, lá resolvei em período de confinamento dar a oportunidade a estas fadas e até que correu bem.
Numa produção bem cuidada, embora alguns efeitos especiais mais complexos, como o do final da temporada, tenham deixado algo a desejar por terem sonhado demais para o que conseguiram fazer, Fate consegue deixar quem está deste lado agarrado a algumas das personagens para além da protagonista Bloom, Abigail Cowen, o que para mim é um ponto positivo, isto por perceber que numa continuação poderão outras personagens ganharem destaque consoante a influência do público, dando alguma diversidade ao que poderá surgir a partir daqui.
Recorrendo um pouco ao início de Harry Potter e falando justamente da saga logo no primeiro episódio, em Fate também a protagonista vive parte da sua vida, até à adolescência, no mundo normal, distante do espaço ao qual pertence, o reino das fadas. Começando a história de apenas seis episódios com a entrada de Bloom na escola das fadas, Alfea, em Otherworld, e percebendo que existe algum mistério em torno dos seus pais biológicos, recorrendo-se a alguns flashback para contar o passado, a jovem chega, sabendo que já possui alguns poderes mas sem capacidade, por receio, de os usar por não os conseguir controlar.
Com personagens bem construídas, embora sem grande apresentação por ser tudo muito corrido, senti falta de tempo para desconstruir uma Stella, Hannah van der Westhuysen, por exemplo, que é apresentada como sendo uma suposta vilã contra Bloom para no final da temporada ficar sua grande amiga. A explicação para esta mudança acontecer não é dada e fiquei com a sensação que me escapou alguma coisa por aqui que deveria ter sido melhor explicada, já que não é do nada que se muda de opinião e personalidade. Existe também Terra, uma personagem cujo pai é um dos mentores da escola, mas que ela própria surge como mais do mesmo, uma gordinha simpática e sempre prestável, que se esconde em casa, sem grande convicção dos seus poderes e a questão que coloco neste caso é mesmo, onde já vi isto? Existe também Musa, Elisha Applebaum, a minha preferida, uma personagem que parece calma e meio esquecida de início, no entanto a que mais cresce ao longo dos episódios e em bom. E finalmente Aisha, Precious Mustapha, que acaba por ser um misto entre o bem e o mal que me deixou intrigado até ao final por a ver a proteger Bloom, mas ao mesmo tempo a ter reações um pouco controversas com os seus olhares e saídas de cena inesperadas.
No geral, esta primeira temporada de Fate, a Saga Winx consegue prender, embora por ter poucos episódios não tenha sido bem contextualizado de onde cada um vem, como tudo acontece até chegarem a Alfea, a história da escola e mesmo a finalidade de cada poder, as diferenças entre as fadas e os rapazes guerreiros, em que consistem os restantes reinos que são falados pela diretora com a rainha e até mesmo uma explicação com maior eficiência sobre os Queimados. Conseguiram inserir a história e chamar o sucesso, no entanto têm muito por explicar na renovação já certa para uma segunda temporada para que se consiga entrar neste novo mundo fantástico de forma plena.
No geral aceitei e até gostei, para alguém que não é fã do género, no entanto espero ver uma maior consistência daqui em diante para que a série não fique lembrada como mais uma que prometeu, falhou quando devia melhorar e acabar por ficar no corredor dos projetos promissores que conquistaram e logo desiludiram nas temporadas seguintes. O futuro terá de ter boas explicações de modo a abrir a visão perante todos os processos que Fate, a Saga Winx trás consigo.