Tentei, juro que tentei, mas não consegui deixar alguns presentes de Natal para serem comprados por esta última semana, aquela em que os centros comerciais são invadidos por uma parte da sociedade que entra em colisão por deixar tudo para a última.
Pelos primeiros dias do mês já tinha alguns presentes comprados com a intenção de despachar tudo o quanto mais rápido possível, só que o imprevisto do frio de rachar todas as noites e os dias de pausa no trabalho a serem trocados servem agora como desculpa para ter atrasado as compras dos presentes destinados aos que me são mais próximos. Faltam adquirir três ou quatro artigos, para as pessoas mais complicadas, e agora lá terei de me enfiar nos labirintos de atropelos e empurrões, com filas intermináveis e sem paciência para encontrar aquele presente que considere estar próximo do ideal.
Comprar algo para os outros já não é fácil quando não se tem uma ideia do que oferecer e sinto que tenho ainda maior dificuldade nesse campo por não conseguir oferecer aos outros algo de que não goste minimamente, mesmo que seja para crianças. Tenho de gostar para que os outros possam vir a gostar porque se as coisas que vou comprar não agradarem à vista então passo em frente e vou em busca de outra coisa.
Assumo aqui que estou em modo «típico português» pelos próximos dias e que faltam assim prendas natalícias para adquirir e depois tudo para entregar. Para juntar à festa da entrega/troca de presentes o que acontece? No Sábado, véspera de Natal, aqui o moço estará a trabalhar possivelmente até ao final da tarde. Bom não é?
Vá, lá terei de andar na rua ao serão ao longo dos próximos dias, com este frio de rachar as pedras da calçada e a sofrer com a ideia que todos cometemos os mesmos erros nesta época consumista em que vamos alimentado o gosto pelos gastos extra e a deixar tudo para a última.