Enquanto Salazar dormia...
No centro da guerra e dos conflitos sociais existe amizade e amor onde o apoio familiar e o amor à pátria não são esquecidos! O que foi feito Enquanto Salazar dormia... por um espião que não esquecia os assuntos do coração e as necessidades físicias é relatado anos mais tarde pelo grande Jack Gil Mascarenhas ao seu neto, o jovem Paul que não viveu no centro da intriga e dos boatos da Lisboa de 1941.
Um livro que não tem um grande argumento ficcional, no entanto é daquelas obras que envolvem o leitor que sente-se a ser levado página após página pela vida das personagens que se desenrolam e cruzam nas artimanhas das circunstâncias que lhes vão sendo colocadas. Domingos Amaral sabe como conduzir o seu leitor do início ao fim e manter o interesse na história que relata. No entanto falta ao autor aquele toque de grandisiodade que consegue fazer de uma narrativa um doce no centro de uma mesa de salgados.
A história da História está presente em Enquanto Salazar dormia... que revela ao mesmo tempo muitos momentos ficcionados e de criação do autor que não gosta de se ficar pelo que aconteceu e pelos relatos que lhe foram chegando. O nosso passado está presente de forma suave sem colocar as personagens centrais e que marcaram uma nação em destaque. No entanto é na escrita nada aprofundada e elaborada que este livro tem o seu grande pecado. Fácil de ler e excelente para quem está a dar os primeiros passos literários ou que não lê com regularidade, Enquanto Salazar dormia... não tem um grau muito elevado a nível gramatical, sendo simples e sem grandes ousadias de escrita.
Lisboa, 1941. Um oásis de tranquilidade numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial. Os refugiados chegam aos milhares e Lisboa enche-se de milionários e actrizes, judeus e espiões. Portugal torna-se palco de uma guerra secreta que Salazar permite, mas vigia à distância.
Jack Gil Mascarenhas, um espião luso-britânico, tem por missão desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam por todo o país, do Estoril ao cabo de São Vicente, de Alfama à Ericeira. Estas são as suas memórias, contadas 50 anos mais tarde. Recorda os tempos que viveu numa Lisboa cheia de sol, de luz, de sombras e de amores. Jack Gil relembra as mulheres que amou; o sumptuoso ambiente que se vivia no Hotel Aviz, onde espiões se cruzavam com embaixadores e reis; os sinistros membros da polícia política de Salazar ou mesmo os taxistas da cidade. Um mundo secreto e oculto, onde as coisas aconteciam "enquanto Salazar dormia", como dizia ironicamente Michael, o grande amigo de Jack, também ele um espião do MI6.
Num país dividido, os homens tornam-se mais duros e as mulheres mais disponíveis. Fervem intrigas e boatos, numa guerra suja e sofisticada, que transforma Portugal e os que aqui viveram nos anos 40.