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O Informador

Em busca das chaves caídas!

Existem situações que se não acontecessem comigo talvez não acreditasse. Há uns dias fui até à biblioteca municipal de Vila Franca de Xira, a Fábrica das Palavras, que desde já aconselho a visitarem, e sentado na varanda do primeiro piso, que podem ver na imagem e que fica virada para o Rio Tejo, pensei que quando me levantasse tinha de ter cuidado com as chaves e a carteira que estavam no bolso das calças do lado da varanda que tem um espaço talvez de dois a três centímetros entre a parede e o vidro que serve de parapeito. Pensei, mas na realidade quando foi na hora de me ir embora não mais me lembrei e eis que ao levantar, as chaves caíram do bolso e ficaram precisamente entre a parede e o vidro. Olhei e percebi que só empurrando conseguiria que a argola do porta chaves se ajeitasse de modo a permitir que todo o conjunto descesse para que já na parte debaixo e com ajuda a um escadote as conseguisse puxar, porque caírem por si era impensável, uma vez que ficaram presas a meio de todo o processo. 

Pedi a uma funcionária ajuda, conseguiu uma vassoura, com o cabo da mesma empurrei dentro do possível as chaves para o lado até um espaço que vi ser uns milímetros mais largo com o pensamento que ali podiam cair diretamente no rés-do-chão. Mas não, consegui que se mexessem e descessem, mas mesmo assim ficaram presas mas o trabalho já estava mais facilitado uma vez que já não se encontravam entre o vidro e a parede de forma total, estando somente a argola presa já em baixo. Desci o piso, pedi ao segurança um escadote e lá consegui com algum jeito mover a argola que ao rodar libertou tudo o que me pertencia.

Confesso que pelos primeiros momentos pensei que iria ter um trabalho dos diabos a reconquistar aquele molho de chaves, mas afinal em cinco minutos tudo se resolveu. Com isto e por mal dos meus pecados estava um grupo de miúdos, talvez com uns doze anos, que se meteram aos pulos e cavalitas uns dos outros, enquanto o escadote não chegava, para tentarem ajudar-me. Acho que por aquele momentos me senti um parvo em busca das chaves perdidas e num momento irreal que previ e que podia ter evitado se não tivesse ficado só mesmo pelo pensamento sem tomar a iniciativa de logo ter tirado o que tinha no bolso para o interior da mochila, assim evitava a queda que fez com que uma dúzia de pessoas ficassem a olhar e a darem dicas sobre a recuperação das chaves perdidas. 

Existem dias em que por mais que tentemos passar despercebidos não conseguimos. Este foi um desses dias! 

 

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