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O Informador

é isto que eu faço.jpg

Autor: Lynsey Addario

Editora: Marcador

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2017

Páginas: 384

ISBN: 978-989-754-300-5

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Quando, após os ataques terroristas do 11 de Setembro, convidaram Lynsey Addario para fazer reportagens no Afeganistão, ela tomou uma decisão que se repetiria muitas vezes - não ficar em casa, não levar uma vida tranquila e previsível; pelo contrário: arriscar a vida, cobrir guerras e atravessar o mundo para se tornar uma das mais importantes foto jornalistas do nosso tempo.

É Isto que Eu Faço segue o seu percurso - da sua primeira câmara oferecida pelo pai aos anos de repórter local, das guerras no Médio Oriente aos campos de refugiados sírios, sempre com a fotografia como propósito, e uma ambição única que a define e a incentiva.

Enquanto mulher num ofício maioritariamente masculino, está determinada a ser levada a sério, a enfrentar a dureza da profissão e o convívio com a injustiça e a guerra.

 

Opinião: Um livro de guerra geralmente não me conquista, mas rapidamente percebi que algo me fazia querer ler É Isto Que Eu Faço - Uma Vida de Amor e Guerra, e não é que o instinto revelou uma boa surpresa?

Esta autobiografia que a foto jornalista americana revelou ao mundo sobre a sua vida ao longo de vários períodos de caos e destruição entre batalhas que devastaram milhares de cidadãos em territórios onde o poder interveio para atacar os grandes líderes do terrorismo transmite verdade sobre a realidade que todos imaginamos mas que só podemos ter noção da sua existência através de relatos tão comoventes como o de Lynsey Addario. 

Uma jovem fotografa parte em luta consigo para uma aventura sem bases mas com o objetivo de mostrar o que era essencial para que existisse uma verdade estampada sobre o que estava a acontecer do outro lado da fronteira. Sem rede e acordos partiu, deixando um passado numa família dividida para trás e procurando locais onde se poderia sentir útil à sociedade. Lynsey partiu e aos poucos os editores de grandes meios de comunicação social começaram a olhar para o seu trabalho. 

Líbia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Sudão e Congo são apenas alguns dos territórios percorridos mais do que uma vez por esta mulher que não deixou para trás os seus sonhos, criando objetivos, sobrevivendo a sacrifícios e acabando por lutar pela vida lado-a-lado com outros colegas de profissão e soldados. Os pensamentos, a adrenalina do instante e os sacrifícios para obter a imagem perfeita mesmo que arriscando demais para estar na linha da frente em zonas de conflito.

Ao longo das palavras relatadas por Lynsey encontrei a história mundial onde uma mulher que a pretende relatar não baixa os braços para mostrar a todos o sofrimento de um povo que com pouco tenta sobreviver e aguentar sempre mais, acreditando que perante cada situação conseguirá dar a volta. A dor, revolta, perda, morte, tudo pesa neste momento só ao resumir mentalmente o que fui percebendo nos relatos desta fotografa que mesmo tendo o medo consigo conseguiu manter os pés assentes em cada terra por onde passou sem perder a esperança por si e por todos com quem se cruzou. Uma coragem incrível onde a paixão, os afetos e o amor convivem com o sofrimento e a perda numa luta desigual que acabou por causar muitas vítimas entre crianças, idosos e mulheres sem direitos e vistas como objetos sem culpa das atitudes machistas e terroristas que provocaram uma grande calamidade onde a morte é a palavra forte de guerras que parecem não ter fim. 

Lynsey viveu entre soldados americanos, seguiu em carros apanhados em emboscadas, foi presa, violentada, perseguida e massacrada, tendo passado vários sacrifícios que são revelados nesta obra tão pessoal como as lentes das câmaras que sempre a acompanharam ao longo de cada missão que a própria resolveu enfrentar sem olhar ao pouco que acreditava deixar para trás. 

Lynsey Addario surpreendeu-se a si própria para chegar mais além e aos poucos o seu árduo trabalho foi reconhecido. O New York Times começou a comprar o seu trabalho e mais tarde a National Geographic percebeu que não basta ter talento para se conseguirem boas imagens, há que ter sim ambição de verdade e isso foi provado por esta mulher que sempre lutou por uma paixão, a fotografia. Um grande nome da imagem mundial que para além de publicar em revistas de sucesso internacional conseguiu receber um dos maiores prémios de foto jornalismo, o MacArthur que ao longo de anos lhe atribuiu um grande valor monetário pelo seu trabalho além-fronteiras. Com este livro, É Isto Que Eu Faço, Lynsey viu também o Prémio Pulitzer ser-lhe atribuído

Os anos de guerra foram passando e com o tempo Lynsey percebeu que a sua vida tinha também espaço para encontrar o amor por outra pessoa tendo também voltado a dar maior valor à família que de certa forma tinha deixado em segundo plano. Paul chegou à sua vida e sempre a apoiou na profissão que se tornou em paixão, não lhe pedindo para desistir, dando-lhe sim forças para continuar. E foi neste seio familiar que nasceu Lukas, o filho do casal que nos tempos que correm vive com a mãe sempre em viagem em busca da imagem perfeita para mostrar à sociedade que reside muitas vezes do outro lado do planeta. 

Um livro pessoal e intransmissível que seria praticamente impossível ser contado por uma pessoa que não vivesse cada situação. Simples, limpo, verdadeiro, real e recheado de sensibilidade para com a dor dos outros são as características fundamentais que retiro desta obra que todos deveriam apreciar. 

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