Dia | Michael Cunningham
Gradiva
Michael Cunningham colocou as fragilidades e os desafios de uma vida familiar em destaque com Dia, um romance que podia ter tudo e que não me levou a lado algum. Contado em três fases, com início em Abril de 2019 quando o Covid19 atingiu a vida de todos nós, conhecemos o casal Isabel e Dan a iniciar uma fase de afastamento, com cada um a criar a sua rotina sem contar com o outro. Com Isabel e Dan encontramos também Robbie, o irmão dela, convidado a deixar o lar que têm partilhado por existir algum mal estar entre o convívio dos três. Colocados em quarentena quando o que queriam era estar distantes, estes três adultos enfrentam os seus problemas e têm de lidar com o que lhes bate de frente, sem poderem fugir numa fase tão complicada pela qual o Mundo passou. Mais tarde percebemos como cada um foi reagindo às alterações, entre afastamentos e desabafos que os acabam por afastar através de novos rumos que os levam a enfrentar o que vem após os tempos complicados de pandemia. O amor e a perda são a grande base de Dia que ao ser contando num período da História pela qual todos passamos podia ter conseguido ganhar algum carinho por me sentir a olhar para algo que fosse meu, mas não foi isso que senti, uma vez que não consegui nutrir qualquer afeto por estes personagens que parecem ter sido construídos para um vazio sem me conseguirem alcançar como um bom romance tem como finalidade.