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O Informador

Desempregados sem Apoio

Fiquei desempregado a meio de Março, só consegui dar entrada como desempregado no Instituto do Emprego e Formação Profissional já passava do meio de Abril e recebi o primeiro subsídio em Maio. Entre tudo isto passaram praticamente dois meses mas isto foi ultrapassável, o que não percebo é a falta de cuidado para com as pessoas que estão desempregadas. 

Neste espaço de tempo, falo principalmente no mês e uma semana em que estive inscrito no Instituto do Emprego e Formação Profissional, não fui chamado uma única vez para uma reunião. Sei que existe uma chamada para nos explicarem os deveres e funções do desempregado e que existe uma outra chamada para perceberem se o desempregado quer iniciar alguma formação. No meu caso isso não aconteceu, não tendo sido contactado para nada nem sido informado de forma oficial sobre o que deveria fazer ao longo do tempo em que estivesse desempregado. O que soube foi pelos colegas que estavam no mesmo processo e que por outros concelhos do país tiveram as ditas reuniões e têm sido chamados pelo instituto público para irem a entrevistas e escolherem formações para fazer.

Não senti qualquer interesse por parte do Estado em me incentivar a procurar emprego e muito menos qualquer auxílio para isso acontecer, detetando uma grande falha nesse sentido. Se existe desemprego e se a intenção é continuarem a baixar o número de desempregados do país porque não tomam medidas e atuam mais junto das pessoas e das empresas para que tal seja possível?

Felizmente e porque em poucas semanas me fartei de estar parado, iniciei o processo de envio de curriculum vitae através de vários anúncios que fui encontrando pelo SapoEmprego, pelo JobRapido, pelo NetEmprego e no Jooble mas nada com indicações oficiais da entidade que deve ajudar quem está no desemprego a procurar vagas para se iniciar o processo de entrevistas até que se seja selecionado.

Não senti o apoio necessário por parte do Instituto do Emprego e Formação Profissional que tem o dever e a obrigação de estar em cima de quem está sem emprego para os auxiliar num regresso ao mercado de trabalho o quanto mais cedo possível. É por estas coisas que existe muito boa gente a receber subsídios meses a fio por a ação social não estar a funcionar nas melhores condições.

Felizmente pensei que a boa vida não é para mim, comecei a procurar, fui chamado para entrevistas, não tendo a obrigação de aceitar qualquer proposta de emprego, já que oficialmente nem era obrigado a ir porque ninguém me recrutou pelos serviços públicos mas sim porque procurei tomar a iniciativa de ir, recusei cinco ofertas pelos baixos salários, horários e más condições e quando percebi que tinha encontrado o local onde queria trabalhar e consegui mais uma vez ser selecionado, fiquei e iniciei esta semana a nova etapa profissional que se tudo correr bem terei pela frente daqui em diante.

Como desempregado fiz por sair dessa condição por vontade própria, não com qualquer ajuda no caminho a seguir pelas entidades competentes e organizadas para o fazerem. Infelizmente Portugal avançou em várias coisas mas tem muito ainda por onde caminhar!

 

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