«Deitar cedo e cedo erguer»
De pequenos ouvimos por diversas vezes que «deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer». No entanto com o tempo os horários que os nossos pais e educadores nos colocam pela frente vão sendo alterados, arrastando as horas de dormida para mais tarde. Isto acontece até ao dia em que voltamos a perceber que a necessidade de deitar mais cedo para também acordar mais cedo e bem é fundamental.
Aos vinte aguenta-se tudo! As noitadas sucessivas, as saídas abusivas, os dias longos e que se vão multiplicando... Tudo parece acontecer para as noites de sono terem uma duração menor que o aconselhado cientificamente. Com o tempo e com os anos a começarem a pesar, os ritmos abrandam e as necessidades físicas de descanso fazem-se sentir, fazendo lembrar um pouco a força da gravidade que nos puxa e leva a um ponto de cansaço em que percebemos que aos trinta não conseguimos mais fazer o que fazíamos aos vinte.
É triste assumir isto, mas os trinta além de trazerem consigo coisas boas como a maturidade e forma de olhar para a vida de outra forma, conseguem também acartar uma menor capacidade para aguentar os dias longos, as saídas noturnas sucessivas, os festejos e até a vontade de fugir da rotina começa a desvanecer.
Nos dias que correm o lema na minha vida começa a ser «deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz descansar», isto porque após as oito horas de trabalho, sejam elas em que horário forem, deixam-me somente com a vontade de descansar, ficar bem esticado na cama com pouco para fazer e nada pensar. Deito mais cedo e acordo mais cedo, no entanto e ao contrário do que acontecia há uns tempos, já durmo oito ou mais horas diariamente, deixando o sono em horários diminutos para os jovens, aqueles que acham que sempre irão estar bem e que nunca irão envelhecer para acalmarem com as suas vidas de verdadeira festa.
A vida é uma festa, sim, e sempre continuará a ser, desde que com conta e medida e neste preciso momento é assim que olho para o presente e futuro, com muita calma e a pensar no descanso e no aproveitamento de cada momento de forma especial e não como um hábito que faça parte da rotina diária, semanal ou mensal. Agora fugir do habitual é estar bem para poder desfrutar e não sair do diário de bordo como mais uma vez de tantas outras.