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O Informador

Atual leitura... As Flores de Lótus

Primeiramente deixem-me-vos dizer que estou de férias e que foi por isso que ainda não fiz o comentário final sobre Pai Nosso, de Clara Ferreira Alves. 

Agora sim falo da minha atual leitura... As Flores de Lótus, de José Rodrigues dos Santos, o livro que foi lançado em Outubro, que me foi oferecido pelo Natal e que só agora viu a luz do dia por estas paragens para que a sua leitura seja feita em poucos dias e não arrastar ao longo de dias ou mesmo semanas, é a escolha do momento. Encontro-me neste momento a meio da obra e até agora, talvez por Tomás Noronha ter ficado de fora desta vez, a narrativa parece-me no ponto. A política é uma questão central desta obra, a critica social mostra-se capaz de superar as diferentes décadas e a escrita não é maçadora. Espero seguir em frente com esta leitura com o entusiasmo que tenho tido até aqui para não desiludir, percorrendo ao mesmo tempo os vários continentes do nosso planeta através de guerras, conquistas, amores e sonhos.

Pode uma ideia mudar o mundo? O século XX nasce, e com ele germinam as sementes do autoritarismo. Da Europa à Ásia, as ondas de choque irão abalar a humanidade e atingir em cheio quatro famílias. Depois de assistir à queda da monarquia, o capitão Artur Teixeira vê as esperanças da República afundarem-se num caos de instabilidade. Adere à revolução militar e recebe uma missão: convencer Salazar a tornar-se ditador.Satake Fukui cresce num Japão dilacerado entre a tradição e a modernidade. O seu confronto com o militarista Sawa reflecte um braço de ferro que ameaça mergulhar o país e o mundo numa catástrofe sem precedentes.A chinesa Lian-hua nasce com olhos azuis, os mesmos que veem a China arrastada para um choque titânico entre os nacionalistas, os comunistas e os japoneses. Apanhada no fogo cruzado, é raptada por um radical comunista: o jovem Mao Tsé Tung.Os bolcheviques acabam de conquistar a Sibéria e batem à porta da pequena quinta dos Skuratov. Estaline iniciou as coletivizações e Nadezhda e a família são lançados num ciclo de medo, fome e sofrimento. Quatro histórias. Quatro famílias. Quatro destinos. Senhor de um prosa lúcida e poderosa, José Rodrigues dos Santos embarca connosco e com figuras históricas como Salazar e Mao Tsé Tung numa viagem arrebatadora que nos leva de Lisboa a Tóquio, de Irkutsk a Changsha, do comunismo ao fascismo. Com as As Flores de Lótus nasce uma das mais ambiciosas obras da literatura portuguesa contemporânea.

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