Assalto noturno
Podia contar-vos várias histórias sobre assaltos noturnos enquanto dormimos e somos atacados por quem partilhamos o colchão, no entanto este assalto noturno não teve nada de bom.
Há uns dias, numa plena manhã em que até acordei bem-disposto, chego ao trabalho e logo detetamos uma falha pelo portão de entrada. Pensei que tivessem tido um desleixe no dia anterior e que o dito portão não tivesse sido fechado corretamente. No entanto quando se abre a porta para entrar ao trabalho rapidamente se percebe que as mãos alheias do roubo tinham entrado nas instalações ao longo da noite e feito estragos.
Alarmes partidos, portas cortadas para conseguirem entrar, cofre abalroado, mercadoria em falta e uma destruição absurda e desnecessária para quem deveria procurar dinheiro e roubar mercadoria para conseguir despachar por feiras e mercados.
A empresa tinha sido assaltada ao longo da noite por uma equipa já bem experimente no assunto e de manhã é que demos por isso. O alarme foi partido e não funcionou na altura do impacto por algum motivo, o que deixa várias questões no ar acerca dos sistemas de alarme, o local estava isolado e ninguém conseguiria ouvir ou ver o que quer que fosse para o interior das instalações ao longo da noite. Ou seja, os larápios andaram à vontade ao longo do plano que devem ter elaborado ao longo de vários dias para perceberem horários e funcionamento do interior das instalações.
Roubaram, estragaram, deixaram tudo em pantanas e deixaram-nos com uns nervos incríveis logo pela manhã. Por muito que sejamos funcionários e por vezes afirmemos que estamos cansados, aquele é o nosso trabalho, é ali que passamos maior parte do dia e perceber que uma equipa de experientes ladrões destruiu parte do que construimos não é bom. Podiam ter roubado mas não era necessário destruir tanto para conseguirem levar o que queriam.
Um assalto noturno que mexeu com o sistema nervoso de uma equipa cansada e que agora terá de limpar os estragos, tentar recuperar o que é possível e esperar que seguradora, empresa de alarmes e patrão entrem em acordo sobre os prejuízos de uma noite em que alguém se amanhou e bem há custa dos outros.