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O Informador

doida não e não.jpg

A paixão pelos livros reside e por vezes existe um chamamento que nos leva a querer saber um pouco mais sobre a história que nos faz companhia ao longo de dias. Foi isso que aconteceu com Doida Não e Não!, obra que foi relançada para uma quinta edição, com nova capa e novos apontamentos, nove anos após os primeiros exemplares terem sido publicados pela Bertrand Editora que acreditou no trabalho de Manuela Gonzaga sobre a vida de Maria Adelaide Coelho da Cunha, a herdeira do império do Diário de Notícias. 

Comecei a ler e recebi o convite para marcar presença numa das sessões de apresentação da obra, onde além da autora e do representante editorial estariam também presentes Carlos Poiares, vice-reitor da Universidade Lusófona, Júlia Pinheiro, Diretora Executiva de Conteúdos da SIC e Apresentadora, Luís Filipe Sarmento, Escritor, e Monique Rutler, Cineasta. Reti o local onde a dita apresentação iria acontecer e vi que o horário estava compatível com os meus afazeres profissionais. E assim ficou marcado na agenda mental que no passado dia 23 de Fevereiro, pelas 18h00, iria estar no Auditório Armando Gebuza da Universidade Lusófona, para assistir à apresentação de um livro que me está a dizer tanto e sobre o qual quero saber um pouco mais. 

Fui, cheguei mesmo na hora marcada, o início da sessão atrasou-se, como é costume nestes eventos, e acabei por presenciar hora e meia de uma apresentação fantástica, onde amigos, conhecidos e contadores de histórias se juntaram à mesa para presentearem os convidados com factos sobre o grande exemplo que Maria Adelaide Coelho da Cunha deu na sua época a muitas mulheres que viviam enclausuradas por relações doentias, procurando a verdadeira relação amorosa onde os sentimentos falam mais alto, mesmo que para isso tenha tido que abandonar tudo e sofrido com a opressão social que a levou até a locais onde nunca devia estar presente porque esta Maria, entre tantas outras, de doida pouco tinha, o que sabia é que queria amar a pessoa certa e não viver num casamento milionário mas de fachada. 

Senti que tinha de ir a esta apresentação e de facto a opção foi a melhor. Já estava a ficar com um certo apego a esta mulher real que é um símbolo de exemplo para tanta outras da sua época e que deveria merecer atenção nos tempos modernos junto de quem se deixa levar pelos outros, em relações tumultuosas sem perceber que o amor é outra coisa. Mesmo sofrendo aquando do seu isolamento no manicómio por ser considerada louca ao não seguir a linha que lhe estava previamente projetada por outros, tendo cometido o crime do puro amor que não olha a estatutos sociais, fortunas e estatutos, Maria Adelaide sobreviveu e lutou por si e pelo que acreditava, sendo um marco também na história da imprensa nacional onde protagonizou muitas das manchetes sobre a sua vida pessoal, o que hoje é apelidado por imprensa cor-de-rosa de mau tom, em muitos casos. Maria Adelaide publicou livros onde se assumiu capacitada e consciente sobre os seus atores, obtendo resposta do seu marido, Alfredo Carneiro da Cunha, não faltando também as versões publicadas dos advogados, juristas, políticos e essencialmente dos médicos comprados pelo poder de uma família milionária que tudo fez para desacreditar esta mulher. Uma autêntica novela da vida real que encheu páginas e páginas nos jornais da altura, tendo dado origem a vários livros que ainda hoje são recordados por quem se apaixona por esta história. 

Uma verdade sobre vidas nacionais que muitos desconhecem e que através do livro Doida Não e Não! e da apresentação do mesmo fiquei a conhecer um pouco mais e sobre a qual quero agora percorrer os locais por onde estas personagens reais se foram cruzando ao longo de anos de turbulência familiar.

autógrafo manuela gonzaga.jpg

A mulher que enfrentou Egas Moniz, Júlio de Matos e os sábios da época. Filha e herdeira do fundador do Diário de Notícias. Mulher do administrador do mesmo jornal, o escritor Alfredo da Cunha. Presa num manicómio por um «crime de amor». Os factos relevantes têm início em Novembro de 1918: era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha quarenta e oito anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se apaixonou, tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. Era herdeira do Diário de Notícias e a sua história chocou a sociedade da época.

 

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