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O Informador

Allo Allo

A estreia de Allo Allo encheu a sala do Teatro da Trindade, não fosse esta produção assinada pela Yellow Star Company que tem vindo a mostrar boa qualidade nos seus lançamentos que depois ficam em palco meses, voltando e andando em tournée pelo país. Desta vez poderá não ser excepção se existirem pelas próximas sessões algumas alterações para com a forma como a apresentação de Allo Allo é feita junto do público!

Não digo que não gostei porque isso não seria a verdade, porém ao longo do espetáculo percebi que existem vários momentos talvez desnecessários onde se percebe que a intenção é levar o público ao riso, o que acaba por não acontecer. Certo que numa estreia nem sempre as coisas correm pelo melhor, existindo a partir daí um trabalho a ser feito para se conseguir chegar o espetáculo a quem se senta pela plateia da sala, percebendo onde se poderá puxar pelo texto e performance e onde se poderão anular algumas cenas. Acredito que isso será feito com Allo Allo que daqui a uma ou duas semanas já deverá conter um outro desenrolar de cena para cena que agradará a quem entrar na sala principal do Teatro da Trindade para reviver o sucesso televisivo da série de outros tempos! 

Um elenco do melhor onde João Didelet protagoniza e encena ao lado de Paulo Sousa Costa este espetáculo que tem pernas para andar, mostrando o nervosismo instalado no café de René, situado num dos locais centrais em França em tempos de guerra. Com oficiais britânicos escondidos, uma mulher que adora ser glamorosa, duas empregadas hilariantes e os alemães sempre atentos a cada passo fora do esquema, no café de René a tensão está sempre presente, com um entra e saí. Afinal Hitler está a caminho e é necessário estar bem ciente disso, existindo uma peça, a Madona Caída de Grandes Mamas para ser entregue ao poder! Onde anda então essa peça de arte no meio de tanto alarido? Na salsicha senhores, na salsicha! Ou será que não?

Allo Allo levará de certeza o público que assistia à série televisiva a reviver o passado, transportando ao mesmo tempo o Teatro da Trindade ao longo de cada sessão por duas horas de boa disposição, boas prestações do seu elenco que também só consegue trabalhar em condições por ter do seu lado um texto que tem corrido o mundo. Faltam ainda aligeirar vários pontos do espetáculo mas isso será com o tempo e com o cruzamento que existirá daqui em diante entre o palco e a plateia!

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A acção passa-se durante a ocupação alemã no decorrer da II Grande Guerra Mundial, no Café René, que está, a partir de agora, novamente aberto!

O café vai ficar cheio de alemães para com quem René tem de ser... simpático, depois chega a sua mulher com quem René tem de ser também... simpático, depois as suas empregadas de mesa, Mimi e Yvette com quem René… gosta de ser simpático, principalmente quando a mulher não está por perto. No piso de cima está a sogra de René com quem ninguém gosta de ser simpático.

Um café bastante normal no tempo de guerra em França, podem vocês achar.

Mas não se deixem enganar. Na adega do café estão escondidos dois oficias britânicos, aviadores. Se os Alemães os descobrem... René será fuzilado!

Na cozinha está pendurada uma salsicha alemã em decomposição, que contém o retrato valiosíssimo da Madona Caída com Grandes Mamas, executado pelo grande mestre pintor de grandes peitos Van Klomp. Está escondida para os alemães, mas, se a Resistência descobre... René será fuzilado!

E, se a mulher descobre que René tem um caso com a Mimi, será fuzilado! E se a Mimi descobre que René tem um caso com a Yvette ela fuzila-o, assim como o fará a Yvette se souber do caso com a Mimi.

A esperança de vida de René é praticamente a mesma de alguém que já está morto. Mas não vai ficar por aqui... ainda muitas coisas vão acontecer... Talvez até o próprio Hitler apareça... Tudo por causa de uma Madona Caída com Grandes Mamas!

Produção: Yellow Star Company

De: Jeremy Lloyd e David Croft

Encenação: Paulo Sousa Costa e João Didelet

Elenco: João Didelet, Elsa Galvão, Sissi Martins, Ruben Madureira, José Henrique Neto, Melânia Gomes, Pedro Pernas, Suzana Borges, Oceana Basílio, José Carlos Pereira, Filipe Crawford e Luis Pacheco