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O Informador

Adoção tardia

Em pleno século XXI ainda sou capaz de ficar parvo quando vejo as situações demoradas de adoção que o nosso poder impõe para que crianças ganhem uma família e deixem de viver por tempo indeterminado em instituições.

Como é que bebés vão parar a instituições e por lá ficam anos e anos enquanto milhares de cidadãos estão inscritos nas filas de espera para conseguirem ter uma criança consigo? Não é necessário a criança entrar numa casa e ficar automaticamente adoptada, sendo aí que os técnicos sociais têm de agir. Muito preferível ver uma criança ser entregue logo nos seus primeiros meses a uns pais do que ficar anos entre a auxiliares e educadores e só depois, quando já percebem que foram abandonados, serem destinados a quem os vai receber já em fase tardia, onde o tempo perdido de ligação não volta atrás. 

Não critico que não se adopte crianças já crescidas porque todos têm o direito de sair das instituições onde são colocados, no entanto se tudo funcionasse da forma como é devido, os pequenos, aqueles que são abandonados pelas maternidades e que são automaticamente retirados aos pais mal nascem podem logo entrar no processo de entrega a quem está à espera para receber um filho nos braços, não existindo qualquer necessidade de passarem tanto tempo institucionalizados para só depois poderem ver o seu processo avançar.

Em Portugal tudo demora mais tempo do que o devido e é esse tempo que estraga e revela que ainda existe muito para andar em todos os campos que vão ficando para trás e onde as leis continuam deficientes e a não pensarem na liberdade e felicidade de uma criança que tem todo o direito de viver com uma família capaz de lhe dar o amor que está longe de ser conquistado dentro de um instituto que por muitos cuidados e carinhos que os técnicos tenham nunca conseguem chegar perto do aconchego familiar. 

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