A Vendedora de Azevinho | Dilly Court
Título: A Vendedora de Azevinho
Título Original: The Mistletae Seller
Autor: Dilly Court
Editora: Quinta Essência
Edição: 1ª Edição
Lançamento: Novembro de 2018
Páginas: 416
ISBN: 978-989-780-038-2
Classificação: 4 em 5
Sinopse: É Véspera de Natal. O vento faz rodopiar a neve sobre as ruas de Londres. À porta de uma casa em Angel Lane, uma bebé abandonada, embrulhada numa manta, aguarda a sua sorte…
Angel, cujo nome se deve à rua onde é encontrada, parece destinada a ter uma vida miserável. Embora seja acolhida numa casa cheia de amor, um cruel golpe do Destino atira-a novamente para as ruas da cidade, onde todos os dias luta para sobreviver.
E agora que o Inverno se aproxima, Angel treme de frio enquanto tenta vender azevinho a quem passa, na esperança de que alguém se compadeça dela. Podia estar mais confortável, pois possui uma joia valiosa - um anel de ouro e rubi que vinha escondido na sua manta de bebé - mas prefere morrer à fome a abdicar do único laço que a prende às suas misteriosas origens…
Opinião: Um romance de Natal para nos fazer companhia no aconchego do lar na época mais familiar do ano. A Vendedora de Azevinho quando chegou até mim tinha mesmo um propósito, ser o livro que me faria companhia nos dias mais natalícios do ano e assim aconteceu.
Num romance histórico com afeto, amor e força de vontade, encontramos Angel, um bebé nos capítulos iniciais, que foi abandonado na véspera de Natal pela ruas de Whitechapel. Angel foi deixada junto a uma porta, numa cesta, acompanhada de um anel e acaba por ser salva por uma mulher sem filhos mas que a acolheu e cuidou como se Angel fosse sua. Só que como um bom romance, existem sempre os percalços a surgirem no caminho e a vida desta jovem voltou a ser alterada no momento em que a fortuna da sua família quase adotiva se esvai. Angel vê-se de novo obrigada a percorrer as ruas e a lutar pela sua própria sobrevivência, vendendo no mercado até que a sorte lhe volta a bater à porta.
São várias as reviravoltas na vida desta jovem mulher até ao derradeiro final do romance que acaba por deixar o leitor realizado ao se perceber que tudo termina como desejado, com as conquistas a serem alcançadas com o tempo, a verdade a descoberto e a realização pessoal a desbravar caminho entre pedras que se vão sobrepondo ao longo do tempo mas que ao serem limadas conseguem ficar para trás.
Angel Winter é, como havia referido, a protagonista de A Vendedora de Azevinho, um romance acolhedor e sempre seguindo esta mulher sem deixar os pontos essenciais de lado. De abandonada a conquistadora, Angel não muda quando percebe que volta a recuperar o que sempre foi seu por direito. A bondade e humildade com que cresceu através da luta pela sobrevivência deram-lhe valores que servem ao mesmo tempo para que o leitor reflita no bem da vida e na perseverança com que devemos acreditar, enfrentando sonhos e vontades com força e nunca deixar os que nos querem mal para trás, tentando perceber as razões da maldade existir. Lutando pelos outros a favor da nossa própria felicidade é um dos lemas deste romance tão bem construído.
Uma história comovente, envolvente, com locais e personagens bem criados e que chegam facilmente junto de quem está do outro lado para se deixar embalar. Este é daqueles romances tristes que terminam de forma alegre, com o bem a ser conquistado sem que se tenha de espezinhar os que estão do outro lado do muro. Um livro leve, que não cansa mas conquista quem está recetivo a receber amor e perceção sobre cada conquista que tem de ser obtida ao longo das mais variadas fases de cada vida.
A história de Angel é um mimo para oferecer e ler num momento de partilha familiar e se já não vão a tempo de conhecerem A Vendedora de Azevinho neste Natal, que anotem para a terem do vosso lado no próximo.
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