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O Informador

A Resignação | Luís Miguel Rocha

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Autor: Luís Miguel Rocha com Porfírio Pereira da Silva e Rui Sequeira

Editora: Porto Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2018

Páginas: 296

ISBN: 978-972-0-03092-4

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Em dezembro de 2012, Bento XVI recebeu de uma comissão de cardeais um relatório de 300 páginas sobre o mediático caso “Vatileaks”.

Dois meses depois, no dia 11 de fevereiro de 2013, evocando razões de saúde, e ciente da gravidade da sua decisão, o Papa anunciou ao mundo que resignaria ao trono de São Pedro. Não se sentia capaz, física e espiritualmente, para continuar a exercer o cargo.

Que segredos comprometedores guarda o extenso relatório? A resignação terá acontecido por razões de saúde, como o Bento XVI anunciou, ou por pressões políticas que jamais serão tornadas públicas? 

Os mistérios de tão inesperada decisão serão agora revelados.

 

Opinião: A Resignação é o último livro de Luís Miguel Rocha, obra póstuma que foi terminada por Porfírio Pereira da Silva e Rui Sequeira, após a morte do autor. A família não quis deixar o que já estava escrito arrumado e ao lado da Porto Editora decidiram avançar com A Resignação, que só foi possível ser terminado através das notas que o autor foi deixando sobre o rumo que cada personagem iria seguir até ao final. 

Não conheço a obra para trás do autor, e percebi que esse seria um ponto fundamental para entrar com uma maior facilidade no mundo de A Resignação, uma vez que a maioria das personagens tem um percurso lógico e já seguem de obra em obra para chegarem ao ponto em que logo se iniciam nesta narrativa final. 

Não tinha expetativas, querendo sim perceber o sucesso que o autor tinha, para perceber a sua forma de criação e de contar os seus enredos e nesse campo fiquei totalmente baralhado. Primeiramente por achar que existem demasiadas personagens encaixadas em menos de trezentas páginas o que confunde por completo. A história baseia-se fundamentalmente na resignação de Bento XVI, no entanto todo o processo até ao ponto fulcral é contado de forma corrida, com o envolvimento pouco explicativo de figuras que circulam dentro e fora do Vaticano para que a queda aconteça. Se tudo fosse contado com a existência de um maior número de pormenores e mais explicações, tudo pareceria mais fácil, mas não. O autor, e consequentemente os seus dois co-autores, optaram por avançarem com a escrita, passando vários passos somente para chegarem ao fim, deixando o envolvimento necessário para que o leitor se deixe conquistar pela história de lado. Ao ler A Resignação, sem ter conhecimento do que está para trás, fico somente com a ideia que esta obra foi escrita para ser lançada sem a preocupação de homenagear o autor de forma certeira e como o mesmo a teria criado do início ao fim. Muito se perde nesta narrativa e o empenho exigido para dar a quem está do outro lado o melhor não existe, perdendo-se logo de início o interesse pela baralhação e pela falta de explicação sobre o quem é quem para quem começa neste ponto a ler Luís Miguel Rocha e os seus meandros criados dentro do Vaticano. A linha cronológica essencial para ajudar o leitor a situar-se faltou e embora se tenha chegado ao final conhecido dentro da própria história real da Igreja Católica Apostólica Romana, todo o processo relatado pelos autores até aí deixaram-me baralhado e confuso com muito por ser explicado.

Fecha-se assim o ciclo sobre as intrigas que estão por detrás de ações e decisões tomadas no seio do Vaticano através do envolvimento, criação e escrita de Luís Miguel Rocha que nos deixou em 2013, mas cuja obra ficará para sempre impressa para memória futura. 

 

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