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O Informador

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Um jantar familiar com o ambiente de convívio entre um casal e a sua filha mais nova dá início ao espetáculo de teatro imersivo A Festa onde a figura da morte marca presença constante ao longo de hora e meia de passagens de sala em sala em busca da verdade e da imaginação de cada personagem.

Num espetáculo onde o público é convidado a entrar num palacete antigo para percorrer corredores e salões onde cada cenário serve para mostrar uma verdade ou um sonho tornado pesadelo, A Festa pretende reunir André à sua família, após os tempos de guerra que o transformaram e que lhe deram um passado pesado, tão pesado como o que o espera junto de quem supostamente mais ama. Mas será este filho bem aceite quando regressa e reaviva memórias trágicas de quem está ao seu redor?

Todos os que entram no ambiente de A Festa ficam baralhados com a história apresentada, primeiramente pelas ações quase repetidas e com diferentes reações, depois pela distante continuidade que cada personagem dá à ação ao longo do tempo. Convidados a percorrer corredores para entrar em salas com diversos atos em simultâneo, os pormenores de cartas escritas e com notificações vão revelando uma história com poucas falas mas com muita ação que revela um excelente trabalho de atores que dão tudo ao longo de hora e meia de espetáculo onde cada um vai seguindo as personagens com quem mais se vai identificando e criando curiosidade. 

Esta é uma história de enigmas que me deixou a pensar e sobre a qual ainda, três dias após a ter visto, não consegui criar uma linha total sobre o que se vai passando. A história é bem auxiliada pelos escritos deixados pelos espaços para serem lidos e foi por ai que criei um fio condutor que pode e sei que não igual ao de quem vai ver, porque cada qual interpreta o que vai vendo e lendo de uma forma diferente. Vejo que A Festa poderá ter sentidos distintos consoante o que vai sendo visto por cada um, já que ao existirem vários atos a decorrer em simultâneo, cada qual poderá interpretar o que vê e tem acesso a ler de forma diferente a quem assiste ao que está a decorrer na sala do lado.

O que neste espetáculo é certo é que uma família disfuncional consegue ter momentos lúdicos de loucura onde as suspeitas e enigmas convivem com a presença da figura trágica que no fim consegue vencer um jogo de dor e escombros onde existem várias marcas e mágoas do passado. O que não é certo é a minha verdade dos factos sobre a verdade dos outros. 

Sinopse

Vou finalmente chegar a casa e ser recebido pelos meus, de sorriso aberto. De certeza que a minha mãe fará um grande jantar. Parece que já estou a ver o meu pai, a sorrir de boca cheia, enquanto lhe conto as peripécias da guerra. Haverá de certeza uma grande festa. Mal posso esperar para rever a minha irmã, e contar-lhe tudo sobre os lugares por onde andei. E quando a noite acabar, hei-de deitar-me de coração cheio e ainda assim angustiado com saudades. Mas fecharei os olhos com a certeza de que tudo estará bem.

 

Ficha Técnica

Criação e Encenação Mário Abel

Assistência de Encenação Ana Lúcia Magalhães

Interpretação Carlos Gonçalves, Carlos Paiva, Daniela Casimiro, Filipe Santos, Paula Sousa, Paulo Quedas

Música Original Nuno Cintrão

Figurinos, Cenografia e Adereços Flávio Tomé

Design Gráfico José Frutuoso

Produção Byfurcação Teatro

Co-Produção Câmara Municipal de Sintra

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