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O Informador

A Fábrica de Bonecas | Elizabeth Macneal

 

a fábrica das bonecas capa.jpg

 

Título: A Fábrica de Bonecas

Título Original: The Doll Factory

Autor: Elizabeth Macneal

Editora: Topseller

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2019

Páginas: 384

ISBN: 978-989-8917-97-3

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Londres, 1850. O edifício que albergará a Grande Exposição está a ser construído em Hyde Park. No meio da multidão que ali se junta, duas pessoas encontram-se por mero acaso. Para Iris, uma aspirante a artista, aquele é apenas um encontro efémero, esquecido passados poucos segundos. Mas para Silas, um colecionador fascinado por coisas estranhas, aquele momento marca um novo começo?

Quando Iris é convidada a posar como modelo para Louis Frost, um pintor pré-rafaelita, ela aceita, com a condição de que Louis também a ensine a pintar. De súbito, o mundo de Iris transforma-se numa experiência dominada pelo amor e pela arte, indo além de tudo aquilo com que sempre sonhou.

Só que o mundo de Iris pode ruir a qualquer momento, pois Silas só consegue pensar numa coisa desde o primeiro encontro de ambos. E a sua obsessão torna-se cada vez mais sombria?

 

Opinião: Voltamos a 1850 e entramos no ambiente de A Fábrica de Bonecas, o primeiro romance de Elizabeth Macneal onde diversas personagens ganham vida entre ambientes escuros e assustadores. Conhecendo as gémeas Iris e Rose, que trabalham para a severa Sra. Salter numa fábrica onde bonecas de porcelana são pintadas e embelezadas, o que cria desde logo aquele local pesado a que as bonecas de porcelana são associadas por estarem sempre a olhar para todos os cantos. A par disto, é também dado a conhecer ao leitor o jovem Albie, a criança que encontra os animais mortos e deformados para os entregar a Silas, um colecionador que sonha com a criação do seu próprio museu de objetos esquisitos. No entanto o desenrolar da história acontece a partir do momento em que Iris conhece Louis Frost, um pintor pré-rafaelista, que tal como todos os outros a vêem como um objeto e não como uma mulher com limitações. Será que os sonhos de Iris, perante a desaprovação dos pais em se tornar numa artista e querer aprender com quem já o é seguem em frente ou a visão que têm de si acabará por a levar ao sacrificio e à queda dos planos?

Com Louis apaixonado por Iris a partir do momento em que se conhecem e que a começa a ter como inspiração ao mesmo tempo que lhe dá aulas e com Silas a ser apresentado e a mostrar também interesse na jovem, o que não é coordenado com os seus sentimentos, os pratos da balança parecem equilibados, no entanto as coisas não acontecem bem assim. Os contornos obscuros que envolvem Silas dão o mote para que a loucura de toda a história surja, baralhando sentimentos, desencadeado comportamentos e seguindo de encontro à premissa apresentada na capa, de que «a liberdade é uma coisa preciosa».

Com uma boa escrita mas de ritmo lento e complicado de assimilar no início, A Fábrica de Bonecas não me conseguiu cativar como era de esperar, talvez por ser demasiado leve dentro do estilo que retrata e não conseguir aprofundar os momentos que podiam revelar os reais transtornos e obsessões de cada personagem. Primeiro a falta de envolvimento e depois a incapacidade de aprofundar, levaram a que este romance com pontos de thriller seguisse o seu caminho sem deixar marca.