Margarida Moreira, Peter Pina e Ricardo Barbosa têm A Culpa atrás de si no Teatro da Comuna. Numa peça bem desconcertante, onde uma viagem atribulada à mente de uma mulher dá o mote para toda a acção acontecer, somos levados para uma mente feminina atormentada com a culpa do que fez, do que é e do que poderá fazer.
Numa boa história criada por Peter Pina, que também é o coordenador do projeto, em A Culpa a mente conturbada da personagem de Margarida Moreira consegue transportar o público para o seu drama, pensando que aquela mulher foi capaz de matar, de deixar-se usar pelos outros e que não resistiu a todo o passado. Arrependimento, confissão, medo, pecado e vergonha são cinco de vários fatores que podem levar uma pessoa a este estado depressivo! No entanto e como na vida real o que parece também nem sempre é, afinal os médicos que deviam de ter a tarefa de a ajudar e que parecem fazer o oposto também têm um quê de culpa. Porquê? Uma boa questão a que não vou responder!
Quanto ao que vi, pela segunda vez vi a Margarida a representar em teatro e afirmo com um bom à-vontade, esta é uma das atrizes que consegue fazer qualquer tipo de personagem, então quando o drama aparece é do melhor que se pode pedir e exigir. Uma excelente atriz em palco! Peter Pina e Ricardo Barbosa era para mim desconhecidos, encaixaram bem nas suas personagens, deixando a mensagem passar para quem está sentado às suas frentes, e embora sejam bons, todo o protagonismo está no feminino, porque ela é A Culpa de tudo isto... Quer dizer, isso é o que se pensa!
Numa sociedade sempre em movimento, nada melhor que a frase que se segue para descrever esta peça...
«A culpa não é de ninguém! A culpa é da vida! A culpa é do destino!»
Parece-me que com estas expressões se poderão tirar várias ideias do que se vê em A Culpa que mostra o que pode acontecer a qualquer um, seja de que maneira for.