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O Informador

À Conversa com... Henrique Feist

À Conversa com... Henrique FeistAntes de lançar este blogue integrei e dirigi várias equipas de sites e também blogues sobre o mundo das celebridades e televisão onde noticiei, comentei, entrevistei e passei muitos bons momentos virtuais com equipa, colaboradores e artistas. Hoje, ao vaguear pelo meu computador descobri a entrevista que maior honra me deu fazer ao longo desse percurso e que resolvi voltar a publicar, já que ficou esquecida no tempo e no espaço por um projeto que já não existe.

A conversa que tive pessoalmente com Henrique Feist transformou-se num momento de absorção pessoal e será para sempre um momento que irei guardar com carinho devido à pessoa com que me deparei, com o à-vontade com que deixou um jovem que brincava aos blogues e sites entrevistá-lo ao mesmo tempo em que um saboroso lanche passava pela mesa duma pastelaria pela zona do Chiado numa agradável tarde solarenga!

Deixo aqui então a entrevista ao ator, encenador, cantor, técnico e multi artista Henrique Feist, tal como a introdução que fiz sobre a mesma na altura. Isto porque vale sempre a pena recordar! Obrigado Henrique!

Henrique Feist

Henrique Feist é ator, cantor e produtor de espetáculos e é assim um dos mais completos rostos dos palcos nacionais. Este artista não se deixou intimidar e nesta entrevista que nos concedeu contou-nos como surgiu a paixão pela música, todo o processo que tanto o próprio como o irmão Nuno Feist tiveram que passar para serem reconhecidos hoje. Tecendo algumas criticas ao que se faz hoje em dia pelo mundo em termos de musicais, Henrique Feist comemora os seus 30 anos de carreira ao lado do irmão em ‘Broadway Baby’, a peça musical que se encontra em digressão pelo país e que tem tido todas as suas sessões esgotadas. Delicie-se, tal como nós, com esta entrevista a Henrique Feist!

Conte-nos como foi aquele dia 2 de Maio de 1982, em que subiu ao palco do 'Passeio dos Alegres'...

Eu acho que com aquela idade não se tem bem a noção daquilo em que nos vamos meter. Aquilo foi mais a paixão pela música e cantar e portanto não víamos a responsabilidade que hoje em dia temos, porque isto efectivamente acaba por ser uma profissão para nós. Naquela altura tínhamos nove anos, era o gosto de fazer aquilo porque estudávamos ao mesmo tempo, mas tínhamos a noção que era aquilo que queríamos seguir, não tínhamos era a noção da responsabilidade que aquilo acaba por incutir. Na altura era a nossa mãe que geria tudo e essa parte da delegação de responsabilidade era mais para a minha mãe e o Nuno e eu era mais o gosto de fazermos aquilo que gostávamos que era cantar, porque logo que nós acabamos o programa tivemos uma chamada da Rádio Triunfo, que já não existe, que era uma editora discográfica na altura, e fomos contactados por eles para gravarmos singles. Portanto, houve uma coisa que era engraçada porque não existiam mais crianças a cantar naquela altura, só mais tarde. O que o Nuno e eu gostávamos de fazer eram coisas de musicais, nunca tivemos um reportório infantil porque até nos discos vinis que gravávamos, o lado A era uma coisa mais para a nossa idade, mas o lado B era sempre alguma coisa de musicais. Portanto, o próprio público para qual nós cantávamos era público adulto e realmente naquela altura, esse início foi mais feito pelo gosto que tínhamos em fazer aquilo, porque também víamos muitos musicais em Londres. Hoje temos o gosto aliado à responsabilidade que isto é a nossa profissão.

De onde surgiu a paixão pela música?

Fomos nós em casa, porque nós em Londres, ainda antes de irmos para o ‘Passeio dos Alegres’, o primeiro musical que vimos foi nos anos 70, o ‘Jesus Christ Superstar’ e depois vimos o ‘Oliver’. E quando vimos estes musicais há ali uma identificação, porque nós já gostávamos de cantar, mas quando vimos os musicais percebemos que era aquilo que queríamos fazer, estar em palco a representar uma história, a cantar e a narrar uma história através da canção que é isso que os musicais fazem. Os musicais ajudaram-nos a canalizar e a perceber que dentro do canto o que achávamos mais piada e o que achávamos mais desafiante, que eram os musicais e não o pop ou a ópera. Percebemos que dentro do canto era o que mais apreciávamos fazer. Na altura apareceram os VHV e o meu pai comprou logo os musicais que saíram e eu e o Nuno começamos logo a cantar por cima do cantor e a minha mãe percebeu logo aí que a parte artística da família nascia connosco, ou seja, não foi um factor surpresa, nós gostarmos de cantar. A minha mãe já era locutora da RTP, o meu avô, da parte da minha mãe, foi compositor, escreveu o ‘Ser Benfiquista’, a letra e música, o meu tetra tio-avô em Portugal já era compositor de operetas e musicais, não sendo assim uma surpresa tão grande haver alguém na família que também gostasse de cantar. O que a minha mãe achou na altura foi deixar-nos seguir esta vertente da família, quer do lado da minha mãe, quer do lado do meu pai. Era isto que queríamos fazer, mas sem descurar os estudos, uma das condições da minha mãe foi «Sim senhor! Podem fazer isto, mas se chumbarem, acabou!», porque os estudos não vão ficar para trás. Portanto, antes do ‘Passeio dos Alegres’ já havia dicas que é isto que eles vão querer realmente fazer.

Quais as principais diferenças entre o panorama musical do século passado e o de hoje?

Eu ainda apanho o musical na época em que as canções ajudavam a desenvolver uma história, ainda apanho uma época onde a tecnologia não domina, ainda apanho uma época onde os microfones não realçam aptidões vocais que às vezes não são as mais dentro da tradição do musical. Ainda apanho o musical na época em que o microfone apenas está lá para ajudar o público a ouvir numa sala de 1600 lugares e onde a amplificação não era virada para o que existe hoje em concertos pop ou rock. Ainda sou duma época em que as exigências vocais do musical eram difíceis, mas eram dentro daquilo que é tradicional do musical e não de uma linguagem pop que é o que mais domina hoje em dia o musical. Ainda sou da época do musical onde os cenários e tudo não eram feitos para fazer um show off do que hoje se pode fazer tecnologicamente num musical, mas que ajudavam a contar uma história. E hoje o que acontece no musical é que descura-se muito o trabalho de ator porque se tem um franchising de um musical, ou seja, vê-se o ‘Mamma Mia’, o ‘Rei Leão’, o franchisar de um produto e quando eu comecei a ver musicais isso não existia. O máximo que tínhamos era o ‘Jesus Christ Superstar’ que é feito em nnn países, a ‘Evita’… mas por muito que seja um produto, conseguia-se sempre perceber quem fazia de Jesus, quem fazia a Eva Perón, ou seja, não se descurava o trabalho do ator. Hoje o que acontece é que se vende um produto em que se perde a essência do ator porque tudo é embrulhado na cenografia, na tecnologia, sendo difícil de decorar quem é o protagonista do ‘Rei Leão’. É muito difícil conseguir decorar quem é o protagonista destes musicais que vivem tanto à base de tecnologias porque um ator começa a ser um anão dentro do que o rodeia e portanto isso é o que começa a acontecer no musical que muda a essência que é o ator e os compositores. Hoje perdeu-se isso, tal como eu digo no espetáculo, que hoje pode-se sair a trautear um cenário e não uma canção porque se hoje se for ver são raras as canções que saem de musicais a serem êxitos porque tudo o que o rodeia é também tão importante que se perdem os valores de critérios, porque esses critérios são canalizado para guarda-roupa, cenário… Perde-se a essência do que é o musical, a música e o ator que a dá. Se formos ver antigamente, tinha-se um trabalho do todo a trabalhar à volta do cantor, ou seja, quando um cantor começa a cantar tudo estava orquestrado duma maneira que a orquestra não baixava o volume, mas os instrumentos que tocavam eram instrumentos que ajudariam a defender o cantor para que ele pudesse ser ouvido, depois o cantor calava-se e havia um momento de sapateado. E aí havia uma orquestra que dava tudo o que tinha e o que não tinha a dar. Voltava o cantor e a orquestra continuava só quatro ou cinco instrumentos para que o cantor pudesse ser ouvido. Não havia amplificação, e é quando se começa a tentar desafiar que os outros sons começam a emergir, como é o caso do rock, o disco e tudo, que o musical começa também a explorar isso tudo, começa-se a ter amplificações nos musicais também, mas é uma amplificação que é um cheirinho só. Um cheirinho que se dá só ao microfone para o cantor ser ouvido. Hoje, quando se vai ver um musical, começa-se a ter a ter que ter vozes que te consigam fazer rock! E é aí que a essência toda do musical começa a ficar perdida, tanto que se se for ver há nnn relatos de cantores, do ‘Jesus Crist Superstar’ que perderam a voz! Que tiveram problemas nas cordas vocais e tudo. Porque estava construído de tal forma que musicalmente era raro os cantores aguentarem oito dias por semana a cantar aquilo. Hoje vê-se, por exemplo, ‘The Miserable’, que não deixa de ser, uma das melhores óperas musicais, mas já se começa a discernir uma linguagem pop nas canções, já há alia uma mistura de tudo menos do antigo, do vaudeville, que é feita nos taberneiros, que já se discerne. Quando começa a existir aquelas misturas todas, começa-se a levar isto um passo mais adiante, já se começa a perder a essência do musical, o melhor exemplo que se tem é o ‘Mamma Mia’, que é tudo o que não é um musical. Não deixa de ter mérito, mas este basear-se em obras que já foram sucessos, com uma história supérflua, sem sumo, mas que o público adere, mas lá está, não se educa, nem desafia o público. Aquilo é puro entretenimento. É um produto para vender.

Aceitava fazer ‘Mamma Mia’?

É claro que aceitaria fazer o ‘Mamma Mia’, tenho é a noção que isso não é um produto que tenha sumo. Não é ‘The Miserables’. ‘The Miserables’ tem sumo, vê-se aquilo e chora-se, ri-se, sai-se a questionar. E isto é a função do teatro. Agora pode-se argumentar que o teatro é para entreter! É e não é, porque a cultura foi sempre feita para desafiar o público, para educar. Nunca fui apologista de que o teatro é 100% puro entretenimento. Tem que haver sempre uma coisa que desafie quem está a ver, nem que seja 5%, mas tem de haver algo que eduque, que desafie e eleve o sentido critico.

Foi o ‘Salo’ em ‘Maldita Cocaina’! Como é que esse musical marcou a sua carreira?

Porque acaba por ser o primeiro musical que faço quando volto de Londres.

Mas foi algo polémico...

Não sei se terá sido polémico. Nessa altura estava tão por dentro e fora da companhia, eu venho de Londres, e entro na ‘Maldita Cocaina’. A ‘Maldita Cocaina’ acaba por ser a essência de tudo, porque eram músicas originais feitas para ajudar a contar uma história, que acaba por ser um épico, porque passam-se vários anos. A história da ‘Maldita Cocaina’ começa nos anos 20, mas efetivamente, no final chega-se ao Estado Novo. Um guarda roupa fabuloso, um cenário também, mas sempre dentro da essencia do musical, ou seja, nada gratuito. Tudo ajudava a contar uma história. Tinhamos os melhores dos melhores alí em palco.

Ainda no teatro encenou a peça 'Rapazes Nus a Cantar', foi um desafio, como lidou com a crítica?

O espetáculo por si, o próprio título já sugere curiosidade! Por aí já é uma garantia de público, porque as pessoas, nem que seja por curiosidade, vão querer ir ver. No entanto, os ‘Rapazes Nus a Cantar’, e isso foi o que eu gostei na altura, era que passados quinze minutos nos conseguíamos esquecer do facto de eles estarem nus. Haviam números cómicos em que o nu era o que era, para ajudar no cómico do número, mas depois havia outros números que falavam do quanto nós seres humanos estamos despidos, falamos de emoções, amor, … e o nu que simbolizava a nudez das nossas emoções. Como nos exprimimos, e isso cativou-me. Também o que me cativou no espetáculo foram os termos de exigências que era pedido… As pessoas que o fizessem... Tinham que ser cantores para fazer aquele espetáculo, tinha que se ter uma noção de dança, ou seja, não exige menos, do que o que é exigido em qualquer outro musical, que se faça. Eles tiveram um mês e meio de ensaios intensivos, tiveram aulas de dança, veio uma professora da Bélgica dar-lhes uma disciplina de expressão corporal para os ajudar. Portanto isso foi uma das coisas que eu gostei, que era o que acaba por ser exigido, não é menos do que o que é exigido por um musical dito normal. É óbvio que há uma jogada de marketing, com o título de ‘Rapazes Nus a Cantar’, Houve críticas boas, positivas, más e negativas, mas o que interessou é que as pessoas falaram do espetáculo. Fosse para bem fosse para mal.

Em 2007 concorreu ao 'Festival da Canção', sente que hoje em dia já não se procura uma boa voz mas sim uma cara bonita?

Eu acho que hoje em dia o ‘Festival’ ganha quem tiver a melhor música, a melhor imaginação do que fazer com a musica. Ainda este ano, o país que ganhou com ‘Euphoria’, percebe-se que metade do ganho está na encenação, isto antigamente não existia. Os cantores chegavam e o que prevalecia era a beleza da canção ou não, hoje é a beleza do conjunto. Nós hoje também estamos à mercê de quem nos visualiza. Agora é o ‘Festival da Canção’ e da encenação. Há uma componente política, cada vez mais sou contra o que acontece... Aquilo vem munido de uma carrada política e dos interesses, favorecimentos de certos países para com os outros. Perde-se a neutralidade dos votos, o que é uma pena. Tenho pena de se ter perdido as orquestras na ‘Eurovisão’, porque se gasta tanto nos cenários, luzes e tecnologias, que tenho pena por não se fazer um o investimento numa orquestra. Não deixa de ser um espectáculo de TV... Mas tem que se apostar em algo bem feito e a pensar na voz e não no que se vê.

Foi membro da equipa do programa 'Família Superstar', os Talent-Show fazem falta em Portugal?

O que o Nuno e eu sempre fizemos e lutamos e a SIC nesse aspecto ajudou muito também porque era a favor disso, era que eles acabassem por ter as bases. Eles tinham aulas de interpretação, dança, voz, música, ou seja, o que lhes demos a entender é que para tudo aquilo que eles iam fazer eram precisas bases e não quisemos que eles caíssem no vislumbre de serem vedetas e de terem fãs. Nós tentamos incutir-lhes para não se deixarem levar pelo vislumbre do momento de estarem a aparecer na televisão e o que faz parte desse vislumbre para que o público goste de vocês e para que fique alguma coisa depois deste programa acabar é aquilo que também vocs conseguiram dar enquanto intérpretes porque quando acaba o programa o vislumbre vai-se rapidamente e quando começamos a filtrar tem que ficar algo e o que tem que ficar é que existe talento, que tem que ser explorado, estudado, dando bases ao talento porque o talento por si não chega. O talento é um excelente ponto de partida para qualquer pessoa, mas tem que se fazer o resto...

A voz do Henrique faz parte do imaginário de muitos jovens, agora adultos, que paravam a sua vida para assistirem ao 'Dragon Ball'. Conte-nos como foi esta experiência?

O ‘Dragon Ball’ correu muito bem, ainda hoje sou conotado como ‘Songuku’, começo a falar e as pessoas passado um tempo dizem, «tu não és a voz do ‘Songuku’?» e ainda carrego isso comigo porque foi efectivamente um êxito muito grande. Eu acho que o êxito deveu-se ao facto de que o ‘Dragon Ball’ tinha continuidade, sendo quase uma série, onde se se perdesse uns episódios podia-se perder o fio à história. Essa continuidade ajudou a ter um público e depois pelas patachadas que colocávamos, porque muitas vezes o boneco acabava de falar e nós já não tínhamos nada no guião em português para poder dizer e portanto, para continuar a colocar coisas na boca do boneco, inventávamos e empruvizávamos muita coisa, tendo isso também ajudado a dar êxito à série. Ainda hoje o ‘Dragon Ball’ é um êxito, ainda passa na SIC Radical, vende-se em DVD. O ‘Dragon Ball’ marca várias gerações porque nós tínhamos pessoas com dez anos, quinze anos... Universidades que paravam para ver a série, apanhando uma faixa etária muito grande.

A SIC Radical transmite atualmente uma nova versão do 'Dragon Ball', se o convidassem para voltar a dobrar o SonGoku, SonGhan, Trunks, etc. aceitaria?

Voltava, mas ainda não nos convidaram para fazer o novo ‘Dragon Ball’. Existe um movimento no Facebook onde querem os originais a dobrarem a nova série, mas acho que não tem havido interesse porque o ‘Dragon Ball’ passava na SIC generalista que abrangia mais público que a SIC Radical, por isso acho que a falta de interesse se deve a isso.

Não é um rosto televisivo, sendo mais visto no teatro. Aceitava integrar o elenco de uma novela ou série?

Aceitava, sem dúvida! Para perder até o rótulo de ator de teatro, o que acho que se tem vindo a perder mais em Portugal, essa mania de rotular as pessoas. Adoraria fazer novela, já muita gente me questionou sobre isso e eu nunca sei o que responder.

A imprensa tem mudado a forma de mostrar a vida das pessoas. Mostrando mais a vida pessoal em vez da profissional, sente que já lhe invadiram a vida?

Não porque também nunca deixei fazer. Quando me puser a jeito para o fazerem é claro que tenho que estar preparado para estar sujeito a tudo... Invenções, mentiras, verdades, porque se expõem a esse ponto. Agora como não me exponho a esse ponto, a imprensa até agora tem sido bastante generosa para comigo porque nunca me expôs ao ponto de deixarem perceber que eles podem invadir isso. Mas também é preciso ver uma coisa, como também não trabalho muito em televisão, também ajuda a não estar tão exposto. Se aparecesse mais, em programas de sucesso, também criava outro tipo de dinamismo para as pessoas quererem saber mais sobre mim e isso levaria a uma maior procura de notícias sobre a minha vida pessoal.

Como surgiu o espetáculo ‘Brodway Baby’?

Achamos que o que seria justo para o público nestes 30 anos de carreira era dar-lhes aquilo pelo qual eles sempre nos conotaram que foi teatro musical. Achávamos que a maneira mais justa e honesta de darmos ao público uma celebração de 30 anos de carreira era precisamente a fazer isso, dentro do que quase sempre fizemos, mas também não com um espetáculo de Henrique Feist canta Broadway e de números avulsos, mas ao mesmo tempo de fazer algo que tivesse um fio condutor e que contasse também a história deste musical que nós também gostamos, o Nuno e eu, porque, caso contrário, tornar-se-ia uma hora e meia de Henrique Feist canta isto porque gosta disto. O espetáculo tem que prender também e como nós queríamos fazer uma temporada, é muito mais difícil fazer uma temporada com espetáculos de Henrique Feist em concerto a cantar musicais era mais fácil com uma coisa que cheira-se minimamente a teatro, que tivesse um fio condutor do principio ao fim. Dai nasceu a ideia de fazer este ‘Broadway Baby, a História do Musical Americano’, e também para mostrar ao público que não é um corpo tão estranho em Portugal, o musical americano, porque muitas canções que ficaram e que ainda hoje são cantadas por cantores modernos são canções que nascem no teatro musical, portanto, o espetáculo também se propõe a mostrar ao público que a Broadway não está tão longe de nós quanto isso. Estas canções que conhecemos, secalhar não as identificamos em como sendo canções que vêm do teatro musical, mas isso acontece. Existe uma componente de educar e desafiar o próprio público.

Já existem novos projetos para depois de ‘Brodway Baby’?

Muita e muita coisa a ser preparada, temos vários sítios para onde levar este espetáculo. Também preparamos a gala dos 20 anos da SIC. Tenho um projeto que vai para a frente com uns produtores estrangeiros que ainda não posso dizer qual é. Tenho um musical que nasceu do António Sala, 'A Magia da Rádio', que será um espetáculo musical belíssimo sobre a história da rádio, mas visto através de uma família portuguesa, portanto, a história da rádio é contada através da história dessa família.

Resposta rápida: Viagem de sonho: Nova Iorque Maior vício: Água Livro favorito: Show Time Músico / Banda de eleição: Judy Garland/ Amália / Amor Electro Programa que não dispensa ver na TV: Notícias Alguém que admire: Os meus pais Não vive sem: A minha voz Não sai de casa sem: A minha carteira Um dia corre bem quando: Quando pouso a cabeça na almofada e penso «Gostei do dia»