À Conversa com... Filipe de Albuquerque
Filipe de Albuquerque começou cedo a pisar os palcos nacionais mas tem sido nas produções de Filipe La Féria que nos últimos anos tem conquistado os aplausos do público pelo seu talento. Neste momento a dar vida a Passepartout na comédia musical A Volta ao Mundo em 80 Minutos, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril, onde também tem o papel de assistente de encenação, o jovem ator, bailarino e cantor é o típico homem dos sete ofícios em palco e é assim que pretende continuar. Sendo feliz a representar abraçou recentemente uma participação especial em televisão, área que gostaria de continuar a experimentar, tal como o cinema onde ainda não tocou mas que pretende conquistar assim que tiver oportunidade. Vamos descobrir um pouco mais sobre Filipe de Albuquerque, uma das estrelas do teatro musical nacional.
Iniciou a sua carreira profissional como bailarino no Parque Mayer. Como foi o seu percurso de criança e jovem adolescente até pisar um palco com maior visibilidade?
Desde que me entendo como gente que quis ser artista. Comecei no coro do meu colégio D. Maria Pia fazíamos espetáculos aos fim de semana por todo o país essa foi a minha primeira experiência, depois veio o grupo de dança Batoto-Yetu era um grupo muito popular pois tinha ganho o Bravo Bravíssimo cá em Portugal então eles tinham imensos espetáculos tanto fazíamos a abertura dos Globos de Ouro como as festas de verão de Oeiras. Estas duas experiências fizeram-me perceber que o palco era a minha casa! Antes do Parque Mayer fiz uma revista na Academia de Santo Amaro, depois fiz audições para o Maria Vitória não entrei à primeira e voltei o ano seguinte e fiquei, assim começou o meu percurso profissional.
Do bailado começou aos poucos a representar em teatro musical onde integrou vários projetos. Ser ator era um dos objetivos ou o sonho inicial não passava da dança?
Eu sempre quis ser cantor mas sempre que cantava mandavam-me calar, comecei a dançar um pouco por acidente e a representar também…
Somando sucessos pelos palcos com Fame, A Gaiola das Loucas, Um Violino no Telhado, Grande Revista à Portuguesa e Portugal à Gargalhada, entre outros, como existe a preparação diária para enfrentar um público sempre diferente a cada sessão?
Sim existe, eu tento sempre estar o mais aquecido possível mesmo quando o papel não o exige… Faço uma preparação física e vocal, assim sinto-me mais “desperto” é um ritual que tento manter.
Aos poucos tornou-se num dos rostos do espetáculos de Filipe La Féria, provando que o talento existe e está a ser recompensado. Trabalhar com um dos melhores e mais exigentes encenadores nacionais é das melhores formações que se pode ter?
É sem dúvida, tenho o privilégio de trabalhar há quase 10 anos com o Sr. Filipe La Féria como ator e há um ano como assistente de encenação e é uma aprendizagem constante todos os dias conheço novos atores, pintores, músicos, compositores… Sinto-me como se estivesse a tirar um curso sem pagar propinas!
Atualmente é um dos rostos principais de A Volta ao Mundo em 80 Minutos ao lado de João Baião. Como analisa este projeto em que tem um maior destaque que nos anteriores?
O Sr. Filipe antes de me convidar para fazer parte do projeto como ator, convidou-me primeiro como assistente, achei logo uma boa ideia de termos uma história pois ia mudar um pouco os “moldes” dos espetáculos anteriores. Mais tarde ele disse “acho que o Filipe podia fazer o Passepartout…” Fiquei um pouco preocupado pois como assistente tenho que saber tudo o que faz parte e o que irá acontecer no espetáculo a nível cénico, musical, guarda roupa, adereços e vídeo. Mas foi um desafio e não há maneira de descobrirmos mais sobre nós próprios do que quando nos desafiamos. Em relação ao destaque não pensei muito nisso…. Hoje estou ali ao lado do grande João Baião, amanhã posso estar a fazer de árvores numa peça infantil mas estarei com a mesma força e vontade garanto!
O convite para fazer o seu Passepartout surgiu e como foi a preparação para criar esta personagem?
Vi o filme original da Volta Ao Mundo onde o Passepartout é interpretado pelo Mário Moreno ou Cantinflas como era conhecido, misturei o sotaque francês, e um pouco de Minion e surgiu o meu Passepartout.
Aos poucos Portugal vai conhecendo o Filipe, mas existirá vontade pessoal em partir à descoberta de novas aprendizagens e vivências além-fronteiras?
Já fui e já voltei, trabalhei dois anos numa companhia de cruzeiros americana como bailarino onde viajei pelas Caraíbas, Europa, África e Estados Unidos, há 2 anos vivi em Londres durante sete meses, eu acho que a febre do estrangeiro já me passou a não ser que não tenha trabalho cá, só irei para fora de férias.
Dos palcos para o pequeno ecrã fez recentemente uma participação especial na novela Ouro Verde. Integrar um projeto televisivo vencedor é mais um troféu para quem ainda tem tanto para mostrar?
Foi muito engraçado pois aconteceu literalmente de um dia para o outro, "olha começas amanhã são dez cenas…" Fui cheio de nervos, mas cheio de vontade… Mas sim, sinto que tenho muito para mostrar e fazer, continuarei a puxar pois “Deus gosta dos que não desistem…”.
Um ator que luta por um lugar entre tantos outros consegue formar amizades para a vida entre companheiros de representação?
Claro que sim! O nosso mercado não é tão feroz como o Inglês ou Americano, mas também não é um mar de rosas... Há pessoas de quem gostamos mais outras menos, mas no fim de contas é assim em todo o lado! Tenho a sorte de ter um grupo de amigos que partilham a mesma profissão e os mesmos sonhos que eu e sei que posso contar sempre com eles para melhorar quer a nível pessoal quer profissional!
Sente a competição e inveja entre colegas de trabalho?
Competição há sempre mas saudável, tenho sempre alguém que puxa por mim para que eu dê o meu melhor e só faz bem, inveja é capaz de haver não sei, não gosto de pensar nisso, gosto de me manter positivo!
Como se descreve o Filipe na sua vida privada e fora dos palcos?
Gosto de uma boa gargalhada, adoro sofá, ver séries e filmes, documentários sobre coisas que não interessam a ninguém, gosto de chatear e passear o meu cão o Zion que eu trato como se fosse um filho! Gosto de jantar com amigos, fazer viagens de carro e aprender…
O que existe para fazer e idelizado a médio longo prazo?
O Sr Filipe La Féria já disse que estava a contar com a minha ajuda para preparar o próximo Musical Infantil no Politeama, entretanto quem sabe volto a fazer Televisão, mas adorava experimentar cinema, é o que me falta para sentir que já me posso chamar um Actor, até lá sou um aprendiz.
É a representar que se sente feliz?
Se me sinto feliz? É a representar que me sinto completo!